Existem sim, caso que fogem à regra. Cyclades tem um  apelo temático muito forte. Já apresentei muita gente ao hobby com Memoir ‘44. Para cada peixe a ser pescado você terá a isca certa. E quando não souber qual isca usar? E quando não houver um pescador? Em um belo dia a pessoa passa por uma dessas grandes varejistas e me diga qual é o perfil de jogo que você encontra?

A geração que jogou Tetris ensinou essa geração a jogar Assassins Creed, GTA V e FF XV. As grandes do mundo dos games tem suas franquias EEE mas investem pesado no mercado casual. Aliás um dos jogos mais jogados de 2016 é Candy Crush ... 

Tem um jogo de cartinha chamado "Escola de Dragões". Esse jogo é de uma simplicidade incrível ao mesmo tempo um jogo muito gostoso de jogar. E é um jogo de cartas.  O mais importante é que ele e é um jogo barato. Ainda não tinha entrado no mérito do valor mas isso pesa bastante quando se fala em expandir o hobby. 

Os jogos EEE estão vindo a um preço médio que assusta até que já está acostumado a comprar jogos. O "público de fora" não está habituado a isso. Talvez R$ 150,00 seja um preço que ainda assuste muita gente que não é do hobby ainda. Gostaria que alguém me vendesse um jogo EEE por 150,00. 

professor o meu caso foi onde não tive pescador eheh. 150 R$ num jogo sempre foi um absurdo pra mim! (preço do war, mas era um war  melhor jogo de todos os tempos pra mim até então). Preço de jogo normal era 80 R$ (esse com mais componentes e tabuleiro, como banco imobiliário).


Têm que ter meio que uma quebra de paradigma. Comigo foi num certo momento esbarrei nos vídeos do Jogando Offline e Jack Explicador. Ali foi uma quebra de paradigma. Fui desesperado atrás de um Game of Thrones, depois vi que tinha um tal de Guerra do Anel,  acabei conseguindo comprar usado, pois estavam foram de catálago. Logo comprei meu sonho desde criança que vi uma vez o Axis & Allies.

Muito provavelmente se eu tivesse visto um Dixit que era mais barato ou um Nosferatu (mais barato ainda), não teria dado a mínima (jogos só cartas de cartas?? Pra isso existe o baralho comum). Esse apelo visual foi importante no meu caso específico pra entrar no hobby, além do tema segunda guerra, senhor dos anéis, game of thrones.

Então fiz um caminho inverso, comprei esse tal de Dixit e também esse tal Nosferatu (dentre outros jogos simples). Vi como pode ter jogos bons que são apenas cartas, muito divertidos mesmo! Mas nunca teria comprado eles se não fossem esses jogos mais pesados. Pois pq eu compraria o Dixit (só cartas??) se pelo mesmo preço ou mais barato eu poderia comprar um war edição especial (melhor jogo de todos os tempos e muito bonito cheio de miniaturas super elaboradas - pra quem não conhecia nada era o ápice eheh) . Na verdade eu nem saberia que o Dixit existiria


Minha única preocupação é o o futuro ser family games, e ser apenas isso (pois realmente são bem mais baratos). Me preocupo de as editoras não  trazerem jogos como Game of Thrones ou Guerra do Anel, que são caros, muito caros, mas ás vezes pelo tema se tornam a porta de entrada como aconteceu comigo.

fersim Eu descobri os jogos de tabuleiros e os de RPG por conta própria também em uma livraria. De lá pra cá fui minerando cada jogo e cada hobby dentro do hobby até chegar aqui. Já fui bastante preconceituoso com jogos de dados, com jogos de cartas e depois descobri que perdi muito tempo e deixei de jogar muita coisa legal por bobagem minha. Adoro jogar, as vezes sozinho mesmo, jogos que duram 3, 4 ou 5 horas. 

Ultimamente um dos meus passatempos é reler o manual do High Frontier. Joguei xadrez por muitos anos e acredito que por causa disso passei a gostar de jogos que valorizam a expertise do jogador naquele jogo. E isso é uma coisa que os jogos pesados tem e que me atraem. 

Não tenho dúvida que as editoras devam continuar trazendo jogos para o público dedicado. Mas acredito que devam mudar a maneira como enxergam os jogos familiares. Eles merecem uma importância maior do que nós mesmos estamos dando a eles.   

professor hoje não tenho muito o que reclamar das editoras, pois tão trazendo de tudo! . Posso estar errado, mas temos ótimas opções sem precisar importar. E acredito que temos ótimos jogos familiares aqui já (e provavelmente vão continuar chegando). 


Não sou o mais fã de Tokaido (considero familiar), mas comprei pq sei que é um jogo que muita gente gosta, que mesmo não sendo fã dele, é bom ter na coleção.


