Olá pessoal,
Meu nome é Marcos e faço parte da equipe da Funbox. A pré-venda do Carnival Zombie segunda edição começou e muitas pessoas têm escrito para a gente pedindo mais informações sobre o jogo. Logo, decidi falar um pouco sobre ele baseado na minha experiência pessoal com o jogo, abordando o gameplay básico do jogo e tentando focar em alguns pontos que o pessoal tem perguntado.
Arte da caixa de Carnival Zombie (Segunda edição)
Mas antes, a história de Carnival Zombie
A primeira edição do jogo é de 2013 e poucas cópias foram feitas. Segundo o pessoal da Albe Pavo, foi feita uma tiragem de menos de 500 unidades. Ainda assim, o jogo fez sucesso, foi muito elogiado e uma cópia caiu na mão do Tom Vasel, do Dice Tower. Ele adorou e disse que possivelmente era o melhor jogo de zumbi que ele já tinha jogado. Isso acabou contribuindo para todo um hype em cima do jogo.
Com as poucas cópias existentes no mercado, logo Carnival Zombie começou a ser vendido por preços cada vez maiores. Eu mesmo consegui o meu por um preço um pouco superior àquele que gostaria de ter pago na época (quem nunca?), em um leilão aqui mesmo na Ludopedia.
Enfim, isso tudo levou o pessoal da Albe Pavo a desenvolver uma segunda edição. Mas realmente eles não foram preguiçosos e muita coisa mudou, não só em termos de componentes, mas também em relação à rejogabilidade do jogo, mecânicas, duração do jogo e nível de dificuldade. Mas vamos ao que importa.
Resumo do jogo
Em Carnival Zombie, a cidade de Veneza está afundando, pois seus alicerces estavam apoiados no dorso de um Leviatã que agora acordou e trouxe os mortos com ele. O jogo é essencialmente um cooperativo (na edição deluxe temos alguns modos diferentes de jogo) onde temos que fugir de Veneza em três noites ou morremos. Durante a noite, o jogo é basicamente um tower defense, onde temos que nos proteger da horda de zumbis (e seus poderosos chefes) que vêm em nossa direção. Já durante o dia, andamos pela cidade de Veneza atrás de mantimentos, itens em geral, sobreviventes e uma rota de fuga!
Durante a noite, os personagens devem se proteger das hordas de zumbis que os cercam (miniaturas da segunda edição)
Cada personagem tem atributos próprios e um baralho único, o que torna cada personagem importante e útil de formas diferentes. Se quiser mais informações, o link a seguir mostra o gameplay da primeira edição onde o Rahdo mostra o básico do jogo:
https://www.youtube.com/watch?v=gDDBLNyHWCE&list=PLmQverenaaqIErpvuPKQkf88mP5kfbqz2
O fator sorte
Esta é uma das perguntas que mais estão fazendo e que achei interessante abordar aqui. Fora alguns eventos aleatórios (e algumas missões e finais, como o barco, por exemplo) que ocorrem de vez em quando na partida, o fator sorte neste jogo é bem baixo. O combate, por exemplo, não tem dados e basicamente é a estratégia do grupo que vai determinar quem vai atacar onde e como. Isso pode ser um fator positivo ou negativo, dependendo do seu gosto pessoal ou do seu grupo. Algumas pessoas adoram jogos com alto grau de aleatoriedade, enquanto outras nem tanto. De qualquer maneira, vá sabendo que em uma partida de Carnival Zombie vale mais o planejamento e o debate entre os jogadores.
Os finais do jogo
Um dos aspectos mais legais do jogo são os finais diferentes. Isso porque nós podemos tentar fugir de Veneza chamando um dirigível, fugindo pela ponte da cidade ou com um barco pelos canais da cidade. Nós podemos ainda tentar matar o Leviatã e salvar a cidade (eu nunca consegui). O que é legal é que cada final desse tem um setup diferente e um gameplay único, inclusive incorporando mecânicas que não estão presentes ao longo do jogo. O final com um barco mesmo tem uma mecância de push your luck bem interessante. Além disso, estes finais não são pré-determinados e os jogadores começam o jogo sem saber o que vai acontecer. Inclusive, nos jogos que joguei, era bem interessante quando era necessário mudar totalmente os planos. O aspecto cooperativo do jogo aparecia em forma de debates, sugestões e desespero dos jogadores.
