Após jogarmos partidas de alguns jogos de corridas, principalmente Formula D e tentar jogar um campeonato disputando várias etapas, mas que esbarrava da falta de sincronia dos colegas e no tempo que cada prova levava, os boardgames de corrida foram segregados ou tematicamente jogados de forma mais simples. como Formula Motor Racing ou Top Race.
Ao argentino Juan Manuel Fangio (o primeiro pentacampeão de formula 1 – num tempo em que um piloto entrava num carro sem ter muita convicção que sairia dele vivo) é atribuída a frase “Carreras son carreras”, pois cada uma das corrida tem a sua história. E não é que nosso grupo redescobriu a adrenalina e o prazer dos jogos de corridas, com as 'magrelas'?
Flamme Rouge veio a preencher as lacunas que foram criadas: num espaço de 1 hora era capaz de provocar imersão e reproduzir com muita fidelidade o desenrolar de uma volta ciclística. Após a experiência de usar o circuito padrão, montamos (Claudio_Agra, LABRC e rodrigo_inojosa) um circuito com ladeiras e iniciamos mais um tour no jogo.
Além da diversão proporcionada pelo próprio jogo, curtimos bastante especular sobre a personalidade de nossos ciclistas. Entre muitas risadas, o resultado das duas partidas jogadas foi a dupla vitória de um pequeno grande herói do esporte.
Assim, do tabuleiro nasceu uma crônica relatando não só a partida mas também seus fatos transversais, da qual faça um resumo:
Cada um dos 3 times escalou um sprinter, especialista na arrancada final, e um rouleur, que seria um altruísta, disposto a se sacrificar pela vitória final da equipe.
A equipe de Claudio_Agra, a VERDI AMBIENTALI, tem os atletas Maximus Villaresi (R) e Claudio Insegnanti (S). Para a inédita participação em circuitos com ladeiras, houve preparação nos Alpes chilenos;
LABRC comanda o time rosso, apoiado pela Comunale dela Vecchia Bergamo, berço de seu sprinter, Luigi Signori. O rouler é um indiano, Raj Mahabaratha, que além de pedalar precisa repetir sem parar o mantra da equipe para este ano: “O medo de perder, tira a vontade de ganhar” e
Por sua vez, rodrigo_inojosa, está na equipe dos camisas negras com os atletas Miserangelo Faminti (R) e Rodrigo Biondo (S).
IL CIRCUITO CLASSICO
Os camisas negras tiveram a honra de encabeçar o grid seguido pela equipe ambientalista e os matreiros camisas vermelhas.
Miserangelo, como de costume, saiu forte, deixando o pelotão para trás. Devorava os trechos de velocidade, contornava as curvas e vencia as subidas, como se fossem, cada um destes momentos os últimos que percorreria. Essa ação açodada, o fez ficar de cara para o vento e acumular cartas de cansaço seguidamente e que tornavam aquela liderança tão confiável quanto apostar num cavalo paraguaio.
Miserangelo, intrépido, corta o vento na liderança.
Entre uma rodada e outra 'recriamos' todo o passado do bravo italiano Miserangelo: criado pelo avô, que mergulhava nas águas geladas do rio Tibre para retirar madeira de naus romanas naufragadas para arrumar lenha para alimentar o fogão. Porém a madeira, com fungos ancestrais, gerou uma bronquite crônica ao nosso bravo competidor que retirou 50% de sua capacidade pulmonar. Aliás, ele só conseguiu comprar suas primeira bicicleta ao vender um dos pulmões para transplante e torcendo para ter sido o ruim.
Voltando ao circuito, chegou um momento onde os demais competidores percebem que Miserangelo, em sua transloucada arrancada, é mais que fogo de palha e todos os demais, coesos no pelotão, jogam suas melhores cartas na tentativa de alcançá-lo.
LABRC inicia a escalada do pelotão (seguido pelo seu colega que vinha repetindo o mantra: "O medo de perder, tira a vontade de ganhar....") mas com hábil administração dos trechos de subida e descida Miserangelo chegou à vitória, sendo ainda superado por um dos componentes da equipe VERDI AMBIENTALI.
Da prova, além da imensa diversão, fica a declaração profética do grande vencedor: "Essa corrida não tinha como não ser minha. Meus adversários não me alcançariam nem mesmo se tivessem dois pulmões!"