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  4. O Homem que Seria Rei - sessão X

O Homem que Seria Rei - sessão X

Descent: Journeys in the Dark (Second Edition)
  • avatar
    tiagovip17/12/16 16:48
    avatar
    tiagovip
    17/12/16 16:48
    415 mensagens MD

    Olá, pessoas!

    Sábado finalizamos nossa campanha de Descent.

    Eu - Overlord
    Marcelo - Avric Albright & Leoric do Livro
    Cesar - Grisban, o Sedento & Tomble Burrowell


    Primeiro Sangue & Goblin Gordo - sessão I

    Castelo Daerion - sessão II

    O Sofrimento do Cardeal - sessão III

    Interlúdio - A Cripta Sombria - sessão IV

    O Tesouro do Monstro - sessão V - parte I

    O Tesouro do Monstro - sessão VI - parte II

    A Espada do Amanhecer - sessão VII - parte I

    A Espada do Amanhecer - sessão VIII - parte II

    Dragões Ressurgem - sessão IX

    Jogamos o cenário final: O Homem que Seria Rei (The Man Who Would be King).

    *******************

    Capítulo Final - O Homem que Seria Rei

    Foi difícil avaliar o que ocorreu por algum tempo. O ar parecia feito de terra e gases venenosos. Os ouvidos de Avric zumbiam e ele sentia dificuldade para respirar. Achou que estava caído de bruços, mas quando tentou levantar suas mãos não lhe deram o apoio esperado e o guerreiro demorou um tanto para entender que ele estava deitado de costas, coberto por detritos diversos. Virou-se de lado e tossiu violentamente; sentiu que cuspia para fora uma mistura de saliva, solo e pedras.

    A montanha Surtur dera o primeiro golpe da batalha - a encosta ocidental arrebentou-se e o mundo de Avric tornou-se escuro. Agora a luz voltava e, com ela, o temor amargo de tudo estar perdido. Ele corria, cegamente, as mãos pelos torrões de terra e rochas, procurando pela espada, sentindo que, de algum lugar, as hordas de monstros desciam a montanha para matá-lo. Quando sentiu uma mão forte puxá-lo pelo ombro, tentou reagir, porém sem enxergar direito e estonteado, era um alvo patético e sua resistência foi mínima. O guerreiro escutava sons distorcidos que, no entanto, eram incapazes de vencer o ruído agudo que lhe tomava a audição. Foi uma grande surpresa quando sentiu, sem aviso, um fluxo de água em seu rosto e, por instinto, limpou os olhos e conseguiu ver melhor - borrões a princípio, mas logo as formas começaram a distinguirem-se. Grisban estava ao lado dele, molhando um pano o qual tentou levar até a face de Avric, que o impediu, parando o braço do anão antes de pegar o pano de entre os dedos grossos de Grisban e, ele mesmo, limpar o rosto.

    O zumbido diminuía e Avric, então, escutava gritos, um retumbar grave e compassado e as palavras de Grisban: "Temos que ir, Avric."

    "Fomos destruídos?", gemeu Avric, suas entranhas se contorcendo não pelo medo da derrota e, sim, pelo que ela significaria.

    "Não ainda!", Grisban respondeu. "Mas temos que ir!"

    Avric pôs-se de pé, escorado no anão até que estivesse mais seguro em seu equilíbrio. O guerreiro espiritual pode ver que o exército do Barão Greigory havia passado por ele e, em uma linha de escudos ordenada, batia-se com as hostes de zumbis. Voltou-se para o local onde supunha que a montanha explodira, contudo a ferida aberta na encosta de onde fluía lava estava mais acima e ao à esquerda de Avric, enquanto as tropas avançaram pela direita dele. Avric agradeceu aos deuses - nem tudo estava perdido. Ainda, ao menos.

    Então um brilho fabuloso pareceu cobrir todo o mundo. Era como se a luz tivesse se tornado vento e soprava vinda de todos os lados. Avric e Grisban protegeram os olhos como era possível. Um zumbido onipotente abafou todos os outros barulhos. Quando o brilho diminuiu, ambos notaram algo: era dia. Perto da montanha não havia como saber, pois era sempre escuro demais. Entretanto, naquele momento, havia uma descomunal abertura nas pesadas nuvens de detritos, fumaça e gases que Surtur regurgitava. O sol iluminou o ambiente e, Grisban notou primeiro, grandes formas escuras caíam de entre as nuvens.

    "Os dragões estão atacando!", Grisban berrou, tentando informar o exército.

    "Não", Avric contradisse, indicando as silhuetas que desciam rápido. "Olhe bem."

    Os monstros despencavam, sem controle ou cuidado, por todas as Montanhas Carth, até onde era possível enxergar, contudo o maior número precipitava-se por sobre a Montanha Surtur ou em seus arredores. O estrondo e o retumbar de seus corpos batendo contra o chão era assustador e glorioso. Grisban não entendia o que ocorria, mas sabia o que significava quando soou a trombeta de ferro: o exército anão estava chegando.

    "Temos de ir", Grisban falou, sentindo a ânsia pela batalha crescer em si.

    "Então, vamos, meu amigo, então vamos."

    A batalha os esperava.

    ****


    "Você vai aprontar algo com a minha Runa?" Tomble tinha problemas em manter o passo de Leoric, que caminhava rápido demais para a envergadura das pernas do ladino, pois além de ser estorvado pelo arco que trazia cruzado sobre o peito e as costas, o terreno era acidentado e, mesmo assim, o necromante parecia andar em uma estrada plana de terra batida, auxiliado pelo cajado branco que, imaculado, parecia se destacar de tudo mais. Tomble queria manter alguma respeitabilidade em suas palavras, mas ao ser obrigado a falá-las entre respirações entrecortadas não ajudava.

