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Flip City é bom!

  •  Quando se fala em construção de cidades, difícil não vir à mente a imagem da superfície de uma mesa forrada de componentes, cartas e por vezes um tabuleiro enorme. Acredito que essa ideia pré-concebida seja o principal motivo pelo qual muita gente rejeito e fala tão mal de Flip City.

    Antes de falar do jogo é preciso entender que o mercado de jogos no oriente (Japão, Coréia do Sul, Taiwan) é muito diferente do que estamos acostumados a notar aqui no ocidente. Isso não surpreende visto que em vários outros aspectos de entretenimento do lado de lá do mundo é bastante peculiar também.

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    Imagem da Internet


    Até onde vai meu conhecimento (por exemplo) o mercado de jogos de tabuleiro no Japão se parece muito com o mercado de mangás no sentido de que é movido por muitas pequenas produções independentes e de baixas tiragens. Sem um grande expoente da indústria para bancar os custos de produção os jogos tem a necessidade de ser o mais funcional possível de forma a custar o quanto menos para ser produzido. Aliás isso é algo que quem está começando a “desenhar” um jogo tem, por vezes, dificuldade de entender: seu jogo não precisa ter um milhão de componentes e nem tampouco enchê-lo de complexidade fará dele um jogo bom. Quase todos os jogos Japonenes com os quais tive contato são pequenos, simples e funcionais. Ao que me parece em Taiwan a coisa é bem parecida.


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    Alguns jogos japoneses


    Mas os jogos Orientais são tão bons quanto os ocidentais? A melhor resposta é sim. Digo isso por que a classificação de bom ou ruim é bastante subjetiva e todo jogo é (ou ao menos deveria ser) direcionado a um público. Se o público aprova o jogo, então para aquele público ele é bom. Isso por que o público ao qual um jogo é destinado possui as premissas necessárias para entender o jogo e os fins para o qual ele foi concebido. Então não gostar de Flip City por um ele fugir do arquétipo de jogo de civilização é perder a oportunidade de apreciar uma visão diferente para algo tão usual.

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    Imagem da Internet



    Em Flip City a construção da cidade não acontece na mesa, mas sim na pilha de cartas. A cidade cresce a medida que seu deck de cartas aumenta.
    Você começa com uma pequena cidade/deck em sua mão e deve ir baixando as cartas para obter moedas. Quando você baixa as cartas o que você está fazendo não é construir a cidade, mas ativando-as. A grande confusão nesse jogo se da por parte de diferenciar essas duas coisas:

    • A cidade é construída na pilha de cartas.
    • Cada construção é ativada quando baixada na mesa.

    Entendo que possa parecer frustrante para quem espera um jogo de construção de cidades da maneira convencional se deparar com essa aparente inversão de lógica. Mas essa é a primeira grande sacada de Flip City, afina este é um deckbuilding.

    As cartas possuem alguns efeitos que que temperam a jogabilidade quando ativadas. As cartas são ativadas quando baixadas, exceto a carta de  Área Residencial que é ativada imediatamente quando fica disponível no topo da sua pilha de cartas. Quando baixadas, as cartas conferem moedas ao jogador que podem ser utilizadas para adquirir mais cartas ou para que o jogador vire uma carta baixada.

    O jogador poderia baixar quantas cartas quisesse se não fosse pelo fato de que algumas cartas quando baixadas geram níveis de insatisfação para o jogador. Se o jogador acumular na mesa mais que 2 insatisfações ele perde seu turno automaticamente. É aqui que encontramos a segunda mecânica do jogo: force sua sorte.


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    Entendo que  Flip City é um jogo pequeno, sem pretensões além de entreter por alguns minutos. Aqui talvez resida um outro problema de compreensão: jogadores acostumados com jogos de construção de cidades certamente sentirão falta de complexidade, profundidade e irão reclamar de que a carta de hospital evolua para uma igreja (ainda que a carta de igreja aparentemente conte com um posto da cruz vermelha).

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    E como as construções evoluem? Flip City teria o dobro do número de cartas e custaria pelo menos um 50% mais caro se não fosse a grande sacada do jogo: a utilização do verso das cartas. As cartas contém construções nos dois versos e quando se evolui uma carta, pagando o custo em moedas, você simplesmente vira a carta, que passa a exibir a construção que ela traz em seu verso.

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    No início do texto eu falei que os jogos japoneses costumam trazer um design bastante funcional e a utilização das duas faces de uma mesma carta para coisas diferentes ilustra bem isso.  Eu arriscaria dizer que essa coisa de ser minimalista e funcional tem muito a ver com a própria cultura oriental que tende a otimizar ao máximo os recursos que possui à sua disposição. Isso é uma coisa que eu sinto bastante falta nos grandes nomes ocidentais. Temos muita dificuldade em entender que as vezes o menos é mais.

    Justamente do maior trunfo do jogo percebo a maior reclamação por parte de muitos jogadores:

    Após baixar todas as cartas e esgotar sua pilha você deve embaralhar todas as  cartas do descarte e tomar os seguintes cuidados:
    Não olhar as cartas enquanto embaralha. Isso porque como as cartas possuem duas faces, corre-se o risco de que você acabe tomando o conhecimento e/ou influencie na ordem das cartas ao embaralha-las. Penso duas coisas sobre isso:

    1)      Um jogador mal intencionado pode se aproveitar disso para manipular as ordem das cartas e levar vantagem na mesa. A esse respeito penso que eu evitaria um jogador desse tipo, visto que quando sentamos á mesa para jogar o que mais queremos é nos divertir e passar um momento agradável em conjunto. Uma pessoa que age dessa forma (desonesta) não possui maturidade o suficiente para encarar um jogo desse tipo.
     