Gameplay mostrando o final do barco, onde temos que navegar pelos canais (tabuleiros e componentes da primeira edição)
A mecânica da destreza
Os zumbis comuns são cubos neste jogo, enquanto os chefões-zumbis (junto com os personagens) são miniaturas. Eles são cubos por causa da mecânica de destreza do jogo. Nela, todos os cubos de zumbis que matamos na mesma ação devem ser colocados em cima de uma lápide. O problema é que é tanto zumbi, que uma hora fica difícil colocar mais cubo sem derrubar nenhum pra fora da lápide. E tudo que cai para fora...volta para o tabuleiro! Logo, não jogue com o seu amiguinho de mão suada. Já vi cubo indo para cima e não para baixo, acertando a lâmpada do teto e voltando.
Se derrubar o zumbi para fora da lápide, ele volta e continua pulando o carnaval!
Campanhas e Missões
Uma das novas adições ao jogo nesta segunda edição, são as missões que podemos tentar fazer. Assim como nos finais, as missões também têm um setup e gameplay únicos que acabam proporcionando uma maior rejogabilidade. Enquanto na edição básica vem quatro missões, a edição deluxe apresenta duas novas que se passam durante a Semana de Moda de Milão (porque melhor que zumbi, é zumbi bem vestido). Além disso, na edição deluxe também está incluído um modo competitivo e um modo traidor e que, justamente por isso, mudam totalmente a dinâmica básica do jogo. Aqui destaco a campanha na qual temos que usar as armas desenvolvidas por Leonardo da Vinci para conseguirmos cumprir nossos objetivos.
As mudanças da primeira para a segunda edição
O jogo agora está mais rápido, mais dinâmico e mais difícil quando comparado à primeira edição. Os modos de jogo e as novas possibilidades oferecidas pelas missões também dão a opção de jogar partidas mais curtas ou mais longas, dependendo da vontade dos jogadores.
Além disso, os componentes também sofreram um upgrade considerável, principalmente com a inclusão de miniaturas dos personagens e chefes-zumbis, que também aumentaram em número.
A evolução dos componentes. Aqui um dos chefes-zumbis. Do cone da primeira edição à miniatura da segunda
No link abaixo, o Rahdo joga um pouco e discute as diferenças da primeira para a segunda edição:
https://www.ludopedia.com.br/jogo/carnival-zombie-second-edition/videos/131607
OPINIÃO FINAL
Eu já joguei este jogo com jogadores que já estão no hobby faz tempo, e com pessoas que não têm o costume de jogar. Apesar destes grupos jogarem muitas vezes de forma diferente, algo que foi levantado por ambos é a experiência de jogo. Eu faço uma comparação de Carnival Zombie com jogos como o Fief (que jogo injustiçado!), o Robinson Crusoé e até o Pandemic Legacy. Mecanicamente, o Carnival Zombie não tem absolutamente nada a ver com estes jogos, mas a imersão e a experiência está ali. É aquele tipo de jogo que, quando você perde, fica imaginando depois o que poderia ter feito de forma diferente. Durante a partida, você tem momentos em que acha que já ganhou, para depois ficar pessimista, antes de voltar a ter alguma esperança novamente.
Obviamente, e como todo jogo, Carnival Zombie não é para todo mundo. Como eu disse anteriormente, se você procura mais aleatoriedade ou um jogo mais casual no momento, ou ainda não gosta de jogos cooperativos, então talvez Carnival Zombie não seja para você. Mas se você ou seu grupo procura por algo imersivo ou um cooperativo que de fato as ações dos seus colegas irão influenciar na sua tomada de decisão, vale a pena dar uma olhada no que o jogo tem a oferecer.
Para terminar, segue um link com outra opinião sobre o jogo, em português:
https://www.ludopedia.com.br/jogo/carnival-zombie-second-edition/videos/131604
Era isso, pessoal. Espero que de alguma forma eu tenha mostrado um pouco mais do jogo. Valeu!