Já tem bastante tempo que tenho a opinião do que chamei da teoria dos 1/98/1 %

Os lançamentos a cada ano podem ser divididos da seguinte forma:
1% dos jogos são completas bombas, bostas que não servem nem de adubo.
1% são jogos excelentes, os novos clássicos.
e 98% dos jogos são os jogos mediocres. Jogos medianos, que a gente vai jogar 3 ou 4 vezes (quando muito) e vai ficar lá na estante, esquecido, sendo preterido em todas as jogatinas por, ou algo novo e brilhante, ou um classicão que não envelhece.

O que esses jogos da faixa dos 98% tem feito é pimpar o jogo, componentes gloriosos, miniaturas de 60cm, tudo pra maquiar um jogo sem sal que, de outra forma, ninguem daria $60 nele.

É muito jogo saindo, muita opção, e (até para o autor colocar o máximo de jogo possível no mercado) a qualidade só cai.

Acho o x da questão a seguinte pergunta: teremos no futuro o surgimento de novas mecânicas? Se sim acredito em vida longa aos jogos de tabuleiro, do contrário acho que o mercado não tera esse vigor todo que demostra dtualmente daqui a 5 anos não. Como alguns colegas falaram acima, temos diversos lançamentos mas nada novo, mecânicas antigas e já consagradas, onde muitas das vezes muda somente o tema. Logo em minha humilde opinião, para o futuro sadio dos jogos de tabuleiro é preciso que algum gênio desenvolva uma mecânica inovadora, do contrário acho que a parada vai travar mais cedo ou mais tarde.

Também acredito que é mais um efeito ou sensação de como você lida com o hobby. É diretamente ligado ao tempo que você tem para experimentar (de peito aberto) jogos novos ou jogar os já consagrados pelo seu gosto e grupo. Quando um dos dois jogos competem pelo seu tempo, você procura uma série de problemas ou justificativas para jogar o outro. Isso é feito quase inconscientemente em um grupo.

Tente observar se você está realmente procurando jogos para seu gosto ou se está deixando o ranking, mídia ou amigo gourmet escolher os jogos para você. Ninguém é obrigado a seguir todas as novidades (menos ainda a ter que dar opinião sobre elas) nem a conhecer todos os "clássicos" (que hoje em dia depende do argumento de quem fala).

Jogo bom é o que diverte você e seu grupo. Difícil é perceber qual é aquele que no final da partida pode falar "vamo outra?" e todo mundo concorda. Isso não precisa de ranking, jabá, safra ou pedigree.

O mercado está sendo inundado de lançamentos, pois o hype em cima do hobbie está grande, e isso não é de todo o ruim. Apenas a parte ruim que vejo, é que não existe sentido em lançarem um jogo base, e ao mesmo tempo já existir uma expansão para ele. Isso eu acho desrespeito, claramente é um forma apenas de ganhar mais dinheiro, e como foi falado, a indústria de jogos de tabuleiro aprendeu isso direitinho com a de jogos eletrônicos.

No mais, eu sempre faço o seguinte: Não estou comprando quase nada de lançamento, espero baixar o hype, pra ver se o jogo é bom mesmo, ou apenas um jogo bem produzido que enche os olhos, mas com mecânicas que não empolgam, ou apenas um mais do mesmo.

Como todo hype, ele passa, e fica quem realmente curte o jogo.

CRCG::Acho o x da questão a seguinte pergunta: teremos no futuro o surgimento de novas mecânicas? Se sim acredito em vida longa aos jogos de tabuleiro, do contrário acho que o mercado não tera esse vigor todo que demostra dtualmente daqui a 5 anos não. Como alguns colegas falaram acima, temos diversos lançamentos mas nada novo, mecânicas antigas e já consagradas, onde muitas das vezes muda somente o tema. Logo em minha humilde opinião, para o futuro sadio dos jogos de tabuleiro é preciso que algum gênio desenvolva uma mecânica inovadora, do contrário acho que a parada vai travar mais cedo ou mais tarde.

Mas o que é uma mecânica nova? Usar um aplicativo, VR, trazer elementos de fora do jogo pra dentro do jogo? Ou criar uma maneira nova de interagir com o tabuleiro?

