A pipa do Djow não sobe mais!
Vamos ver a coleção movimentando.
+ Knave (Pensamento Coletivo)
Tinha parado de pegar livros e suplementos de RPG, mas não posso ver esses livros pequenos e minimalistas. Knave é um livreto de regras para RPG compatível com OSR. Arte interna bacana, sem classes, e só equipamentos e seis atributos. Até eu que male entendo do ramo entendi as regras rapidinho.
+ Espadas Afiadas & Feitiços Sinistros — Addendum (Pensamento Coletivo)
Mais um suplemento no mesmo ramo dos OSR. Addendum é um conjunto de idéias do Diogo Nogueira que acabaram não entrando no livro base de Espadas Afiadas & Feitiços Sinistros. Uma porção de sugestões e regras opcionais para usar em qualquer jogo.
- AuZtralia (Trocado por Clãs da Caledonia)
Minha história com AuZtralia remonta de meses atrás, de um súbito interesse pelo então desconhecido (para mim) designer Martin Wallace, uma partidinha no Tabletopia e inúmeros videos assistidos pra ajudar a decidir se valeria a pena pegar o KS.
Infelizmente, como parece ter se tornado um padrão meu com KS, Financiamento Coletivo ou pre-vendas, entre o tempo do apoio, a espera e a chegada, eu perco muito o interesse no produto. Com AuZtralia ainda tive o agravante (feliz!) de conseguir uma cópia de Brass: Lancashire que se tornou um dos preferidos da vida. Logo, uma briga entre os dois títulos do Martinho Wallace se tornou desleal, de forma que nem Cthulhu o salvaria.
E não foi dessa vez que um jogo com temática lovecraftiana veio pra ficar. Ao contrário dos Eldrich Horrors e família, esse aqui teve uma trajetória diferente. Em vez de ir embora por conta da minha mudança completa de gosto (de Ameritrasher-Coop para Euro-Competitivo), AuZtralia se foi por que eu tenho uma coleção de jogos ótima e ele meio que sobrou.
Sobre a produção
Ótima! Arte bem estilosa de época, única e temática, tabuleiro huge e rígido, itens de plástico/madeira bons com algum realismo, tokens de papelão com camada brilhante meio plastificadas de boa resolução, cartas com acabamento de linho, caixa robusta e com um insert simples mas bem útil.
Sobre o jogo
Nas mecânicas temos um ar de euro raiz, bem streamline na seleção de ações, com o tabuleiro de jogador cheio de opções e informações. UX nota 10!
Ai chegamos a parte temática em que muita gente fala que poderia ser qualquer coisa no lugar dos Old Ones, mas acho que encaixou bem até. Convenhamos que seria esquisito estar matando cangurus ou aborígenes em vez de Migos, Zumbis e Shoggoths. Nota 6.2 pra implementação do tema.
Então vamos a parte que gruda mecânicas ao tema: combate, movimentação e manutenção da IA do jogo. A principio se imagina que controlar tudo isso exigiria muita coisa, mas ai entra a sacada do designer. Tudo feito com um baralho principal e depois um baralho de eventos. Sem grandes micro-regras e exceções, direto ao ponto. Bicho causa/sofre dano e se move em uma direção, tudo numa só carta. O tabuleiro parece vivo e indo pra cima dos jogadores. Esse Push Your Luck/IA merece ao menos um 8 pela engenhosidade e baixo upkeep.
Impressões finais
O que mais me afastou do jogo foi a inconsistência dele, originada principalmente no setup super random. Minhas duas ultimas partidas forameasy peasy, mas vejo relatos de gente falando que não conseguiu ainda ficar a frente dos Old Ones no placar. Estou procurando jogos com mais solidez no roteiro, ou seja, começo, meio e fim, e que a rejogabilidade venha da competição e nivelamento dos jogadores.
Outro defeito foi o sentimento de falta de variedade estratégica. Ficou meio na cara o algoritmo básico: colocar trilhos, minerar, comprar unidades de combate, combate, repetir. No final você faz todas as fazendinhas que puder. Ponto.
Muitas variantes. Tem regras para 2 jogadores, 1 jogador, pro outro lado do tabuleiro, pra templos infestados, menos ou mais bichos no setup, mais difícil, mais aleatório. Ahhh eu só quero jogar caramba!
Possibilidade de downtime ferrenho por causa da forma como é organizada a ordem dos turnos.
No final, AuZtralia é um jogo bacana que trouxe momentos bem divertidos pro grupo por causa do seu Push You Luck controlável. Não é um jogo muito competitivo e tem escolhas simples, o que pode torna-lo ótimo para um grupo mais despretensioso que curta o tema mas queira algo diferente das linhas cooperativas típicas desse estilo. Quem sabe esse não é o jogo que vai trazer seu amigo ameritrasher para um coisinha um pouco mais européia, hein?
