Sim, um post de primeiras impressões. Então, aprecie com moderação, com um ou os dois pés atrás.
Honshu tem muito em pouca coisa. Os componentes do jogo são 60 cartas numeradas de 1 a 60 com 6 áreas em cada uma (cidade, floresta, lago, desertos, fábricas e áreas que fornecem recursos para essas fábricas). Há uma pequena quantidade de 4 tipos de recurso (pedra, madeira, peixe e ouro).
O jogo acontece em 12 rodadas. Sua mão inicial são 6 cartas. Você usa 3 delas nos turnos e passa as outras 3 para o coleguinha do lado. Depois de usar 6 cartas, você ganha mais 6 e repete esse processo com o coleguinha do outro lado.
O turno é feito da seguinte maneira:
1) Há um leilão pela ordem do turno. Você escolhe uma de suas cartas e os valores das cartas dos jogadores determinarão a ordem de escolha das cartas disponíveis (usadas no leilão). Nesse momento, é possível acrescentar um tipo de recurso seu para incrementar em 60 ao valor da sua carta.
2) Na sua vez, você escolhe uma das cartas e coloca por cima ou por baixo de pelo menos uma área no seu território.
3) Se houver uma área que forneça recurso, você só o recebe, desde que a área esteja descoberta e se ainda exista o recurso na reserva.
4) A ordem de escolha das cartas também será a ordem de lance do próximo leilão.
Cada área pontua de um jeito diferente:
Só sua maior cidade pontua (1/área)
Florestas pontuam por existir (2/área)
Lago pontua a partir da 2ª área contínua (3/área)
Fábricas pontuam de acordo com o indicado nelas, desde que você coloque o respectivo recurso.
Desertos não pontuam, mas servem como critério de desempate.
A cada partida você puxa uma carta que altera uma das regras que coloquei acima.
Quanto joguei, a regra alterada era: cada fábrica aceita até dois recursos (na regra normal o limite é 1).
Dito isso, é um jogo que lembra um pouco Isle of Skye, porque você só constrói no seu território, mas lá tem uma especulação imobiliária terrível e aqui, em geral, não é tão caro o preço dos tiles (cartas) que você precisa. E aqui acaba a semelhança ente os dois jogos. Para quem foge de jogos com sorte, aviso que há, sim, sorte nas cartas que você recebe, mas você vai usufruir ou lamentar apenas por 50% daquilo que você recebeu. Logo, o que você sente é que não pode se dar o luxo de guardar aquela carta para uma grande reviravolta. Você não vai querer passar a oportunidade para o colega do lado.
Não senti que se ganha vantagem por ser mais experiente. A maior vantagem é de quem tem inteligência espacial e consegue maximizar (ou fazer o que for possível) com a carta que você tem na mão. Talvez um arquiteto paisagista vá discordar de mim, mas o que senti é que Honshu é um jogo muito mais tático do que estratégico. Qual é a carta que interage melhor com seu território? Quais áreas serão cobertas (perdidas) para que se tenha um território-mosaico que dê mais pontos?
Para que o jogo seja competitivo, o ideal são 2 ou 3 pessoas numa mesa pequena. Mas você pode jogar numa vibe mais "family" numa mesa com 5, cada um olhando mais para o seu jogo, em vez de ficar preocupado em furar o olho do coleguinha. E, sinceramente, não acho que Honshu queira convidar alguém para ficar analisando o encaixe de cada carta em cada território a fim de sopesar a sua maximização de pontos em detrimento da maximização de pontos do adversário.
É um filler muito estimulante, daqueles que você fica com vontade de continuar conversando sobre o jogo após o fim da partida, e de escrever um post sobre como você se sentiu bem jogando-o.