    2)      Deixar cair as cartas. Algumas pessoas reclamam que isso acontece com alguma frequência e o manual do jogo diz que para o caso disso acontecer a carta que caiu deve ser devolvida ao seu deck em sua forma mais simples, isto é não evoluída. O que penso sobre isso é que a pessoa deve ter atenção e cuidado na hora de embaralhar as cartas. Em caso de uma carta cair, se o jogador ou o grupo conseguir lembrar, se a carta já havia evoluindo-a ou não, tudo é uma questão de bom senso.
     
    Sobre estes dois pontos levantados, haveria uma solução eficiente e diferente? Talvez. Mas isso não atrapalha em nenhum momento a experiência de jogo se o jogador estiver disposto a jogar Flip City pelo que ele é, sem tirar, nem por.

    Este é um jogo que vale a pena? Com certeza. Principalmente se você é quer algo para jogar de forma leve e descontraída. Esse é um jogo que eu recomendo fortemente para estudiosos do de jogos, designers e pessoas que gostam de experiências diferentes. É um bom jogo para apresentar a mecânica de deckbuilding pré-adolescentes e pessoas com pouca ou nenhuma experiência em jogos analógicos.

    Concluíndo, Flip City é bom.
     
     

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    Comentários:

  • Boa análise, gosto bastante do Flip City  justamente pelos aspectos diferentes do jogo.

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  • Bom dia! Eu adoro também o jogo Flip City. Aqui em casa jogamos diariamente pois além de ser rápido é bem desafiante. Conseguimos resolver os problemas citados colocando em sleeves com fundo preto. Desta forma somente quando a carta evolui viramos ela dentro do sleeve.

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  • brunofv81::Bom dia! Eu adoro também o jogo Flip City. Aqui em casa jogamos diariamente pois além de ser rápido é bem desafiante. Conseguimos resolver os problemas citados colocando em sleeves com fundo preto. Desta forma somente quando a carta evolui viramos ela dentro do sleeve.



    Olha, aqui em casa ele fica sempre ao alcance. Eu uso sleeve mas transparente mesmo e nunca tive problemas com  o fato da carta ser de dupla face. Mas reconheço que possa haver gente que já passou por essa situação.  Imagino que usar sleeve de fundo opaco seja uma boa forma de resolver esse problema se não atrapalhar muito a praticidade do jogo.

    Acho flip city um jogo simples e bem feito. Que bom saber que tem gente que compartilha dessa ideia após o jogo ter saído dos holofotes midiático.

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  • professor::
    brunofv81::Bom dia! Eu adoro também o jogo Flip City. Aqui em casa jogamos diariamente pois além de ser rápido é bem desafiante. Conseguimos resolver os problemas citados colocando em sleeves com fundo preto. Desta forma somente quando a carta evolui viramos ela dentro do sleeve.



    Olha, aqui em casa ele fica sempre ao alcance. Eu uso sleeve mas transparente mesmo e nunca tive problemas com  o fato da carta ser de dupla face. Mas reconheço que possa haver gente que já passou por essa situação.  Imagino que usar sleeve de fundo opaco seja uma boa forma de resolver esse problema se não atrapalhar muito a praticidade do jogo.

    Acho flip city um jogo simples e bem feito. Que bom saber que tem gente que compartilha dessa ideia após o jogo ter saído dos holofotes midiático.

    Para tornar pratico eu fiz um corte de 1 cm na parte transparente do sleeve oq ajuda no giro da carta.

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  • brunofv81::
    professor::
    brunofv81::Bom dia! Eu adoro também o jogo Flip City. Aqui em casa jogamos diariamente pois além de ser rápido é bem desafiante. Conseguimos resolver os problemas citados colocando em sleeves com fundo preto. Desta forma somente quando a carta evolui viramos ela dentro do sleeve.



    Olha, aqui em casa ele fica sempre ao alcance. Eu uso sleeve mas transparente mesmo e nunca tive problemas com  o fato da carta ser de dupla face. Mas reconheço que possa haver gente que já passou por essa situação.  Imagino que usar sleeve de fundo opaco seja uma boa forma de resolver esse problema se não atrapalhar muito a praticidade do jogo.

    Acho flip city um jogo simples e bem feito. Que bom saber que tem gente que compartilha dessa ideia após o jogo ter saído dos holofotes midiático.

    Para tornar pratico eu fiz um corte de 1 cm na parte transparente do sleeve oq ajuda no giro da carta.


    Como minha mãe costuma dizer, é conversando que a gente se entende. Gostei da dica, vou testá-la.

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  • https://www.ludopedia.com.br/uploads/01/730/2ui2x3.jpg

    Fica assim o sleeve.

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  • É um dos jogos que mais gosto para dupla de dois.

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  • danielclos::É um dos jogos que mais gosto para dupla de dois.



    Meu maior número de partidas é em 2 jogadores. Eu e minha esposa costumamos jogar meio que sempre. Foi o jogo que usei para explicar a ela a mecânica de deckbuilding.

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  • Boa defesa do jogo...Mas não, esse não me convenceu achei fraco demais.

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