"Alguém está vindo! Voltem para a vila!" Kuwanan gritou e os camponeses então correram pela estrada. Ele e Takeaki prepararam seus arcos e assumiram posições defensivas sobre a ponte. "Se o Leão estiver finalmente lançando um ataque, deixe-o tentar tomar a vila de nós!" Ele posicionou uma flecha no arco e se preparou para mirar...

Vídeo com regras um pouco mais detalhadas aí em cima, e segue o textão.

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De forma bem resumida...
Este jogo possui 7 clãs distintos, e os jogadores devem escolher um deles para montar seus baralhos.
Assim, antes mesmo da partida começar, cada jogador já deve possuir:
• Um baralho de Dinastia: que possui os personagens do seu clã. Estas cartas nunca vão para sua mão.
• Um baralho de Conflito: com cartas que representam as tramóias e segredos do seu clã. Estas cartas formam a mão dos jogadores.
• Cinco Províncias: que são as terras de seu clã.
• Uma Fortaleza: que fica localizada em sua província mais importante.

Encurtando a preparação, você terá algo assim do seu lado da mesa.



O jogo é cheio de regrinhas, então vou passar um apanhado do turno aqui.
Você e seu oponente vão alternando turnos seguindo um padrão de rodada bem definido:

1. Recebam honra e joguem personagens.
Primeiro, cada jogador recebe moedas segundo sua fortaleza.
Então alternam jogadas jogando personagens de suas províncias para a área de jogo.

E aí vem uma regra legal. Todos os personagens nesse jogo são contratados, o que significa que ao pagar seu custo, ele ficará apenas um turno em jogo. Mas ao baixá-lo, você pode deixar moedas extras sobre ele para que ele fique mais tempo no campo de batalha.



2. Comprem cartas.
Agora, você e seu oponente usam seus seletores de honra para dizer quantas cartas querem comprar para sua mão.
Revelem, e quem escolheu o maior número deve entregar marcadores de honra igual a diferença entre os valores para seu adversário.



3. Batalhem.
Começando com o jogador da vez, organize um ataque. Isso leva a uma série de decisões como o elemento do ataque, tipo de ataque, onde é o ataque, com que personagens, etc...

Então primeiro, existem 5 Anéis em jogo, cada um referente a um elemento e com uma habilidade única. Escolha um dos anéis disponíveis para esta batalha.



Depois, vire o anel para decidir o tipo de ataque: vermelho para ataque militar, ou azul para ataque político.
Cada personagem em jogo possui um valor para cada tipo de ataque, e neste momento, você está definindo qual valor está valendo nesta batalha.



Então, escolha um local para atacar, colocando o anel sobre uma província adversária, e escolha os personagens que farão parte do ataque.
Em seguida, seu oponente escolhe personagens para defender.



Neste ponto, você e seu oponente se alternam jogando cartas e ativando ações para influenciar no resultado desta batalha.

Por fim, simplesmente somem o valor de ataque de cada personagem participante, do mesmo tipo de ataque escolhido no anel, e vejam quem possui o maior valor.
O vencedor recebe o anel. E se o vencedor for o atacante, ele pode ativar o efeito do anel.
Agora, se o vencedor for o atacante, e a diferença de poder entre ataque e defesa for igual ou maior que a defesa da província que está sendo atacada, ela é subjugada.

Feito o ataque, seu adversário pode realizar um ataque contra você, depois você realiza um segundo, e o adversário o segundo ataque dele.

4. Destino.
Ao final dos ataques, retire uma moeda de cada personagem seu. Se ele não possuir moedas para retirar, é movido para o descarte.



5. Limpeza.
E por último, vocês realizam uma fase de limpeza.
Prepare todos os personagens, reabasteça suas províncias e passe o marcador de primeiro jogador para seu adversário.



E isso foi apenas um turno da partida.