No natal joguei uma partida com a minha mãe, outra com a minha irmã e mãe. As 2 acharam lindo e super legal. Pra explicar pra minha mãe falei que era que nem canastra, ganha quem têm mais pontos e tu têm que fazer umas coleções.


Onde elas vêem um jogo lindo eu vejo branco eheh. Lindo pra mim é o Axis & Allies, Tide of Iron, Eclipse  ehehe. Mas realmente acho que elas não iam curtir uma partidinha de Axis & Allies . Já meus primos que curtiam war comigo na infância e adolescência acho que iam pirar no Axis & Allies .


Todo jogo têm seu valor para as pessoas certas . É importante ter esse feeling do que apresentar pra cada pessoa .


ps: A minha irma me pediu(e ganhou) um Dixit de natal

fersim::professor o meu caso foi onde não tive pescador eheh. 150 R$ num jogo sempre foi um absurdo pra mim! (preço do war, mas era um war  melhor jogo de todos os tempos pra mim até então). Preço de jogo normal era 80 R$ (esse com mais componentes e tabuleiro, como banco imobiliário).


Têm que ter meio que uma quebra de paradigma. Comigo foi num certo momento esbarrei nos vídeos do Jogando Offline e Jack Explicador. Ali foi uma quebra de paradigma. Fui desesperado atrás de um Game of Thrones, depois vi que tinha um tal de Guerra do Anel,  acabei conseguindo comprar usado, pois estavam foram de catálago. Logo comprei meu sonho desde criança que vi uma vez o Axis & Allies.

Muito provavelmente se eu tivesse visto um Dixit que era mais barato ou um Nosferatu (mais barato ainda), não teria dado a mínima (jogos só cartas de cartas?? Pra isso existe o baralho comum). Esse apelo visual foi importante no meu caso específico pra entrar no hobby, além do tema segunda guerra, senhor dos anéis, game of thrones.

Então fiz um caminho inverso, comprei esse tal de Dixit e também esse tal Nosferatu (dentre outros jogos simples). Vi como pode ter jogos bons que são apenas cartas, muito divertidos mesmo! Mas nunca teria comprado eles se não fossem esses jogos mais pesados. Pois pq eu compraria o Dixit (só cartas??) se pelo mesmo preço ou mais barato eu poderia comprar um war edição especial (melhor jogo de todos os tempos e muito bonito cheio de miniaturas super elaboradas - pra quem não conhecia nada era o ápice eheh) . Na verdade eu nem saberia que o Dixit existiria


Minha única preocupação é o o futuro ser family games, e ser apenas isso (pois realmente são bem mais baratos). Me preocupo de as editoras não  trazerem jogos como Game of Thrones ou Guerra do Anel, que são caros, muito caros, mas ás vezes pelo tema se tornam a porta de entrada como aconteceu comigo.

Cara, quando descobri os jogos modernos, depois de ter comprado Catan e Carcassonne da grow, o que me chamou a atenção foi o Agrícola: aquele jogo cheio de peças de madeira, tabuleiro individual, tabuleiro principal é muitas cartas! Assim como vc, a beleza e quantidade de componentes do jogo foi o que me fez entrar pro hobby de vez. 
Hoje também tenho family e party, e imagino que também não me interessaria por um jogo só de cartas no começo. O que eu gostava de War era aquela mesa com um tabuleiro ocupada cheia de componente em cima. Então, existem vários tipos de jogadores realmente. Mas ainda assim, sabemos que os jogos mãos leves são os que usaremos para chamar mais pessoas pro hobby. 

Sem problemas professor, é que nunca ouvi este "termo" por aqui. Mas cuidado com os textos ai, podem gerar alguns mal entendidos.. hehe

Minha vinda para esse lado negro dos boardgames foi com Summoner Wars, o qual nem tenho mais rsrs, depois comecei a procurar sobre jogos modernos e achei esse universo que não conhecia. No início, muitos dos jogos que adquiri, foram motivados pela temática e beleza, aqueles que vc coloca na mesa e enche os olhos, depois comecei a procurar jogos mais imersivos, pois joguei RPG a bons anos atrás e gostos desse "clima" de jogo. Mas hoje em dia, como falei no outro post, o que mais tenho jogado são os family e party games, até por questão de tempo de jogo, devido a correrias e etc.
No natal aqui, por exemplo, sempre rola horas de Black Stories, um jogo simples que tem seus desafios e não precisa de mesa e nem nada em especial para jogar, só a vontade hehe..


