nielison::

Clauber::Parabéns pelo texto... um dos destaques é algo que considero muito em um jogo, que é a interação entre tema e mecânicas, acho que o tempo dos jogos baseados somente em mecânicas já passou...
Até por isso, hoje, o tema me atrai muito mais do que as mecânicas em um primeiro momento... e pra um jogo entrar/ficar na coleção ele tem realmente que ter algo melhor, ou ao menos diferente, que os clássicos.

Abraço.

só pra discordar, até certo ponto.

tenho o mesmo sentimento do @Lpporto em relação aos euros. cansei de certas mecânicas (quando usadas de maneira básica) e se tornou repetitivo o feeling que eles me trazem. já há alguns poucos anos que venho sentindo isso, a ponto de nem me interessar pra ver reviews ou outras publicações sobre certos jogos (como, roubando um exemplo, o Lorenzo). porém, nunca fui atraído para a temática e nunca me importei com a "tematização" dos jogos, e essa opinião não mudou com a sensação de cansaço. ameritrashes nunca foram minha preferência (gosto muito de alguns, sinto vontade de jogar outros, mas não são uma prioridade) e, mesmo com esse abuso dos euros (de forma geral), continuam sem ser.

o que procuro, atualmente, é justamente um sistema que contemple mecânicas usadas de maneiras inesperadas ou inovadoras (ou que tenham mecânicas novas, porém isso é bem raro hoje em dia) - mesmo que o jogo seja muito mecânico e pouco temático. infelizmente, esse tipo de experiência diferenciada, em euros, é muito difícil de ser encontrado por aqui. mas uma garimpada em sites do mundo todo trazem alguns jogos bem curiosos que, provavelmente, nunca chegarão por aqui. um exemplo são os jogos do Phil Eklund e da Sierra Madre games, que, ultimamente, têm me encantado bastante (e, inclusive, são temáticos até a alma).

outra coisa que ando procurando muito é interação. quando a interação é alta, o sistema do jogo nunca vai se resumir somente às suas mecânicas (aqui, desconsidero o tema), mas também em responder ao que os seus oponentes fazem. isso me passa a sensação de que realmente estou jogando contra outras pessoas, e não contra o próprio jogo (Uwe?) - o que é sempre bom pra quem gosta de um boa, e saudável, competitividade. inclusive, por esse motivo, os wargames me atraem tanto (mas são muito difíceis de levar pra mesa).

resumindo, não acho que "o tempo dos jogos baseados somente em mecânicas já passou" (até porque tem sempre jogador novo aparecendo), mas concordaria que, em relação aos euros, as mecânicas já estão saturadas e, consequentemente, pouca coisa realmente nova anda aparecendo.

abraço!

Entendo seu ponto, e concordo plenamente que uma mecânica INOVADORA é suficiente pra atrair a atenção por jogo é me querer fazer jogar, mas como você mesmo disse, isso é tão raro... boas mecânicas existem aos montes, pra me chamar a atenção eu preciso que o jogo traga algo diferente... um tema novo me desperta o interesse, mas pra entrar, e ficar, na coleção o jogo precisa ter uma boa relação entre tema e mecânica...
Acredito que jogos com boas mecânicas mas sem plena integração com o tema estejam em decadência... ok, tem (mau) gosto pra tudo, tem gente que gosta de abstratos... mas vejo como existência (pessoa) e de mercado que o jogo entregue algo mais, que de alguma forma emule algo que desperte o interesse, e não seja somente um conjunto de regras...

Abraço.

rodrego::Putz cara, tava hoje mesmo escrevendo um texto sobre essa saturação da fórmula do euro, lembrando justamente dessa conversa. Vou maturar ele um pouco ainda e devo soltar depois do Diversão Offline. Mas concordo com vc que Pulsar é sintomático dessa saturação, um jogo que funciona tipo reloginho, mas não acrescenta grande coisa e poderia passar batido mesmo com todo o capricho com que foi feito.

