BilboBaggins::Também sou professor e preciso discordar, definitivamente, com o tópico.

Se objetivo era dizer que os jogos de tabuleiro por si só são instrumentos plenamente suficientes para a educação formal, poderia concordar, mas não foi isso que o autor do tópico relatou inicialmente.

Dizer que um jogo de tabuleiro não pode "contribuir de alguma forma para o desenvolvimento cognitivo do jogador", me desculpe, mas está COMPLETAMENTE ERRADO.

Merlinuno::Desculpe mas não concordo.
Já usamos jogos de tabuleiro como apoio ao ensino tradicional e "jogar por jogar", desenvolve muitas coisas nos alunos, assim como: Socialização, respeito pelo adversário e pelas regras, comunicação, entre outras.
Sim é claro que o projeto tem muito mais profundidade, se há uma proposta pedagógica vinculada, mas os alunos de hoje em dia precisam de mais interação social e respeito ao próximo.
Existem diversos jogos que tem mecânicas claras, como o Fantasma Blitz, que trabalha além de outras coisas, o controle inibitório e nesse caso não precisa de um "projeto" para trabalhar e desenvolver certas habilidades e competências.
Aliás, o jogo de tabuleiro, já é usado em diversos países na educação. Alguns exemplos são a Espanha , a Alemanha e a Argentina (a partir de 2018).
Inclusive a Devir tem um estudo sobre neuroeducação, ensino e jogos de tabuleiro:http://devir.com.br/escolas/
Vale a pena conferir.
Abs!

Concordo plenamente, aprender não é algo fácil, literalmente, porque é difícil definirmos aprendizado, educação e mensurar elementos tão etéreos é uma tarefa digna de um Hércules moderno...

Inclusive como citado, o fato de respirarmos já é um aprendizado, acúmulo de conhecimento, interatividade, busca, enfrentamento e conclusão de desafios (sendo vitorioso ou não), saber ganhar ou perder, reconhecer a derrota e/ou a vitória não são aprendizados para a vida? 

É a clássica jornada do herói em nossas salas de aula...  

edeodato::Acho que o tópico e alguns comentários confundem o que é aprender.
Logicamente que um Board game não irá ensinar matemática, português - aprendizado tradicional.
Mas dizer que não existe forma de educação dentro de um tabuleiro é um erro.
Estratégia, raciocínio lógico, raciocino futuro, formas diversas de inteligência (tabulaquadrada tem até uma série sobre isso) - tudo isso é trabalho dentro de um Board game.
Alimentar o cérebro com conteúdo não é apenas leitura tradicional. Não é preciso que o jogo tenha um tema histórico e te ensine sobre o tema para dizer que ele é educativo.
O simples fato de conviver, expandir e crescer o pensamento é forma de ensino.
Abraços

Então Ede, talvez ensine, e tenho um exemplo em casa de cinco anos que sabe números, mas com o 123! Agora é a sua vez da DEVIR entendeu perfeitamente o conceito de soma e subtração... 
É um caso raro? Não deveria, para nós foi até a justa consequência de tantos jogos infantis que temos e aplicamos como alternativa para  abusca de conhecimento e fuga dos eletrônicos.

Um erro bem comum, que constantemente traz bastante prejuízos ao aprender é acreditar que o aprender acontece interação espontânea e não mediada. E agora estou falando exclusivamente aos jovens e crianças em idade escolar.

Essa concepção leva oas que comandam a escola acreditar que melhorar a qualidade do ensino significa reformar a estrutura do prédio da escola, adquir mais tecnologia e entupir o almoxarifado com recursos didáticos (jogos, brinquedos e material esportivo) que algum sabichão sugeriu. Não que essas coisas sejam ruins mas esse tipo de pensamento esquece que a escola são as pessoas. Você pode deixar o predio da escola lindo e maravilhoso lotado com suas parafernalhas desabitado de gente e ali não haverá aprendizado algum. Contrapartida em um agrupamento de pessoas sem nenhuma dessas parafernalhas a céu aberto, a aprendizagem acontece.

Isso por que quem promove o aprender são as pessoas e não as coisas. As coisas tem sua importância, mas a intervenção humana é muito mais relevante. 

 Qualquer um pode perceber o qão rápido as crianças são introduzidas aos “smarthphones”. Maravilhados os pais se gabam de que seu bebê opera muito bem o aparelho acreditando que esse tipo de comportamento de alguma forma se traduz por um certo tipo de proeza fatástica. E basta olhar ao nosso redor percebemos o quanto de tempo as pessoas dedicam ao smarthphone ou ao computador. Essa interação humano-máquina parece normal e benéfica, mas ao olhar dados oficiais, os números de pessoas analfabetas computacionais são estarrecedores. O computador é a ferramenta mais fantástica já criada  e poderia supor que a interação não mediada com ele poderia nos trazer apenas   benefícios. Entretanto, todo adulto sabe (ou deveria saber) dos riscos de se deixar uma criança/jovem passar longas horas com interação com essa máquina sem nenhum tipo de mediação.
Não estou dizendo que o computador ou o smartphone é ruim. Estou dizendo que se ninguém ensinar uma pessoa usá-lo, aquela ferramenta pode ser subutilizada de tal forma que ao invés de colaborar para o pleno desenvolvimento da pessoa, vai atrapalhar.

