Nos dias 22 e 23 de setembro aconteceu a quinta edição do Diversão Offline, dessa vez no Rio de Janeiro. E exatamente como foi com a edição de São Paulo, o review chega agora, 5 meses depois, mas antes tarde do que nunca!
Para mim a diversão começou já na sexta-feira. Fui encontrar uns amigos na GOB (A Game ofBoards, para quem não conhece, é uma loja bem bacana que tem um espaço muito bom para se jogar). De cara foram 3 jogos nunca jogados, o protótipo do Teseu e dois recém lançamentos da Conclave, Flamme Rouge e Captain Sonar. Captain Sonar foi de longe o mais divertido, por envolver 2 times de 4 jogadores cada. O meu time tinha como capitão o Renato (da Geeks N’ Orcs), o Paulo (do Covil dos Jogos), o Rafael (da Mandala) e eu como a operadora de rádio. O outro time tinha o Thales (da Geeks N’ Orcs) como capitão, o Jean (do Covil dos Jogos), o Eduardo e o Luis Paulo (RedMeeple).

No jogo cada time representa um submarino, e tem como objetivo abater o submarino inimigo. Além do capitão, que tem a função de movimentar o submarino, ainda tem o imediato que controla os sistemas do submarino e avisa quando as armas estão prontas para serem utilizadas, o engenheiro que controla os danos no submarino e o operador de rádio, que presta atenção nos movimentos do submarino inimigo para tentar descobrir a posição dele.
Nós jogamos no modo simultâneo, o que gera um caos absoluto. Eu precisaria de mais umas partidas para pegar o jeito. O único problema que eu vejo para esse jogo é conseguir 8 pessoas para jogar, muito embora seja possível jogar no modo turno-por-turno com menos jogadores, inclusive até 1 por time. Mas definitivamente o mais divertido é jogar em 8 pessoas.
No sábado eu cheguei logo às 10h para poder jogar alguns jogos com mais tranquilidade. Primeiro dei uma volta por todos os stands para matar a curiosidade inicial!
Uma questão comentada por muitos sobre as edições passadas do DOFF Rio é que o evento era dividido em 2 andares, o que dificultava as pessoas a se encontrarem. Nessa edição eles alocaram o evento em um outro espaço que possibilitou ficar tudo no mesmo andar. Realmente foi muito bom.

Eu senti a falta das meninas, por outro lado, estar sozinha me possibilitou jogar bastante, conversar com as pessoas e sair à noite para bater papo com o pessoal.
Primeiramente eu fui no stand da Galápagos, pois queria muito jogar o Sagrada e o Scarabaya. Infelizmente o Scarabaya ainda não estava montado e todas as outras vezes em que passei pelo stand estava sempre com fila para jogar. Mas consegui jogar o Sagrada, que foi paixão à primeira vista e o Dragon Castle, que é um jogo muito interessante. A Galápagos também estava com diversos jogos a serem lançados, como o Gizmos e Reef que foram os que mais me chamaram a atenção. Mas deixei para jogá-los no domingo, só que para o meu azar, eles fizeram uma rotação de jogos disponíveis e os mesmos não estavam mais no dia seguinte.

Na Meeple BR foi onde eu joguei mais jogos. Discoveries foram duas partidas, sendo a primeira com um casal de amigos do Rio que eu já conheço de longa data, e agora eles estão super ligados em jogos de tabuleiro. Depois joguei o CIV – Carta Impera Victoria, duas vezes também e o Pequeno Príncipe. Os jogos são bem diferentes entre si, e todos foram do meu agrado. Discoveries é um jogo envolvendo dados, CIV um jogo de cartas e o Pequeno Príncipe um tile placement. Interessante esse último que apesar de parecer ser um jogo para crianças, ele pode ser bem fura olho e é preciso tomar cuidado ao jogar com as crianças para não as prejudicar demais em uma partida.

A Meeple BR ainda estava com o lançamento da expansão Prelude para TerraformingMars e anunciou os próximos lançamentos: Parque dos Dinossauros, Newton e Arquitetos do Reino Ocidental.

Na Red Box tive a oportunidade de jogar o Tsukiji, do Leandro Pires. O jogo é muito bom e fiquei triste por não ter dado atenção ao jogo na época do financiamento coletivo. Embora vendo agora a demora para o jogo ser entregue fico feliz em poder esperar o jogo chegar nas lojas.

