RMaia8::Grand0rbiter::Ovatsug Rednal::Eu joguei só uma vez. Como adoro o tema achei q ia ser um dos meus jogos preferidos.
Mas acabou se revelando uma alocação de trabalhadores gourmet extremamente burocrático e cheio de exceções e detalhezinhos pra parecer dar profundidade.
Eu até jogaria de novo, mas tô realmente longe de ter curtido.
Sei q sou exceção e a maioria acha um jogão, mas foi a impressão que tive.
Não é exceção, não. Não é a primeira vez que leio sobre Anachrony ser burocrático e chato.
Sabe o que eu acho? Que se fosse um jogo que estivesse disponível por 200 reais em 10x no cartão de crédito na Livraria Cultura a galera estaria geral ovacionando, dizendo que é o melhor worker placement do mundo, etc e etc. Como é um jogo caro com um frete desproporcionalmente caro e sem perspectiva alguma de sair no Brasil a galera prefere o caminho confortável: se convencer a não gostar.
Minha recomendação seria, especialmente pro @Ovatsug Rednal, experimentar mais uma vez o jogo com algum grupo em que consigam explicar o jogo com propriedade pra que ele jogue (1) com as regras corretas (se o cara acha que o movimento de itens na linha do tempo é "como qualquer outro sistema de empréstimo" ele claramente recebeu uma explicação abaixo de ruim), e (2) com uma explicação com peso no tema e conteúdo do jogo, como o Butilheiro fez nesse review. Em um tsunami de "worker" placements genéricos no mercado, bonitinhos mas ordinários, e considerando esse nosso mercado local que compra 99.9% baseado em hype, pode acreditar que Anachrony é uma luz de esperança. Anachrony é o tipo de jogo que requer dedicação - assim como Agra, Feudum, Dominant Species - e não vai clicar na primeira tentativa, muito menos lendo dois ou três reviews tendenciosos, que vão ter mil motivos (duvidosos) pra encher The Climbers ou Root de elogios.
Em tempo: Dominant Species é mais genial. Root é mais original. Mas worker placement com a quantidade de tema que temos aqui, e tão bem amarrado às mecânicas, num pacote de produção desse nível... vale pelo menos o "respeito" de não desistir na primeira viagem.
Joguem com o Butilheiro. Ele vai presentear aqueles que tiverem a oportunidade com uma explicação temática à altura desse monstro!
Meu caro. esse seu argumento (de que muitos jogadores desprezam jogos caros por não poderem pagá-los ou por preferirem jogos mais baratos) serve para os dois lados.
Muitos também sobrevalorizam jogos por serem caros, justamente para justificar o investimento financeiro feito sobre o jogo. Tá cheio de jogador\colecionador desse tipo por aí (principalmente no mundo dos euros): enaltece determinados jogos e os mantém na coleção por serem importados, raros e caros. E desprezam ótimos jogos por terem versões nacionais e serem baratos.
O engraçado é que, quando há lançamento nacional dos jogos que antes eram caros, estes misteriosamente vão sumindo das coleções desse pessoal (colocam à venda ou trocam). E esse pessoal vai aos poucos deixando de falar (e jogar) sobre estes jogos. Claro que não é a regra, mas aposto que muita gente conhece jogadores/colecionadores deste tipo!
Assim como há o culto ao novo, há também o culto ao "raro e caro". O pessoal desse culto se interessa mais por ter algo que outros não têm (e exibi-lo) do que propriamente por aproveitar os jogos. É o lado consumista do hobby.
Anachrony é um bom jogo (já o joguei 6 vezes antes que me ataquem dizendo que não joguei o suficiente), mas não tem nada de especial, a não ser o tema e a produção (miniaturas).
E sim: o sistema de viagem no tempo é um sistema de empréstimo.
Na minha humilde opinião, não vale o preço cobrado (talvez justamente por ser "super produzido").