Minha experiência com o Pandemic Legacy foi fantástica, foram dezessete partidas maravilhosas que são lembradas até hoje por mim e minha esposa. Acho que foram umas três semanas jogando só ele.
E ao contrário de todo barulho sobre o jogo ser descartável etc,etc,etc, a verdade é que você não precisa destruir nenhum dos componentes principais que seriam usados no jogo base.
Mantivemos todos os componentes e hoje em dia usamos ele como um Pandemic superior ao Pandemic base, com um tabuleiro maior e cheio de memórias que nossas ações construíram (#LovePequim, #sorryAfrica) , classes diferentes e vários elementos que foram liberados ao longo da campanha e que podem facilmente ser usados como "módulos de expansão".
Sem dar spoilers (essa informação já é dada no próprio manual) mas ao contrário do jogo normal, não basta curar todas as doenças é preciso fazer outros objetivos pra vencer cada partida, então hoje temos um baralho com vários objetivos liberados ao longo da campanha, e embora nem todos possam ser aplicados com facilidade ao se jogar como Pandemic base, vários deles podem ser usados pra dar uma variada no jogo. Esse é apenas um exemplo das possibildades que o conteúdo do jogo oferece após a campanha, fora isso tem vários outros componentes e outras mecânicas liberadas na campanha que podem ser adaptadas ao se jogar o Legacy como um jogo base.
As únicas coisas realmente permanentes são a raspagem de algumas cartas e a abertura de envelopes. E esses componentes influenciam mais no modo campanha, e uma coisa que não da pra negar é que a campanha realmente só da pra jogar uma vez. Existem gambiarras na net pra evitar isso mas é tanto trabalho que mesmo antes de ter o jogo eu percebi que não compensava, depois de finaliza-lo então, vi que realmente não é necessário. Finalizei a campanha e não tenho vontade de joga-la de novo, a história foi épica, uma das melhores experiências que já tive com um board game, e parte disso foi o fato de ela ter sido surpreendente, jogar a campanha de novo não teria a mesma graça e a verdade é que não tem nada de errado nisso, é algo inerente a proposta do jogo.
Notem que nem comentei os adesivos, pq eles são facilmente removíveis. Até cogitamos tira-los do tabuleiro mas no fim decidimos mante-los, é bem simples ignora-los e o tabuleiro todo adesivado é um item único, construído por nossas ações, e como já disse mais acima, cheio de boas memórias.
Enfim, minha defesa é apenas baseada no Pandemic Legacy e tendo como base a minha experiência pessoal durante e após a campanha.
Sobre os outros jogos Legacy, não tem nenhum no mercado que eu queira arriscar atualmente (estou de olho é no lançamento do Chatterstone), e o Seafall veio pra mostrar que não basta o jogo ser Legacy para ser bem aceito pelo mercado em geral, os players mostraram (com a carteira) que não estão dispostos a gastar uma nota pelo diferencial LEGACY, se o conteúdo legacy do jogo não for algo fantástico (nunca joguei o jogo, estou falando apenas por algumas notícias e reviews que acompanhei). Com isso, espero que o mecanismo "Legacy" passe a ser usado apenas quando for agregar relevância a experiência do jogo (como no caso do Pandemic), e não como um caça níquel.