A Mandala estava em uma sala a parte, e achei que ela ficou um pouco escondida. Na primeira passada pelo salão senti a falta deles, e não consegui achá-los. Eles estavam com dois lançamentos interessantes que pude testar. O Costa Ruana e o NotAlone. O primeiro é um jogo de cartas muito interessante, e com uma arte linda. Em Costa Ruana os jogadores são nativos que tentam recuperar as pérolas que foram distribuídas pelas ilhas e que agora correm o risco de serem tomadas por piratas. Dependendo do número de jogadores teremos uma certa quantidade de ilhas e pérolas em cada uma delas. Cada jogador inicia com 3 nativos nas ilhas. Nas 5 rodadas do jogo são jogadas 2 cartas, uma aberta e uma fechada. Começando pelo primeiro jogador, que representa o papel do Xamã, ele joga uma carta aberta, para si mesmo ou para outro jogador. Na sequência todos os outros jogadores fazem o mesmo. Depois o Xamã joga uma carta fechada, novamente para si ou para qualquer outro jogador, e assim todos o fazem. E por fim cada jogador coloca um dos seus nativos em uma das cartas com o intuito de copiar o efeito dela. As cartas têm 4 efeitos diferentes, em 4 cores. É possível mover uma pérola, retirar nativos das ilhas, colocar nativos nas ilhas e mover nativos. O Xamã escolhe as duas cores das cartas que serão ativadas e todos abrem as cartas fechadas. As cores não ativadas são descartadas, e um a um são resolvidas as cartas na frente de cada jogador. Por fim, é verificado em cada ilha quem tem o controle da mesma para levar uma pérola. No fim do jogo as pérolas valem 2 pontos e nativos não alocados nas ilhas valem 1 ponto. Aquele que obteve mais pontos é o vencedor. É bem interessante como você tem que prestar a atenção e tentar adivinhar as cores que o Xamã irá escolher, além de definir que cartas usar para si ou jogar em outro jogador.
O NotAlone não me chamou tanto a atenção, mas é interessante por ser um jogo assimétrico. Um jogador será uma entidade alienígena enquanto os outros jogadores serão a tripulação de uma nave que caiu no planeta Artemiae está espera de ser resgatada. Enquanto isso eles exploram o planeta. É basicamente um jogo de gato e rato, onde os tripulantes têm que sobreviver as investidas do alienígena até que sejam resgatados sem morrer no processo. Cada jogador tem as mesmas cartas, e em cada rodada cada um escolhe secretamente qual usar. O alienígena também tem suas próprias cartas, e ele tenta adivinhar quais cartas serão escolhidas e bloquear os seus efeitos. Embora eu tenha jogado somente uma vez, me pareceu que o alienígena tem uma vantagem sobre os outros jogadores, mas realmente seria preciso bem mais partidas para ter essa certeza.
Vale destacar a área de protótipos, organizada pelo pessoal do Mansão das Peças. Tinha muito jogo interessante, e o local estava sempre movimentado. Eu tive a oportunidade de jogar 3 protótipos. Sobrevivência na Amazônia, que é um jogo bem interessante para jogar com crianças e ensinar um pouco sobre a fauna e a flora da Amazônia e de quebra um pouco das entidades folclóricas da floresta. O jogo foi financiado no final de 2018 e está em produção, com previsão de entrega para março de 2019.

Também joguei o Lunetas e o Sereias, ambos da Sabrina do Valle e do Jorge Luis Rocha. Eu adorei os dois jogos. O Lunetas ainda está numa fase mais de protótipo mesmo, e me lembrou bastante o Set.Na mesa se tem diversos tiles formando um céu, com diversos padrões de estrelas, e na mão cada jogador tem as constelações que precisam achar, em 3 níveis diferentes. Na sua vez o jogador tem que identificar uma constelação, pegar os tiles que fazem parte dessa constelação e pegar uma nova, e assim até acabarem os tiles. No final, quem fizer mais pontos é o vencedor. Acho jogos de reconhecimento de padrão muito interessantes, especialmente para jogar com crianças. Além disso, o tema é bem bacana.

Já o Sereias está mais desenvolvido, inclusive com a arte final. Ele será lançado pela PotatoCats. É um jogo de cartas, com coleção de componentes, gestão de mão e toma essa. Os jogadores são regentes musicais das Sereias, que com seu belo canto são capazes de capturar as embarcações que passam pela costa. Cada embarcação é mais suscetível ao canto de um tipo de sereia.Além disso existem cartas que podem atrapalhar os adversários ou ajudar as suas sereias. Um jogo rápido, interessante, e com ilustrações bem bacanas. A PotatoCats estava no stand em conjunto com a Geeks n’ Orcs, e definitivamente era o stand mais animado em grande parte devido a presença do pessoal do Covil dos Jogos.

A Conclave estava com dois espaços distintos, sendo um deles específico para jogos infantis a serem jogados por crianças e família. Achei uma sacada incrível deles, e o stand como não poderia deixar de ser foi um sucesso absoluto. Inclusive eles estavam com o novo lançamento deles da Haba, o RhinoHero. Espero que no DOFF de São Paulo eles mantenham essa configuração e disponibilizem um espaço para família e crianças jogarem. Infelizmente não consegui jogar o Ethnos, outro lançamento, que eu estava de olho. As mesas estavam sempre cheias, e acabei não querendo esperar nenhuma das vezes que passei por ali.

A LudensSpirit estava com o Grasse e com o Abstratus. O pessoal podia jogar o Grasse contra a Bianca e o Moisés, autores do jogo. Como eu já tinha jogado duas vezes anteriormente e financiei o jogo, acabei não indo jogar. O Abstratus eu não conhecia, e só fui ficar sabendo depois que jogo incrível ele é. Minhas filhas já até tinham jogado no DOFF SP.
Senti falta da Paper Games e da Ludofy, embora soubesse de antemão que eles não estariam no evento. São duas editoras que tem jogos que combinam bastante com o estilo do meu grupo de jogos e gostaria de ter visto seus lançamentos. Espero que eles estejam em São Paulo.
Infelizmente o final de semana passou rápido demais, e na segunda-feira à noite eu já estava de volta a Campinas. Agora é contagem regressiva para o Diversão Offline em São Paulo, dias 27 e 28 de abril. Os passaportes para os dois dias já estão comprados, e dessa vez Dora e Nina estarão comigo.