Com os meios analógicos não é diferente. Nos esportes, os técnicos/treinadores fazem o papel de mediação orientando suas equipes para atingirem um objetivo. Nas empresas temos os líderes.

Na escola temos os professores, funcionários, gestores, psicólogos e  pedagogos. Essas pessoas são os educadores e educadoras, pois se dedicam ao preparo do estudante conforme os objetivos da escola.

Apesar de serem educadores, não são essas  pessoas que educam. A educação acontece em um processo onde o educador proporciona condições para o educando aprender. É o que chamamos de processo de ensino-aprendizagem.

Antigamente acreditava-se que os estudantes eram alunos (literalmente pessoas sem a luz do conhecimento) e cabia aos mestres preencher esse vazio com o seu saber. Infelizmente ainda hoje muitos profissionais da educação possuem essa concepção. Infelizmente muitos pais acreditam que são os professores, os rsponsáveis pela educação de seus filhos.

Jogos não educam, se assim o fossem seriam chamados de jogos educadores. Quando muito são chamados de jogos educativos. Na maioria dos casos são chamados apenas de jogos.

Pode parecer conservadorismo diante de uma “nova proposta” mas peço um pouco mais de reflexão. Quem está no magistério há mais tempo já deve ter perdido a conta de quantas novas propostas surgiram como promessas para uma “nova educação”. As vezes se a “nova proposta” é apenas a velha proposta com um “rótulo” diferente e nenhuma delas surte os efeitos esperados. As correntes pedagógicas entram e saem da moda e as maravilhas prometidas não acontecem. Então depois de algum tempo de magistério, depois de vivenciar a coisa empíricamente nada mais natural que se crie uma postura mais reflexiva a cerca de qualquer nova moda que caia de pára-quedas no campo da educação.

Acredito ser importante renovar o design de jogos educativos com o que temos de melhor nos jogos mais atuais (os ditos jogos modernos). Mas isso por si só  (o jogo pelo jogo) não contribui para os objetivos da educação proporcionada na escola. Não quero entrar no mérito de como cada um educa seu(a) filho(a). Mas se você não orientar a criança no caminho pelo qual ela deve andar, ela pode ser perder.

Por sua vez a escola não deve se prestar a realizar práticas pedagógicas desobjetivadas. Imagino que nenhum responsável ficaria contente em saber que seu filho(a) é deixado a sua própria mercer com um amontoado de jogos (ainda que sejam pedagógicos) enquanto o professor fica batendo papo e tomando cafezinho.  Usar um jogo em um ambiente educacional deve ser guiado por um plano de aula dentro de uma proposta pedagógica. Isso é importante para o educando e importantíssimo para a escola. Proporcionar contato entre um jogo e uma criança deve ser algo bastante estudado por parte de seus responsáveis.

O jogo não educa. As pessoas se educam. As ferramentas não trabalham. Elas auxiliam o trabalho.
 

   

"O jogo não educa. As pessoas se educam. As ferramentas não trabalham. Elas auxiliam o trabalho."

Até onde li, ninguém está impondo que jogos educam, entendo que todos acham que os jogos contribui com as inteligências cognitivas, com seus devidos percentuais dependendo da absorção do jogador, e do que o jogo oferece.

Dizer que "As pessoas se educam. As ferramentas não trabalham", da impressão que uma pessoa só é capaz de aprender por intervenção humana, e isso não é verdadeiro. O primeiro educador é o instinto. Se eu me mudar para uma floresta, sozinho, vou ter que aprender com ferramentas como sobreviver, como caçar, plantar, colher e se defender. A intervenção de um humano serve para acelerar e padronizar.


Ninguem me ensinou a jogar video game. Eu apenas observava e posteriormente tentava, até que por assimilação aprendi jogar atari, e depois aprendi todos os demais jogos sozinhos, por assimilação, tentativa e erro aos apertares dos botões.


O humano, devida consciência e instinto, tem capacidade, e muito grande, de aprendizagem autodidata

professor::
O jogo não educa. As pessoas se educam. As ferramentas não trabalham. Elas auxiliam o trabalho.
   

Aqui sim, chegamos ao ponto comum, embora ainda discorde de alguns pontos, temos aí a Escola do Porto e outras alternativas educacionais que vão de encontro a alguns pontos citados, acho que o que devemos focar é justamente isto, chegamos naquele ponto que vivemos atualmente:
O SENSACIONALISMO JORNALÍSTICO:
JOGOS NÃO EDUCAM, não é verdade, o correto é FERRAMENTAS COMO JOGOS POR SI SÓ  NÃO EDUCAM aí sim com certeza...
Sempre será necessária a presencia do mediador, do "coach" é ele quem indicará os caminhos e objetivos à serem alcançados, claro que não se aplica a Beethovens e Mozarts da vida, mas mesmo estes necessitam de um ambiente livre e acredito que um mundo rodeado por jogos e outras ferramentas (itens de esporte, instrumentos musicais, amor, etc) podem proporcionar isto.

Um coisa que os jogos "ensinam", é vc jogar dentro das regras. Não basta ganhar de qualquer jeito. Vc tem que ganhar seguindo as regras. Isso para os mais novos é sensacional.

vi por acaso esse livro agora nessas publicidades, e inevitavelmente lembrei desse post.