ricardosantos76::leandrofvaz::
Michel Foucault, famoso filósofo francês, quando veio ao Brasil na década de 70, para realizar algumas palestras na PUC do Rio de Janeiro [que virou um livro muito bom chamando 'A verdade e as Formas Jurídicas'], falaram as más línguas que comentou o seguinte ao observar a praia, o clima, a atmosfera carnavalesca, mais ou menos a paráfrase: 'que entende do porque não haver uma grande tradição filosófica no Brasil'. Afina, quem irá querer compartilhar a solidão do livro, com um clima tropical, praia e gente bonita na esquina.
Sei não... se fosse asim, a Grécia, com aquelas praias paradisíacas de águas azuis-turquesa, que colocam qualquer praia nossa no chinelo, não seria o berço da Filosofia.
Bem, tinha escrito um texto, mas ficou grande demais e acadêmico demais. As vezes empolgo com o tema

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Enfim, lógico que a fala de Foucault foi uma brincadeira e uma espécie de elogio, o determinismo geográfico já está em declínio e desuso há algumas décadas nas análises culturais.
Sobre ser o berço da filosofia, eu digo que há uma apropriação do modo de ser grego que impactou profundamente o ocidente, mas há pesquisas que apontam uma ligação da tradição grega clássica às culturas africanas, por exemplo. Mas o mais importante, a meu ver, é como o problema conduz várias possibilidades de questionamentos e respostas, pois a filosofia aos moldes do grego não existe mais há um bom tempo. Mesmo algumas palavras que são derivadas do grego ganham sentido bem distinto do seu sentido ontológico originário. Logos não é lógica, Theatron não é teoria e nem mesmo Physis é Física.
Eu, pessoalmente, vejo a invenção da escrita alfabética [principalmente a estrutura do verbo 'SER', que hoje para nós produz a determinação e as categorias], bem como a sua estrutura econômica [26 a 30 caracteres], o maior impacto e "contribuição" dos gregos. É esse um dos principais elementos que contribuiu para nós do ocidente, as formas de representação e de comunicação que temos.