"Nos confins do império, quatro Barões lutam pelo poder. Com seus exércitos de cavaleiros, eles ampliam seus territórios, constroem vilas, fortalezas e cidades. Ao final desta corrida pelo poder, um deles se tornará Rei."
Regras mais detalhadas no vídeo aí em cima, comentários no texto aí em baixo.
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Meu primeiro contato com este jogo foi meio confuso. Cinco pessoas numa luderia, só uma já tinha jogado Barony, e isso há muito tempo então ela não lembrada das regras. Resolvemos ler as regras em voz alta e torcer para a partida correr bem. Começou e ninguém sabia o que estava fazendo, muitas pausas para ver os detalhes das ações. Mas da metade pra frente a partida começou a engrenar.
Foi então que descobri que precisava de uma cópia de Barony na minha coleção.
Em resumo.
No seu turno você pode realizar uma das seis ações disponíveis:
1 - Recrutar: Coloque unidades no mapa;
2 - Movimentar: Mova até duas unidades, um espaço cada;
3 - Construir vilas ou fortalezas: Troca unidades no mapa por vilas ou fortalezas, e recebe fichas de pontuação;
4 - Construir cidade: Troca uma vila por uma Cidade;
5 - Expedição: Devolva uma unidade da sua reserva para a caixa do jogo, e coloque outra unidade da reserva em qualquer borda livre do mapa;
6 - Pontuar: Troque fichas por uma posição na trilha de pontuação.
A ficha de ajuda que vem com o jogo é bem poluída e faz ele parecer muito mais complexo do que realmente é.
E a regra mais importante da partida: Se existem duas miniaturas de um jogador em um local, ninguém mais pode estar nele.
É assim que você se protege (com duas miniaturas ninguém mais pode entrar na área) e conquista territórios (Se você entra com uma segunda miniatura em um local com adversários, você destrói as miniaturas deles).
Tem mais alguns detalhes em relação ao terreno e construções, como não conseguir entrar em lagos, nem passar por montanhas se já existir uma miniatura adversária lá, ou a proibição da construção de cidades em florestas...
Mas seguindo, o jogo termina quando um jogador chegar/passar de 60 pontos. Então todos somam sua pontuação na trilha mais um pequeno bônus por qualquer ficha de pontuação que não tenha sido trocada com a ação de Pontuar. E para variar a maior pontuação vence.
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Eu sempre curti jogos com essa pegada medieval, de movimentar cavaleiro e controlar territórios. E sempre senti falta de jogos que apresentassem formas de bloqueio como construção de muralhas.
Do outro lado, também curto jogos abstratos, com mínimo de sorte, mesmo que a maioria seja voltado a 2 jogadores e meu grupo está sempre no 5+.
Então deu para ver que aquela primeira partida confusa foi uma luz na minha vida.
A ideia de muralhas entra no jogo no momento em que você percebe que não pode passar por lagos, nem em montanhas com unidades adversárias, nem em fortalezas ou cidades adversárias. Simplesmente não há como destruir estas estruturas, então no momento que elas entram em jogo você já sabe que elas vão permanecer lá. Um bom posicionamento pode criar um reino com poucas brechas para o adversário.
Neste exemplo aí em cima, as setas vermelhas indicam as falhas na muralha.
Como contra medida, o jogo foi feito de forma que seu território é grande demais para ser totalmente defendido. Nas partidas que presenciei sempre existiam brechas, por mais brilhante que fosse a construção. E você não consegue pontuação se não sair do conforto das suas muralhas.
Realmente achei genial a forma como a mecânica do jogo se equilibra.
Só de achar estas características eu já passei a gostar do jogo. Mas ele ainda tem uma expansão para 5 jogadores, turnos muito rápidos limitados a uma única ação simples e um visual que curti muito.
E agora a parte divertida, apesar de tudo isso o jogo tem falhas graves.
Como falei no fim do vídeo, chega um momento em que você percebe que não tem mais chance de vencer.
Apesar de não parecer, este é um jogo de eficiência. Por exemplo, em uma ação de construir vilas você pode gastar um turno para retirar 1 cavaleiro do mapa e construir 1 vila, recebendo a pontuação dela, ou retirar 7 e construir 7 numa tacada só, recebendo a pontuação de todas. Certamente quanto mais melhor, e tudo depende do seu posicionamento no mapa. Mas por conta destes detalhes a pontuação de um jogador pode disparar na frente. E dependendo dos outros jogadores ainda pode rolar um "king maker".
O jogo não tem defesa contra isso, e por detalhes assim os jogadores que já conhecem o jogo tem clara vantagem sobre novatos.
Sei que é uma coisa bem negativa e que estraga a jogatina para muitas pessoas, mas nas mesas em que joguei não teve efeito.
Para ter uma ideia, minha última partida foi com 5 jogadores, 3 estavam conhecendo o jogo. Eu me soltei e joguei para quebrar. Por conhecer o grupo já tinha noção de que eles iam analisar tudo que eu fizesse e usar contra mim em partidas futuras. No fim da partida houve a bendita diferença de pontuação, mas acompanhada de comentários como "perdi feio, mas gostei muito do jogo", ou "realmente me senti bem jogando" ou mesmo "fiz muita besteira, mas quero outra partida".
Esse é um sentimento que Barony vem mostrando nas minhas mesas. A diversão está na administração das ações e no controle de área.
Se for comparar, em boa parte dos jogos você sente o efeito de realização ao vencer a partida, já em Barony essa realização vem aos poucos em pequenos feitos ou eventos que ocorrem entre os jogadores durante o jogo.
Então sim, reconheço que o jogo tem falhas pesadas que afastam jogadores, não recomendo jogar com pessoas muito competitivas por conta disso. Mas ele conseguiu tapar uma falta que eu tinha em outros jogos. É bem pessoal, mas curto muito cada partida!!!
Vou deixar a expansão para o próximo vídeo porque ela merece...
o/
O jogo é muito bom, absolutamente estratégico. Entre jogadores experientes, um pequeno detalhe pode fazer a diferença. Em muitas partidas que joguei, a jogada que definiu o vencedor teria o segundo colocado fechando o jogo na sequência.