O jogo segue com você e seu adversário alternando turno, até que uma das 3 formas de finalização dispare.
• Se você subjugar 3 províncias adversárias, poderá atacar a fortaleza dele. E se você subjugar a província com a fortaleza adversária, você vence o jogo.
• Se você juntar 25 fichas de honra, você vence.
• Se seu adversário zerar em fichas de honra, você vence.



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E ok.
A grande verdade é que conheço esse jogo por baralhos alheios.
Acho a complexidade estratégica dele fantástica, mas o fato de ser voltado para dois jogadores, consumir um bom tempo, e precisar de mais caixas bases para uma construção de baralho efetiva acabam me afastando dele (logo comento sobre isso).
Basicamente L5R não é compatível com meus grupos mais recorrentes.
Mas como quem possui o jogo geralmente constrói mais de um baralho, sempre aproveito e entro na brincadeira de tabela.

Para mim, um dos pontos de destaque desse jogo é a imersão.
Sem contar a arte, que é maravilhosa, os textos e efeitos se enquadram perfeitamente ao tema do jogo. Você consegue sentir o peso das ações, a personalidade de cada personagem, e sua honra indo e vindo em cada decisão.
A construção de cada facção, as características de cada tipo de personagem, os tipos de efeito usados por cada tipo de personagem. Tudo foi pensado para que os jogadores realmente se sintam dentro do universo de L5R.

E se a imersão é boa, o que falar do gameplay.
Dentre os jogos desse tipo, acredito que L5R é o que possui as melhores decisões estratégicas no meio das partidas.

Ignorando completamente a própria construção do baralho, que já é bem estratégica, ainda decidimos quais personagens contratar, quanto investir para que eles fiquem em campo, quando usar as cartas da mão, onde atacar, de que forma, com qual elemento, com que personagens, como defender. E isso considerando 4 fases de ataques e defesas seguidas.
Aqui você encontra administração de recursos, administração de mão, e equilíbrio militar e político em um jogo só.

Aí entra um ponto que tende a ser negativo, mas que na verdade acaba sendo uma característica meio neutra neste jogo.
L5R tem um impacto inicial pesado, o que faz com que ele não seja tão receptivo à novos jogadores.
São muitas regrinhas, muitos pontos de decisão que realmente interferem na partida, e um universo inteiro para conhecer.

Já tive a chance de apresentar esse jogo para alguns amigos, e devo dizer que o cansaço no fim da partida é visível.
Até as regras se tornarem algo natural, a tendência é o jogo consumir sua energia turno a turno. E claro que ao final da partida sempre acaba rolando aquela análise sobre o que teria feito diferente, seguida por uma nova partida.
Acredito que não tenha como evitar esse processo, já que essa complexidade faz parte do jogo. Mas conforme você vai conhecendo o universo do L5R, o fluxo vai ficando mais claro, e o jogo chega a parecer mais leve do que realmente é.

E então chegamos a questão das vendas.
Um ponto muito bom em relação as caixas do jogo, seja base ou expansões, é que você sabe exatamente as cartas que vem em cada pacote.
Assim, os jogadores podem ter as mesmas cartas, e o que define a partida é a construção de baralhos e estilo de jogo. Nesse quesito acho L5R de longe o mais equilibrado do ramo.

Por outro lado, a caixa base é muito limitada.
Ela traz cartas das 7 facções do jogo, porém em um número muito reduzido.
Para completar um baralho você precisará usar todas as de uma facção, mais algumas cartas neutras. Assim, você ficará preso a 2 baralhos por vez.
Sem contar que a fase de construção dos baralhos é basicamente excluída nesse processo.

O que o pessoal vem fazendo para contornar isso é comprar 2 ou 3 caixas bases, e dividir a conta com amigos. Afinal, assim vocês conseguem material para vários baralhos, aproveitando ao máximo a construção dos mesmos, e já com um grupo de jogo fixo.

No fim.
Este é um jogo que depende de comunidade, ou de um grupo que queira realmente entrar no universo do L5R e aproveitar cada detalhe dele.
Não vejo como um jogo casual, apesar de ser muito divertido jogar de vez em quando com um baralho desconhecido.

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