Outra coisa que me incomodou profundamente no Pulsar foi justamente a mecânica que dá título ao jogo. Os pulsares são simplesmente lugares que dão pontuação progressiva de acordo com a quantidade que você coleta. Bocejo total justamente para a parte que foi escolhida para nomear o jogo.

Rodrigo, o pior é que, do mesmo jeito que a fórmula parece saturada, vc tem Méxica, Tikal, Brass sendo relançado 10/15 anos depois e eles parecem tão jovens e atuais qto qq coisa q saiu em Essen.

Então isso tb me fez pensar, após o texto, o qto a gente está falando de saturamento e o qto é Hype injustificado tb. Pq todo ano essen vai lançar 500 jogos, vai ter buzz em 50 e um ano depois, 48 desses 50 já terão caído no esquecimento.

Acho que quanto mais tempo você passa no hobby, essa categoria de jogos que pode ser resumida como, "eu gostei e jogaria de novo, mas não compraria", apenas aumentará.

Pulsar é um jogo que vi, porém não me interessei, parece legal, mas não me cativou. Poderia até jogar e me apaixonar e comprar, mas acho difícil.

Mas é interessante como essas coisas mudam, lembro de ver uns 3 vídeos de Tzol'kin, achava aquela coisa toda tão complicada, passado a alguns anos joguei e adorei, rs

Não é o caso de Pulsar, não achei complicado, acho que é mais um caso de não achar que o trabalho todo do jogo irá me entregar algo divertido, porém nunca se sabe, um dia posso jogar e amar. Ou jogar e odiar, ou passar uns anos jogar e adorar..

Acho que estou querendo dizer é que essa parada de gosto  acaba sendo uma mudança constante, as vezes demorada e imperceptível, acabamos adquirindo preferências por coisas que no passado nos pareciam menores, ou coisas que achávamos incríveis se tornam menores.

Lpporto::

rodrego::Putz cara, tava hoje mesmo escrevendo um texto sobre essa saturação da fórmula do euro, lembrando justamente dessa conversa. Vou maturar ele um pouco ainda e devo soltar depois do Diversão Offline. Mas concordo com vc que Pulsar é sintomático dessa saturação, um jogo que funciona tipo reloginho, mas não acrescenta grande coisa e poderia passar batido mesmo com todo o capricho com que foi feito.

Outra coisa que me incomodou profundamente no Pulsar foi justamente a mecânica que dá título ao jogo. Os pulsares são simplesmente lugares que dão pontuação progressiva de acordo com a quantidade que você coleta. Bocejo total justamente para a parte que foi escolhida para nomear o jogo.

Rodrigo, o pior é que, do mesmo jeito que a fórmula parece saturada, vc tem Méxica, Tikal, Brass sendo relançado 10/15 anos depois e eles parecem tão jovens e atuais qto qq coisa q saiu em Essen.

Então isso tb me fez pensar, após o texto, o qto a gente está falando de saturamento e o qto é Hype injustificado tb. Pq todo ano essen vai lançar 500 jogos, vai ter buzz em 50 e um ano depois, 48 desses 50 já terão caído no esquecimento.

Com certeza tem hype demais mesmo. Mas eu tenho a impressão que é mais do que isso. A própria reimplementação de jogo antigo parece um sinal disso, de que há um esgotamento criativo, ou de que é preciso apelar para marcas conhecidas para chamar a atenção.

Lpporto::

Jetro::Parabéns pelo texto! Engraçado no que começo do hobbie tudo era maravilhoso. Será que já viramos sommeliers de boardgame?

É um medo que tenho, mas espero realmente que não. Hahahaha

Hahahah, acho que isso pode acontecer... Mas acho que o mais provável é a gente ir descobrindo nosso gosto né? Quando comecei a jogar boardgames modernos (lá em 2008 ou foi 2007?) achei que ia curtir mais os jogos imersivos (pq eu vinha do RPG de mesa) porém, nenhum desses jogos durou na coleção e fui descobrindo que eu gosto mais das mecânicas do que da narrativa (em jogos de tabuleiro). Também relembrei do amor de infância pelos abstratos (Xadrez!) Então lendo sua resenha, fica claro que vou curtir muito o Pulsar! 