Eu faço essa pergunta porque não há clareza nem entre os estudiosos. Tem mecânica que não é mecânica, é objetivo. Tem mecânica que é forma de pontuação. Tem mecânica que é o que o jogador faz na vez dele. Não existe um padrão. Sendo assim, mecânica nova existe todo o tempo, desde que eu faça um jogo que tenha algo que nenhum jogo tinha antes. Aí entra o mesmo problema que comentei na resposta anterior. Será que só considero mecânica aquilo que foi feito 10 anos atrás? Usar um aplicativo para me ajudar a catalogar coisas não é uma mecânica? Ou um óculos de realidade aumentada pra ver coisas que não estão no tabuleiro?

Esse papo de que "tem que ter mecânica nova" é a maior besteira. 

A quantos tempo existe FPS nos jogos eletrônicos? RPGs ? Que grande mecânica foi inventada nos jogos eletrônicos nos últimos 10 anos?

Nem por isso deixa de ser uma indústria lucrativa. Ninguém joga só um jogo de alocação de trabalhadores. Ninguém vai passar a vida inteira jogando o mesmo área Control.

Lucrativo não necessariamente significa que vai se sustentar a longo prazo, que é bom, duradouro, etc... Lucrativo é mais resultado de marketing e hype do que qualidade. Não que não tenha qualidade, pra durar precisa ter, mas não necessariamente anda de mãos dadas com lucro.

Eu não consigo ver graça em mais nenhum FPS, por exemplo. É tudo o mesmo pé no saco. Sinto a mesma coisa com esses jogos de mundo aberto com mil side quests repetitivos. Porém ainda gosto de alguns outros estilos. Hollow Knight foi um jogo que amei muito e se for ver é uma repaginação e mescla de Super Metroid e Castlevania. Então, realmente... mecânicas novas não são necessárias, mas a maneira de como tudo é implementado e apresentado vale mais, talvez.

O fato é que sempre vai ter galera que ainda não ta saturada, que é mais nova, pra consumir os novos produtos sem ter tido tanto contato com os anteriores. Fora que o hobby tem muita galera que compra e não joga.

No caso dos boardgames mesmo, eu comecei no hobby com Sushi Go e Viticulture. Viticulture foi meu queridinho por muito tempo e pra mim aquilo era novidade. Só fui conhecer e jogar Agricola um ano depois. E ainda acho Viticulture bacaninha apesar de seus defeitos, pois foi meu primeiro jogo moderno e se apresentou como uma grande novidade pra mim.

patrickbnu::95% de mim hoje em dia ignora novos lançamentos e se contenta com o que já foi lançado... Tem muita coisa boa e é difícil algum novo ser muito melhor do que já existe - desapegar um pouco dessa necessidade de novidade

Já os 5% que sobram ainda ficam curiosos com algum outro lançamento, seja baseado em algo que gosto (tipo Catan Game of Thrones?), ou alguma reedição de algo que estava sumido ou que foi refeito (Mage Knight Ultimate como exemplo) ou até algo daquele(s) designer que você gosta (No meu caso, Feld e Vital hehe)

Então essa evolução, ou involução, meio que não me faz tanta diferença

Patrick,
concordo com você. Não estou mais tendo vontade alguma de comprar jogos novos. O que tenho comprado são jogos lacrados mas antigos como, por exemplo, os excelentes Tammany Hall e Princes of the Renaissance que comprei ambos lacrados. Inclusive tenho pregado a ideia de jogar mais o que temos ao invés de comprar mais e mais jogos novos. 

   Tenho estado muito desanimado em relação ao nosso hobby. Estou muito incrédulo em relação aos próximos lançamentos. Vejo claramente que designers de peso como Mac Gerdts e Knizia estão em franca fase de desaceleração no quesito inspiração. Como exemplo posso citar as repetidas expansões do Concordia que foram lançadas após o fracassado lançamento do Transatlantic e o Knizia também vem trilhando o mesmo caminho, tentando explorar o sucesso do jogo Tigris & Euphrates, com o lançamento do jogo Yellow and Yang Tse e agora virá outro jogo no mesmo estilo (não me lembro agora o nome). Acredito fortemente que o mercado de BG está passando por um momento de baixa, no que diz respeito à criatividade e como tudo é cíclico, penso que no futuro isso melhorará, mas o quanto demorará para que este dia chegue eu não faço a menor ideia.

Que discussão boa turma, paguei pau.

Sobre essa questão de enxurrada de lançamentos, o presidente/dono/seilá da AEG Games tem algumas palavras sobre no artigo Publicando Menos Jogos Novos, indo no que parece ser o contrário da industria.

https://www.alderac.com/2019/04/25/publish-fewer-new-games/