Olá galera, de volta com mais uma resenha para vocês, dessa vez trazendo um jogo de alocação de dados, o qual eu ouvia falar muito bem, tanto pela sua beleza quanto pela sua jogabilidade. Para a resenha de hoje lhes apresento o tão conhecido Sagrada.
Sobre o Jogo
Sagada é um jogo para 1 a 4 jogadores, com tempo médio de 40 minutos por partida e que traz como as suas principais mecânicas a rolagem de dados, colecionar componentes e um sistema de alocação de dados. O jogo foi criado pelos designers Daryl Andrews e Adrian Adamescu e lançado no ano de 2017, e no ano de 2018 pela Galápagos Jogos aqui no Brasil.
Playboard com alguns dados alocados.
Em Sagrada, cada jogador é um artista que está criando um belo vitral para a Sagrada Família, para isso, eles deverão usar peças de vidros que são representados por dados com cores e numerações diferentes. Cada jogador tem um plano de como ele quer montar o seu vitral, e os jogadores terão que ir alocando seus dados no seu painel (playboard) para formar a imagem que ele escolheu fazer, mas ele deve respeitar algumas regras na hora de montar esse painel.
No começo do jogo, cada jogador recebe sua moldura de janela e cartas de modelos de vitrais, ele deve escolher uma dessas cartas para montar. Essas cartas de molduras têm números e cores em locais diferentes, e essas informações são bem importantes, pois existem um nível de dificuldade de se montar diferentes tipos de janelas no jogo, logo, o jogador deve escolher bem qual quer montar, pois janelas mais simples valem menos pontos no final da partida.
Versos de cartas e dados do jogo.
Após selecionar o seu modelo de janela, os jogadores vão colocar os 90 dados que acompanham o jogo na bolsa e sortear uma quantidade de dados que serão usados na rodada, essa quantidade de dados é variável de acordo com a quantidade de jogadores na mesa. Os dados sorteados serão aqueles que estarão disponíveis a todos os jogadores na mesa para montar o seu vitral. Na vez do jogador, ele deve selecionar um dos dados disponíveis na rodada e aloca-lo em sua janela, o jogador deve sempre respeitar algumas regras, tais como, sempre iniciar a alocação pelas bordas ou adjacente a outro dado, nunca colocar dados com números ou cores iguais adjacentes uns ao outros, entre algumas outras regrinhas, pode parecer simples (e até que é simples), mas após você ter alguns dados na sua janela, essas regrinhas começam a embaralhar a sua cabeça e você pode acabar cometendo algum erro de alocação.
Dados do jogo.
Além da ação de alocação de dados, os jogadores podem usar alguma das cartas de ferramentas que são adicionadas no início do jogo aleatoriamente, essas cartas de ferramentas têm efeitos variados que vão ajudar o jogador de alguma forma. No entanto, a quantidade de vezes que o jogador pode ter acesso às cartas de ferramentas é limitada pelos seus marcadores de benefício, cada jogador começa o jogo com uma determinada quantidade deles, e ele os usa para ativar as cartas.
Após dez rodadas de jogo, a partida chega ao fim, e o jogador que tiver marcado mais pontos durante a partida se torna o ganhador. Esses pontos podem ser contados de várias formas, desde pela quantidade de dados alocados no seu painel, marcadores de benefícios não utilizados e cartas de objetivos.
Componentes
Sagrada é um jogo com vários componentes, todos eles bem bonitos e de uma qualidade muito boa. O jogo possui 90 dados que são usados pelos jogadores para a alocação no seu vitral, esses dados são bem coloridos e ficam muito bonitos quando estão no playboard do jogador. O playboard é outro item interessante desse jogo, além de possuir uma arte muito bacana, ele é bem rígido e feito de uma forma que dá para colocar a sua carta de projeto no meio dele, assim a carta fica à mostra exatamente nos quadros na frente do seu playboard. Outro ponto legal é que o playboard também possui espaços que alocam seus dados bem direitinho, para que eles não fiquem soltos ou venham a se desorganizar facilmente.
Playboard.
Uma pequena ressalva que eu tenho é somente sobre a questão de um quesito nos dados, essa é uma questão pessoal, e não influencia em nada no gameplay ou no jogo, mas se os dados presentes no jogo fossem de um tamanho mediano eu acharia mais interessante, porém, eu sei que se os dados fossem desse tamanho teriam que ser alterados muitos componentes no jogo. Mas como eu falei, é uma questão de gosto pessoal, acho que o jogo ficaria ainda mais bonito e vistoso com dados de tamanho mediano.
Agora quanto a arte do jogo, o Sagrada traz artes que remetem muito bem ao tempo em que se está passando o jogo (acho que por volta dos anos 1800), seus playboards, cartas e demais marcadores trazem traços que além de serem muito bonitos, possuem cores bastante fortes e vivas, o que contrasta muito bem com a variedade de cores dos dados quando estão no jogo.
Considerações
Sagrada é um jogo bastante fácil, rápido e com um bom nível de estratégia envolvida nas escolhas dos jogadores. À primeira vista, algumas das suas regrinhas sobre a alocação de dados podem ficar meio confusas para alguns jogadores, e pode acontecer de um jogador alocar um dado de forma irregular nas primeiras partidas, porém acredito que seja normal. Aqui mesmo no grupo, dois jogadores alocaram dados de forma errada, e somente depois que eles perceberam que estavam errados, portanto, essas regrinhas de alocação de dados, mesmo que sejam simples, podem meio que dificultar ou acabar sendo esquecidas pelos jogadores durante a primeira ou segunda partida.
Cartas de ferramentas.
No jogo, por mais que exista um pequeno fator sorte devido a rolagem de dados, eu acredito que ele é bem controlado, pois os jogadores podem usar as cartas de ferramentas para mudar ou rolar algum dado novamente, além disso, as cores e valores dos dados fazem parte da estratégia do jogo, então é só fica esperto nos dados mais prioritários para você e tentar pegá-los logo, pois assim, além de você se beneficiar com o dado, você ainda pode cortar a ação de outro jogador.
Cartas de objetivos públicos.
Um ponto interessante que achei no jogo é que o próprio jogador estipula o nível de dificuldade em que ele quer jogar a partida, pois quando a partida é iniciada, os jogadores recebem suas cartas de projetos, essas cartas têm níveis de dificuldade impressos nelas, então cabe ao jogador escolher qual projeto ele quer seguir e qual carta ele vai querer montar durante a partida. Porém, por mais que um jogador esteja usando cartas com nível de dificuldade maior, ele vai receber apenas alguns pontos a mais de benefício, lhe possibilitando assim ter mais acesso às cartas de ferramentas.
Por fim, o Sagrada é um jogo fascinante, bonito e que pode ser apresentado a qualquer tipo de jogador, inclusive novatos, se eu não me engano ele concorreu com o Azul pelo prêmio de melhor jogo do ano, e a meu ver ele deveria ter levado esse prêmio para casa, mas é uma questão de gosto pessoal.
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