RenanVio::Pessoal, vou te falar, quando toca essa música do começo eu penso que tenho que ter atenção por que é hora da revisão.
Eu sou o mesmo Renan que mandou mensagem pelo Instagram! Acho que na pressa de ser atendido no consultório odontológico meu texto parece que não ficou tão claro quanto eu gostaria, mas quando expus a ligação com o autor, e utilizando a música clássica como exemplo, quis me referir a uma forma possível de pensar estilo. Mas no fim isso já está bem definido musicalmente, e é o que eu expus ao longo do texto.
Primeiramente já aviso que concordo com a proposta do PH de utilizar o estilo mas, os estilos surgem ao longo da história da música e aquela que é mais datada até hoje é a música clássica. Vou exemplificar essa diferença entre estilo e gênero: o estilo contrapontistico barroco foi implementado em vários gêneros ao longo da história da música, no choro, no jazz, na MPB, etc. Assim como a mecânica draft pode ser implementada em jogos distintos. Classificar por estilo e gênero é totalmente válido, mas o ponto é entender o que significam. No caso eu discordo de que a música clássica tenha poucos autores e isso não vem ao caso, mas que, por exemplo em uma obra clássica espanhola existem estilos diferentes que tratam de harmonização, cadência, linha melódica, as misturas de estilo tornam reconhecíveis o gênero espanhol e assim adentra outros gêneros como o modão que por vezes utiliza a cadência no mesmo estilo espanhol.
Sei que esse papo tá muito musical, e nem é minha intenção falar de música, mas de deixar clara essa relação musical gênero e estilo podem contribuir nas classificações. Por isso no final do meu texto disse que rolar o dado seria um estilo, pois é uma ação padrão, objetiva e reconhecível. Mas dentro do gênero assume características diversas. E claro, afunilando mais, reconhecer o estilo mais abordado pelo autor tornando reconhecível o seu gênero e escolhas.
Desculpem pelo texto longo, espero ter conseguido explicar melhor o texto anterior e demonstrar que concordo em classificar por gênero e estilo, mas que estilo não é algo tão genérico, ele é palpável e adentra os diversos gêneros!
Um grande abraço!
Já ganhou!
Fala Renan! Beleza? Obrigado pela conversa!
Então, acho que entendi sim o que você quis dizer na primeira mensagem, mas acredito que a visão de estilo da música erudita não é o único possível, nem mesmo em se tratando de uma visão acadêmica. Cursei música popular e uma das questões importantes que permeavam a prática da pesquisa nessa área era justamente se é possível transpormos literalmente os conceitos que vinham da música erudita pra falar de outros tipos, especialmente relacionados à música de massa, mas também ao jazz e a música instrumental brasileira. O estudo acadêmico da música popular é super recente, assim como nossos conceitos relacionados a jogos modernos ainda estão se consolidando. Era comum na época da faculdade a gente se referir a estilo de uma maneira diferente, mais como um grupo dentro de um gênero ou subgênero e não da maneira como a música erudita utiliza.
Lembro de uma certa vez, classificando uma banda que gosto muito (e já virou trilha do Tabulices), o 'Tool', num trabalho da faculdade, classificar seu gênero como 'rock´, seu subgênero como 'metal alternativo' e seu estilo como ´progressivo´ (já se passaram uns bons 10 anos, então não tenho certeza se era isso, mas acho que dá pra entender mais ou menos). Usar o estilo dessa maneira (assim como para falar sobre características de um autor) é bastante comum na música popular, também fora das universidades. Acho que dá pra perceber por aí, como esse buraco de nomenclaturas de conceitos é fundo, podemos até presenciar isso em outros conceitos musicais, por exemplo o de 'cadência', que me lembro de ser utilizado de pelo menos três maneiras diferentes: a cadência harmônica, que diz respeito a progressões de acordes, a cadência virtuosística (famosa
cadenza), que tem mais a ver com forma,
e na música brasileira se utiliza a palavra cadência para algo mais relacionado ao andamento.
No fim o que quero dizer é que, mais importante do que a palavra especificamente, o legal é definirmos bem o que queremos dizer com esses conceitos pra que o significado aplicado seja coerente. Talvez a palavra estilo não seja realmente a mais indicada nesse caso, mas acho que em se tratando de jogos de tabuleiro modernos, que são um produto comercial, fabricados e distribuídos mundialmente pra uma enorme quantidade de pessoas (apesar do nicho), acredito que o jargão da música popular possa se adequar até melhor. Independente disso, não sou eu que vou ditar essas regras haha, estou apenas dando alguns pitacos pra tentar esquentar a conversa, então cabe a todos nós continuarmos essa discussão pra quem sabe um dia esses conceitos se consolidarem.
Ah, e sobre existirem pouco compositores eruditos, claro que estou comparando com artistas da música popular. Acho que dá pra citar mais bandas de funk psicodélico dos anos 60 ou duplas sertanejas de raiz do que todos os compositores do período clássico que são estudados hoje em dia

. Mesmo em se tratando de música erudita contemporânea, a quantidade de compositores minimamente relevantes ainda é super pequeno em comparação aos gêneros da música popular. É claro que nada disso que estou falando tem a ver com julgamento de valor, apenas estou falando de quantidades e um mínimo de relevância...
Valeu mano, grande abraço!