Um pequeno paralelo ao tópico: Estou gostando muito deste tópico, todo mundo expondo seu ponto de vista com diversos argumentos, isso está muito legal. Precisamos de mais tópico assim! =)

Acredito que qualquer empresa que seguir essa ideia fracassará por algumas contra-chutes e experiências que tive: 
+ Especialização demais gera extinção. Quem melhor se adapta tem mais chances de sobreviver. Ex.: Várias empresas de hoje estão vindo do RPG e a tendência esmagadora é ter uma carta de jogos variada e não especializada em determinado nicho do nicho. 
+ Um jogador novato não é necessariamente um jogador que gosta de jogos leves. Já vi muita gente se frustrar jogando Dixit e brilhar o olho jogando Power grid como jogo inicial.
+ Quase Ninguém quer investir muito fora do nicho, o jogador já é certo que vai consumir enquanto o de fora pode querer continuar com outros hobbies e não investir nos boards em mesma escala. Aqui cabe claro um monte de exceção.
+ Há a máxima que corre a boca pequena entre as editoras que o "brasileiro médio" que compra jogos é heavy game. O light participa/compra muito pouco.

Novamente parabéns ao @professor por ser um ótimo fomentador de debates sem precisar fazer um top 10 qualquer coisa.

Obrigador igorknop. Eu seria um tolo se defendesse que as empresas devem investir massivamente em jogos mais leves ou mais voltados para público casual abrindo mão de alimentar outros segmentos de público. 

Em 2016 foi o ano que tive mais contato com gente que nunca jogou nada além dos batidos "banco imobiliário, jogo da vida, risk, etc". Esses contatos foram quase sempre em eventos públicos ou com amigos/conhecidos. Eu sempre fui meio acostumado a jogar com um pessoal que já joga há  pelo menos 5 anos. E de uma hora pra outra senti falta de ter jogos mais leves para o pessoal que está começando. E não estou falando de pessoas acostumadas a jogar outro tipo de coisa (como jogos eletrônicos).

Nesses momentos parei para refletir, o quanto eu mesmo passei muito tempo da vida tendo algum preconceito com jogos que fossem menos do que um "médio de pelo menos 60 min de duração". E ao mesmo tempo presenciei pessoas que não se tornaram gamers divertirem-se por várias horas e depois perguntarem onde compra aquele tipo de jogo. Acho que um pouco do tempo que perdi me isolando nos "euro pesados" me cegaram pro fato de que os jogos familiares cumprem um papel bastante importante dentro do hobby.

É sobre o potencial para esse papel que me debruço a pensar. Claro que existe muita gente que é atraída para o hobby pelos motivos mais diversos. E muitas dessas pessoas estão interessadas em algo que lhe proporcione uma experiência mais interessante do que a que talvez um jogo leve possa lhe oferecer. Esse público entra pelo zombicide, pelos jogos de cartas, por algum outro jogo que tenha algum apelo OP (Imperial Assault), por jogos coo COUP (que agrada muito ao pessoal que gosta de truco), etc. Acho que esse fluxo é natural e está acontecendo. O problema é que não está acontecendo na mesma velocidade de expansão da oferta de jogos.

Contrapartida, e é o que estou tentando argumentar, existe um público que a meu ver está meio "de lado". É o pessoal que não é "gamer" e quer um ou dois jogos para jogar com seu filho(a). É a escola que precisa de um jogo de curta duração e preço acessível. É a pessoa que compra um jogo que por passou por uma loja de brinquedo e viu algo diferente do "banco imobiliário". É a pessoa que não quer gastar mais de R$ 150,00 em um jogo e não quer "mais um jogo de toma essa". É a pessoa que quer jogar algo que cujo tema não seja restritivo.

Existe m jogos para esse público no Brasil? Sim ... Mas eles não são tratados com o cuidado que deveriam e acabam sendo o "tapa buraco" entre o lançamento de um EEE e outro. E por vezes esses jogos não saem das mãos da galera que já está no nincho. Acho para crescer é preciso olhar para fora. Um Potion Explosion tem um potencial de chegar em muitos lares onde um Zombicide jamais entraria. De outubro até aqui, meu CV já foi mais jogado que meu Game of Throne. Pode parecer coisa de um vleho maluco, mas isso fala algo para nós.

Eu estou na expectativa para quando você anunciar seu jogo. Torço bastante para ser o primeiro de muitos e para que "de repente" a nova safra de autores comece a descobrir o nosso jeito próprio de desenhar jogos. Ainda não vi nenhum "Mega Jogo" feito por um autor nacional no Brasil e não é por falta de capacidade de nós brasileiros, mas meramente uma questão de custo. Publicar é caro. Ninguém quer investir grana sem uma mínima garantia de retorno e por isso as nossas editoras/publicadores investem tanto nas fórmulas consagradas e nós consumidores estamos nos acostumando a isso e restringindo nosso campo de visão.

Precisa-se ampliar essa visão. Posso estar errado? Com certeza. Se eu tivesse a solução dessa equação estaria ganhando muito dinheiro com isso. Mas se a fórmula que se está usando não está dando o resultado esperado, que custa pensar diferente? 

 

Desculpe a ignorância, mas o que são jogos EEE?