Parabéns pelo texto. Realmente desperta muito debate. Mas não vou negar o convite caso queiram me chamar para jogá-lo.


Também percebi, como @rodrego, que seus gostos têm mudado. Você tem ficado mais trasher. Você não tem mais aceitado jogos com tema colado a cuspe. Mas acho que no cerne o que um jogador quer, de verdade, é divertir-se. Se uma pessoa curtia antes um dungeon crawler com uma narrativa caótica, depois passa a curtir mind melting games, depois passa a buscar aventuras épicas ou outra coisa completamente diferente, talvez não seja culpa do mercado saturado, mas porque a pessoa deixou de se divertir com aquilo que a atraia no passado.

Eu, por exemplo, posso sentar por 4h numa mesa e sentir que estou me divertindo, mas só consigo fazer isso com dois ou três jogos diferentes. Jogar o mesmo jogo por mais de 3h é algo que eu não aguento.

Aliás, tempo é também dinheiro e eu não tenho nem um nem outro sobrando para gastar com coisas que não sejam para me dar qualidade de vida (seja me mantendo vivo, seja me divertindo). Assim, se temos que gerir recursos eficientemente não dá (em geral) para investir em um monte de teris-like games ou deck building parecidos. Investir (tempo/dinheiro) em experiências parecidas precisam, necessariamente, trazer prazer/diversão de modo diferenciado.

Mas acho que isso é uma questão mais nossa (de gestão apertada de recursos). Porque lá fora, não vejo tanta gente preocupada quando se lança mais uma versão do TI ou é reimlementado o jogo XPTO etc.

Lpporto::

rodrego::Putz cara, tava hoje mesmo escrevendo um texto sobre essa saturação da fórmula do euro, lembrando justamente dessa conversa. Vou maturar ele um pouco ainda e devo soltar depois do Diversão Offline. Mas concordo com vc que Pulsar é sintomático dessa saturação, um jogo que funciona tipo reloginho, mas não acrescenta grande coisa e poderia passar batido mesmo com todo o capricho com que foi feito.

Outra coisa que me incomodou profundamente no Pulsar foi justamente a mecânica que dá título ao jogo. Os pulsares são simplesmente lugares que dão pontuação progressiva de acordo com a quantidade que você coleta. Bocejo total justamente para a parte que foi escolhida para nomear o jogo.

Rodrigo, o pior é que, do mesmo jeito que a fórmula parece saturada, vc tem Méxica, Tikal, Brass sendo relançado 10/15 anos depois e eles parecem tão jovens e atuais qto qq coisa q saiu em Essen.

Então isso tb me fez pensar, após o texto, o qto a gente está falando de saturamento e o qto é Hype injustificado tb. Pq todo ano essen vai lançar 500 jogos, vai ter buzz em 50 e um ano depois, 48 desses 50 já terão caído no esquecimento.

Cara, taí o meu take sobre aquela conversa na GoB, veja se não fui muito apocalíptico  :

https://www.ludopedia.com.br/topico/26505/os-eurogames-estao-em-declinio

Jetro::Parabéns pelo texto! Ultimamente estou garimpando (jogando) diversos jogos antes de comprar. Joguei Altiplano e Projeto Gaia e não me empolgaram, não senti necessidade de ter eles já que tenho Orleans e TM. 

Acho que dos últimos 20 jogos que conheci nos últimos meses, apenas Anachrony e Discoveries talvez  entrem na minha pequena coleção, foram os únicos que me trouxeram aquela vontade de querer jogar mais. Engraçado no que começo do hobbie tudo era maravilhoso. Será que já viramos sommeliers de boardgame?

Joguei o Orleans e gostei muito, minha esposa não. Aí comprei o ALTIPLANO e até achei ele um jogo mais resolvido, mas ainda acho o Orleans mais gostoso de jogar, já minha esposa adorou o ALTIPLANO... rsrsrs
Joguei o TM umas 3 vezes, mas não teve jeito, não gostei mesmo, não senti a vibe... Ainda tenho que jogar o Projeto Gaia... bora ver...