PS: Não foi dessa vez que vimos o mítico conceito de Semi-Cooperativo brilhar (nota doisR34L Israel Fonseca: CO2 chora também).
- Santorini + Golden Fleete (Vendido)
Como falei em janeiro, esse cara chegou pra ir pro espeto, e foi o que aconteceu.
O Monge da Internet
Um quase-offtopic, mas vale a piada.
Num tópico sobre discussão da presença de mulheres no hobby um usuário registrado há 5 anos fez sua primeira postagem!
Acompanhe no replay:
“Prêmio Spiel des Djows Melhor Quebra de Voto de Silêncio Digital”
Jogatinas
Carnaval teve alguma movimentação boa por aqui. No sábado tivemos a estréia do meu ultimo jogo na "Shelf of Shame". Após 1 ano e muitos meses da aquisição, inúmeras leituras do manual, uma tentativa de jogar solo, arredondamento de tokens, Space Empires: 4x foi pra mesa com o N4t4n431como adversário. Foram horas e horas de jogo, paramos pra receber visitas, jantar, lavar louça, etc. Agradeço a paciência e interesse do amigo, por que foi pesadinho. Ficamos com boa impressão do jogo e foi notável como ele tem variabilidade estratégica gigante, lembrando os RTS de PC nessa pegada onde tipos de unidades são mais efetivas contra outros tipos.

Domingo foi dia de folga, mas segunda retornamos firme e forte com duas partidas de AuZtralia. Foram tipo uns 4 meses pra jogar 4 partidas, então havia já uma falta de interesse minha em joga-lo, mas forcei a barra pra ver se o jogo mostrava uma face mais agradável dessa vez. Foram duas partidas "fáceis" onde os Old Ones não tiveram chances. Eu sei, eu sei, o objetivo não é ganhar dos bichos, é vencer todos os jogadores na pontuação, mas não adianta, se o jogo pode ser "vencido", os jogadores vão querer faze-lo. Finalizamos com Brass: Lancashire nesse dia, e ai ficou claro pra onde o AuZtralia devia ir.
Terça-feira de carnaval foi dia de jogo e escolhi ensinar Brass: Lancashirepara a esposa do primo. Todos curtiram e fizeram ótima pontuação, mas eu fiquei pra trás (parece que a maldição-de-quem-ensina saiu do GWT e veio para o Brass).
No sábado jogamos Scythe, e foi dia de ensinar jogador novo. O fato do Kurten ser Gamer ajudou muito, e eu estava com a explicação afiada, então levei uns 15 minutos pra fazer o jogo andar rápido e fui dando detalhes ao longo da partida. Scythe é um jogo 8 ou 80, ou a partida é bem boa ou é bem mazomenos, e essa foi fraquinha. Talvez também fosse o caso estarmos em 3 que deixa o mapa meio aberto. Logo depois veio Ganges e joguei pela primeira vez com 4 players e tive a minha pior pontuação histórica em jogos com tema indiano.
A noite fomos dar o adeus a Player 4 Luderia, que infelizmente estava encerrando suas atividades. Fomos em 3 casais e rolou o clássico Codenames. Acabei percebendo que a versão com Palavras é muito mais difícil que a de Ibagens.
Uma semana se passou e jogamos novamente Ganges, um dos meus favoritos jogos de combo. Seguimos com Gugong, um jogo que eu ainda não tenho opinião.
Dei uma reorganizada na estante e deixei os jogos prediletos a vista. A idéia é ver a caixa do jogo com mais frequência pra provocar vontade de joga-lo. Deu certo! Eu e A Noiva um Viticulture e foi excelente joga-lo sem revisar regras nem nada, mesmo 1 ano depois da ultima partida. Quero esse TuscanyLudofy!!!!
No fim de semana invocamos um amigo do LANbarão (antigo grupo focado em jogos digitais) pra ver se ele curtia board games. Jogamos Ra e ele mesmo montou o setup da segunda partida… assim que eu gosto! Depois tivemos uma partida excelente de Wildlands e ficou claro que é o jogo para 4 players. Esperamos que o Xicão retorne pra mais jogatinas!
Wishlist
Depois de conhecer Railways of Nippon, jogar muito Brass, veio o KS do Age of Steam. Os custos pro Brasil são exorbitantes… será que vale a pena? Acompanhei toda a treta do Martin Wallace sobre copyright com Eagle Gryphon games até o seu desfecho e não cheguei a conclusão alguma hahaha
E agora que fui mordido pelo mosquito dos trenzinhos, será que vale pegar o tal Whistle Stop?
Procurando sobre pick up and delivery descobri o jogo Apex K-Truck Racer, um jogo brasileiro dentro de um universo original apocalíptico. Vou acompanhar.
Die hard, O JOGO? Vamos aguardar pra ver a bomba temática que vem por ai.
Nos próximos episódios: A Melhor Troca!