Como seres humanos estamos o tempo todo fazendo juízo a “respeito de” e clasificando coisas. Isso ocorre em nosso dia-a-dia com mais freqência do que talvez se possa imaginar.
Em sua geladeira, haverá possivelmente um conjunto de alimentos cuidadosamente classificado e selecionado por algum critério. Escevendo um algoritmo, algumas soluções podem ser preferiveis a outras (por vezes até mais eficientes) em determinadas situações. Em uma festa, haverão pessoas que despertarão mais seu interesse e obviamente grande maioria não lhe chamará atenção.
Tudo que selecionamos ou classificamos em noss cotidiano tem por base uma avaliação que passa por um critério onde o fator humano é quase sempre decisivo. Nossas escolhas possuem forte influência de nossas preferências.
A casca de uma banana madura é predominantemente amarela. Essa é uma propriedade da casca de bananas (talvez deste tipo em específico). Gostar ou não do sabor de uma fruta não é propriedade da fruta e sim uma opção de quem prova.
Pedindo para 10 pessoas diferentes darem uma nota de 0 a 10 em frutas diferentes (por exemplo bananas, maças e tomates) eu poderia por meio de um algoritimo calcular um tipo de média e classificar em uma escala as frutas mais preferidas pelos participantes dessa pesquisa.
Hipoteticamente eu poderia chegar ao resultado que em uma escala que mede a preferência dos “entrevistados” :
1- Banana (media 9.5)
2 - Tomate (media 7.2)
3 – Maçã (media 7.0)
Fazendo algumas considerações:
a) Todos os participantes da pesquisa votaram em todas as frutas. Obviamente isso só faz sentido se os avaliadores conhecem e provaram todas as frutas. Esse tipo de resultado é muito diferente de quando o objeto da avaliação é apenas aquele que o sujeito gosta.
b) A nota/média atribuída às frutas não são propriedades dessas frutas mas sim resultado de uma avaliação subjetiva de quem a avaliou. E quem avalia, avalia como quer.
c) A nota de uma fruta não nos fala nada quanto ao fato de que seu sabor, sua textura, cor ou propriedades alimentícias.
d) Não se pode concluir que pelo fato de que mais pessoas preferem bananas ao invés de tomates, bananas sejam melhores que tomates.Por mais que sejam frutas, são frutas diferentes, com propriedades diferentes e muitas vezes utilizadas de formas diferentes.
Se a nota atribuída avaliação a uma fruta me denota apenas sua preferência por parte de um grupo de pessoas que se submeteram a pesquisa, de maneira nenhuma eu posso usar as posições dessa escala classificatória para comparar frutas como se essas notas fossem uma propriedade intrínseca delas. Essas notas não são propriedades das frutas, mas do grupo de pessoas que fez a avaliação. E quem é esse grupo?
Continua ...