
Parecia um ferro velho como outro qualquer. Parecia, mas na verdade aquele era o palco de famosas batalhas de robôs. Como em todo futuro cibernético vagamente distópico, enquanto robôs eram uma constante na vida dos cidadãos de RoboTroc, o lixo cibernético também era grande. Muitos robôs eram descartados assim que novas versões eram lançadas ou os primeiros defeitos apareciam. E aí é que entrava um grupo de oito cientistas bastante excêntricos.
Eram um grupo estranho, de homens e mulheres em idades variadas e perfis conflitantes. Em comum, tinham apenas o gosto pela experimentação e também por coisas não exatamente dentro das leis. Gostavam de construir robôs e colocá-los em batalha, para descobrir qual era o mais poderoso. Suas disputas logo viraram entretenimento para a população local, que vibrava com as brigas e fazia apostas.
Toda vez que um novo carregamento era descartado, os cientistas chegavam. Apesar de serem oito, os quatro primeiros a chegar eram os competidores da vez. Cada um vasculhava o ferro velho, pegando o maior número de peças possível antes dos outros.
Além de pernas, cabeças e braços aleatórios, era comum que conseguissem armas em bom estado. Antes mesmo de darem as armas ao robôs, usavam para assaltar peças do depósito uns dos outros e se alguém queria manter algo tinha de proteger bem escondido antes que os outros roubassem. Aquilo já era quase que uma tradição entre eles, uma brincadeira a mais e por isso todos já esperavam que os ataques viessem e se rendiam sem reclamar.
Depois de trabalharem e melhorarem seus robôs, começava o duelo. Cada um criava pelo menos um, mas alguns conseguiam tempo de montar alguns outros robôs aliados menores para ajudar na luta – o que nem sempre representava uma batalha ganha.
https://blog.clubebg.com.br/2019/06/21/literatura-boardgamer-robotroc/