Acho que a natureza aberta dos jogos de tabuleiro possuem vantagens e desvantagens. Com uma comunidade ao redor é possível que muitos jogadores tenham experimentado e encontrado alternativas que funcionaram melhor para eles e suas necessidades. 

Exemplos, muitos jogam com crianças e adaptam regras para facilitar a participação dos menores ("King of Tokyo" sem cartas parece funcionar bem para eles). Outros querem mais um jogador à mesa ("Airlines Europe" parece funcionar muito bem com um jogador a mais que o máximo indicado na caixa). Outros querem um pouco menos de sorte ("Splendor" possui a variante de deixar a próxima carta a entrar em jogo revelada para permitir decisões mais estratégicas). Claro que não basta mudar a regra e adotá-la, é preciso repetição e avaliação de resultados para ver se funcionam de fato como desejado. Há algo quase científico nisso. Daí a divulgação e avaliação por pares em lugares como ludopedia/BGG serem tão valiosas, seja para a comunidade ajustar/validar ou rejeitar (com justificativas que talvez o autor da variante não imaginasse).

O ponto é que se você fez modificações nas regras ou jogou errado (algo comum por conta de sua natureza aberta), você não está avaliando o jogo original, mas algo diferente disso. Acredito que muitas notas seriam mais corretamente atribuídas às partidas que aos jogos. Enfim, há muito valor na inteligência coletiva, milhares de pessoas de diferentes perfis do designer e sua equipe (sejam conhecimentos, experiências e necessidades) fazendo usos imaginados ou não. Ao mesmo tempo, acho uma pena que muitos não percebam o valor dos vários testes e decisões que o designer realizou e prematuramente apontem falhas e/ou melhorias sem no mínimo algumas tentativas extras ou pesquisa.

Sei que esse episódio é antigo, mas estou ouvindo agora. Enfim, existem certos jogos em que a regra da casa melhora muito a experiência - geralmente não aplicados a jogos muito competitivos. Como falado, após jogar muitas partidas de um competitivo os jogadores percebem que um personagem ou mecânica é muito desbalanceada. Se todos concordarem, pode-se banir um aspecto do jogo pra ter um balanceamento geral. Certas corporações do terraforming mars funcionam melhor com determinado numero de jogadores, o que gera muita discussão se é realmente desbalanceado ou passível de banir.
Quando eu tenho a oportunidade de explorar uma mecânica muito desbalanceada, eu prefiro evitar abusar dela pro jogo ter mais equilíbrio ou mesmo avisar a um jogador menos experiente sobre os problemas que podem ocorrer se não tomarem cuidado com essa mecânica.
Nos nossos grupos, as regras da casa que a gente aplica são:
No uno, pois cada um joga geralmente com certas regras e a gente nivela pra ficar sempre c mesma regra
No cards against humanity (experimentem, ótimo party game tipo print&play), em que a gente ganha os pontos normalmente, mas somente quando a gente vai parar de jogar (acabaram as resposta ou encheu o saco) que a gente faz valer a vitória na última pergunta: faça um poema com três cartas. Todos votam (não pode votar em si). Quem teve mais votos ganha (a gente ignora toda a pontuação anterior).
No Dixit a gente faz parecido. Todos são mediadores o mesmo número de vezes e a gente joga X rodadas, que variam pra cada partida (ate encher o saco). A pontuação final vale normal. Isso permite jogar mais ou menos sem se preocupar muito se alguém vai ou não ganhar, porque a experiência é o que importa

Só registrar que se o Danilo não segue rigorosamente a maneira de definir o primeiro jogador pelas regras dos jogos, ele vem usando regras da casa com muito mais frequência do que imagina. 

:p

Hahaha. Você tá usando o conceito de house rule pra uma situação particular. Não tinha pensado que a escolha do primeiro jogador diferente do previsto poderia ser uma house rule. Genial!!!
Dependendo eu jogo um dado, sorteio peça de uma cor ou uso cronometro pra determinar quem joga primeiro.