MarcusVss::Antijogo (tudo junto sem hífen de acordo com as regras da reforma ortográfica
) não está relacionado às regras e sim ao comportamento que se espera dos jogadores e o que os jogadores esperam de uma partida, é o chamado fair-play nos esportes. Se um jogador faz movimentos que vão contra o seu objetivo na partida e com isso prejudica o andamento do jogo e/ou a diversão e estratégia dos outros jogadores ele está praticando o antijogo. Como eu comentei no outro tópico, um exemplo de antijogo é vc saber q vai perder e prejudicar deliberadamente um outro jogador, favorecendo os restantes. Se o seu objetivo é terminar com mais pontos que o adversário, vencer o jogo, mesmo que não tenha chances de vitória o esperado é que o jogador continue tentando fazer o máximo de pontos possível ou pelo menos atrapalhar os outros jogadores de forma razoável, mas se ele entra em modo kamikaze e faz jogadas que são visivelmente ruins pra si mesmo só pra atrapalhar um jogador em específico ele está atrapalhando o andamento da partida e inclusive desvalorizando a partida do jogador vitorioso.
Arthuriy::
Interessante esse tema, mas provavelmente é questão de opinião.
Acho eu começaria com um conceito bem simples de que um jogo. Algo como uma atividade, com regras específicas e que visa entreter.
Partindo desse conceito eu definiria de forma simples que o anti-jogo seria algo que interfere com esses pressupostos. Ações que atrapalhem a atividade, ignorem ou violem regras e/ou tentem impedir o entretenimento poderiam ser exemplos de atitudes anti-jogo.
Se o manual não diz para você não derrubar a mesa, ainda sim isso atrapalharia a atividade, eu consideraria uma atitude antijogo. Outro exemplo é que jogos com recursos ou dinheiros não costumam dizer NÃO ROUBE, mesmo assim roubar desestruturaria o conjunto do jogo se ele não envolvesse roubar.
Agora as questões que eu acharia mais interessantes seriam outras:
1- Seria o conceito de atividade ou entretenimento o mesmo para todos que estão jogando com você?
2- Você conhece quem você convida para jogar e o que esperar deles?
3- É possível definir antes do jogo que atitudes mesmo permitidas não seriam legais?
4- Se todos combinarmos uma regra nova ou optarmos por não usar uma regra original do jogo (house rules por exemplo) seria anti-jogo?
Creio que essas duas opiniões definiram bem o tema.
Inclusive, adotei-as pra mim agora, pois não via o tema com tanta clareza.
Sobre o episódio de DoW: se você pensar na lógica do jogo, o cara tem dois objetivos e poderia ter cumprido um deles. Preferiu não fazê-lo pra ver os demais perder. Só defende que não é antijogo quem considera a competição mais importante que a lógica do jogo.
Tematicamente, é até fácil perceber a contrariedade à lógica do jogo: o cara tinha sobreviventes na colônia, e, não sendo traidor, deveria ter interesse no sucesso dela, pra
sobreviver.
Sobre combinar sinais em Hanabi ou Dixit: considero as situações bem diferentes. Um é coop, outro é competitivo.
No Hanabi, combinar sinais é um atalho pra algo que aconteceria naturalmente se a mesma formação de mesa jogasse muitas partidas juntas, que é aprender como os demais membros pensem e organizam a comunicação. Sendo isso natural ao jogo, não me parece contrariar seu espírito. Inclusive, no BoardgameArena há uma "etiqueta" que não passa de sinais, para permitir que estranhos aleatórios tenham um mínimo de chance de ir bem. E nem por isso o jogo fica entregue.
Já no Dixit, sendo competitivo, se alguns jogadores apenas combinam sinais, eles estão combinando vantagem em detrimento dos demais. Vantagem indevida, logo, trapaça - a meu ver. E se todos combinarem uma linguagem própria, acho que o jogo fica impossibilitado, já que ele gira em torno de fino equilíbrio entre sucesso e falha na comunicação.