Olá pessoal,
Hoje vamos voltar ao século XIX e viajar até a Península Ibérica para tentar salvar a população das mais terríveis doenças, como Tifo, Malária, Cólera e Febre Amarela.
1. Por que eu tenho o jogo?
Meu primeiro jogo da série
Pandemic, foi o
Pandemic Legacy Season 1 e gostei bastante. Como ele vai virar um jogo base depois da campanha, não pretendo comprar a versão padrão. No entanto, o lançamento do
Pandemic Iberia chamou a atenção e decidi pegá-lo após ler o manual e ver as novas características do jogo, que explicarei abaixo.
2. Como funciona?
A dinâmica do jogo é exatamente a mesma do Pandemic original. O objetivo do jogo é pesquisar as quatro doenças, pois nele não se acha a cura. Os modos de perder continuam os mesmos.
A primeira coisa que chama a atenção no jogo é o visual, que remete à arte do período e local onde se passa o jogo, desde o interior da caixa, passando pelo mapa e componentes. Temos um belo mapa da Península Ibérica do século XIX, os cubos de doenças, hospitais e marcadores (pesquisa, surto e infecção) são todos de madeira e me agradaram bem mais que a versão original do jogo, assim como a arte no geral.
Visão geral do tabuleiro e componentes
No entanto, o jogo não é só um rostinho bonito. O tema foi muito bem colado e as adaptações para um jogo que se passa no século XIX foram muito bem feitas. Vou separar em categorias abaixo para explicar as diferenças.
Doenças: Como citei acima, as doenças são apenas pesquisadas e não curadas. Para pesquisar uma doença, deve-se ter criado um hospital da cor correspondente à doença pesquisada e descartar cinco cartas da cor da doença pesquisada. Essa mudança é bem bacana, pois obriga que você crie um hospital em cada uma das quatro regiões do mapa e tenha que viajar até lá para fazer a pesquisa. Deixa um pouco mais difícil que o jogo padrão, onde era possível ter apenas um ou dois centros de pesquisa no jogo. Após a doença ter sido pesquisada, a única vantagem é que você pode usar as cartas da cor dessa doença para Purificar Água em qualquer região (veja explicação adiante).
Movimento: Obviamente não há nenhuma ação para viajar de avião, mas em seu lugar é possível viajar de trem, construindo ferrovias e também de navio, a partir das cidades portuárias. Há personagens específicos que fornecem bônus pra esses tipos de ação: Railwayman para ferrovias e Sailor para a viagem de navio.
Purificar Água: Além das ações explicadas acima e das que são iguais ao jogo padrão, existe uma ação que merece ser destacada: Purificar Água. Qualquer jogador pode como uma ação, descartar uma carta da cor da cidade em que está para colocar duas fichar de purificação em uma região adjacente. A partir daí, sempre que um cubo de doença fosse entrar em uma das cidades da região, uma ficha de purificação é removida e o cubo não entra em jogo. Caso já tenha pesquisado uma doença, você pode descartar uma carta da cor da doença pesquisada em vez de uma carta da cor da cidade onde está. Essa é uma ação extremamente importante no jogo, principalmente com um número maior de jogadores. Há dois personagens específicos que fornecem bônus para esse tipo de ação: o Agronomist e a Royal Academy Scientist.
Personagens: Minha impressão é que os personagem são bem mais equilibrados entre si nessa versão e, no geral, mais fracos que o da versão padrão. Além dos citados acima, temos o Rural Doctor, que permite curar mais cubos de doença, a Nurse, que carrega consigo uma ficha de prevenção, que funciona como uma ficha de purificação, mas que nunca é removida do jogo e, por fim, o Politician, que facilita a troca de cartas de cidade entre os jogadores.
Eventos: A dinâmica dos eventos é a mesma do jogo padrão. O que vale ressaltar é que no manual há textos históricos que explicam cada uma das cartas de evento.
Personagens, evento e cidades
Desafios: Uma novidade dessa versão são os desafios, que podem ser adicionados ao jogo para deixá-lo ainda mais difícil. Há dois desafios:
Historical Diseases e
Influx of Patients. Pode-se inclusive jogar com ambos os desafios em uma mesma partida. No H
istorical Diseases, você pode escolher uma a quatro doenças para terem nome e um efeito especial. Quanto mais doenças forem escolhidas, mais desafiador será o jogo. Até o momento, eu nunca joguei com mais de uma doença histórica ao mesmo tempo. Com essa simples mudança, é possível criar uma campanha de uma doença por vez, começar com uma e ir aumentando, conforme for ganhando, etc. Fica a cargo da imaginação e criatividade dos jogadores. No
Influx of Patients, a cada turno, os pacientes (cubos de doença) tentam chegar aos hospitais (movendo os cubos em direção aos hospitais), tornando a possibilidade de surtos ainda maior. Eu ainda não tive a oportunidade de jogar esse desafio, mas imagino que seja bem difícil.
3. Considerações Finais
Pandemic Iberia é pra mim, a versão mais bonita e bem produzida da série. Os diversos fatores descritos acima me deram a sensação de que essa versão é mais desafiadora que a padrão, principalmente em cinco jogadores. No entanto, seria um exagero dizer que é um jogo obrigatório pra quem já tem a versão padrão, visto que a mecânica básica é exatamente a mesma, mudando apenas os detalhes que citei.
Os desafios são algo que agrega muito ao jogo, aumentando assim a variação do setup, o que pode ajudar no fator da rejogabilidade. A desvantagem com relação ao Pandemic, é que para o Pandemic Iberia não há nenhuma expansão, então caso se opte por apenas uma das versões é necessário fazer essa avaliação.
Em resumo, é um excelente e desafiador jogo cooperativo. Pra quem gosta de qualquer um dos jogos do
Matt Leacock, como
Forbidden Island,
Forbidden Desert ou mesmo o
Pandemic, é sucesso garantido.