    "A Runa Umbrosa não é sua", Leoric retrucou, gastando somente o tempo suficiente para lançar um olhar de leve desprezo para Tomble. "Nunca foi, nem jamais será."

    Tomble sorriu daquele jeito que anunciava uma frase de efeito, porém percebeu que, com o pano no rosto, Leoric não veria. "Curioso. Porque se eu, ah, não sei, decidir voltar, ou subir, ou descer, a Runa irá comigo."

    "Isso, Tomble, indica somente posse, não propriedade", falou Leoric. "Não é esse o seu credo?"

    "Um deles, Leoric", Tomble anuiu. "Mas você esquece que sou um hipócrita contumaz."

    "É verdade."

    "Logo..."

    Leoric parou e Tomble quase o agradeceu por isso. "Dê-me a Runa", o necromante pediu a Tomble.

    "Olha, Leoric, não precisa desconfiar..."

    "Não é isso. Aqui é um local apropriado. Estamos suficientemente longe do exército e da rota dos anões."

    "Os anões estão junto do exército", corrigiu Tomble.

    "Alguns, sim", Leoric concordou. "Não todos."

    Tomble esticou o pescoço para olhar pela trilha percorrida pela coluna das forças do Barão Greigory. Nada vinha dali.

    "Eu diria para você sair e pegar um pouco de ar puro, mas, aqui, sem muita chance disso", comentou Tomble.

    "A Runa", Leoric insistiu, estendendo a mão.

    Tomble abriu o broche que lhe prendia a capa surrada e, de um bolso interno dela, retirou a Runa Umbrosa - a lasca de obsidiana de veios vermelhos pulsava fracamente. O ladino titubeou, contudo venceu sua relutância e entregou o artefato ao necromante, que havia retirado o tecido úmido que lhe cobria a face. "Você precisa ativá-la", disse Tomble, solícito. "Tem que dizer-"

    "Izraisit runski", Leoric pronunciou a fórmula mística com precisão. Os veios da Runa tornaram-se do mais brilhante carmim e a energia fluía da lasca como cerveja escorreria de um barril aberto.

    "É... hã, essa mesmo."

    Leoric desabotoou uma bolsa que trazia a tiracolo e, de dentro dela, retirou um cordão de prata. Com ele, envolveu a Runa no topo curvo do Cajado da Luz, prendendo-a com firmeza.

    "Hã, para que isso?", perguntou Tomble. Ele tinha certeza de ter ouvido o exército gritar e aquilo poderia significar que a luta tinha começado e, fosse isto verdade, queria estar lá, não ali. Só que não podia abandonar Leoric à própria sorte, ainda mais porque o ladino considerava o necromante aziago por natureza.

    "Eu não consigo arremessar alto, rápido e forte o suficiente", Leoric respondeu, ainda dando voltas com o cordão de prata antes de atá-lo com um habilidoso nó.

    "Até eu consigo jogar a Runa mais alto do que o Cajado vai", replicou Tomble, duvidando da explicação.

    "Há, em sua assumpção, dois erros, Tomble", Leoric afirmou. '"Um, de grau: você não sabe até onde o Cajado vai. E, depois, de gênero: não é a Runa que eu quero jogar." O necromante girou o Cajado de forma que seu topo e a Runa ficassem para baixo, parcialmente entre as rochas soltas. "Tomble, pegue Tiro Verdadeiro."

    O ladino não discutiu a ordem, estava curioso demais. Retirou o arco por sobre a cabeça e pode ouvir que a corda zumbia de leve, como que em antecipação ao disparo. "Mas deixei a aljava lá atrás."

    Leoric o encarou, não com raiva e, sim, um misto de decepção e superioridade. "Posso?", pediu ele, estendendo o braço para o arco mágico. Tomble o entregou, com a cara de uma criança que entrega o último brinquedo antes de ser mandada para a cama. "Kaplxica kažipot", entoou. O ar em torno do arco pareceu rodopiar numa velocidade incrível e extremamente restrita. Era difícil de enxergar, porém Tomble conseguiu distinguir ali, presa do arco, uma flecha feita basicamente de ar e resíduos de cinzas. Leoric soltou a corda e a flecha quase invisível singrou pelo ar, lançando estalos de energia, antes de estraçalhar um pedregulho. Tomble estava, a princípio, abismado e, depois, irritado.

    "Por que você não me mostrou como usar isso direito antes?", Tomble reclamou, esganiçado pela raiva.

    "Tiro Verdeiro é poderoso demais e você descuidado demais, fala demais e não tem retidão o suficiente."

    "A meu ver, só um de seus pontos é um defeito e, considerando que estou aqui, vivo, mostra que meu 'descuidado' é parte truque, parte treino", Tomble rebateu, tentando pegar o arco, que Leoric devolveu. "Não acredito que você não me falou."

    "Tudo são escolhas, Tomble." Leoric olhou para as nuvens escuras de onde vinha um constante ribombar e trovejar. Mas o ruído foi engolido quando a montanha Surtur pareceu explodir em fúria como nos primeiros dias em que despertara. Tomble se encolheu e se protegeu, Leoric procurou a fundo do imenso estrondo que sacudiu o terreno e pareceu uma onda de barulho que desceu a montanha até os passos e ravinas da Cordilheira Carth.

    "Kellos me proteja e guarde, o que foi isso?", perguntou Tomble, assustado.

    "O primeiro golpe deles. É o momento de dar o nosso", Leoric afirmou. "Prepare o arco, é só mirar próximo, Tiro Verdadeiro fará o resto."

    "Eu sei o que ele faz!", Tomble rebateu, ressentido.

    "Ambos sabemos que isso não é bem verdade."

    "Ah, dane-se você e os seus." Tomble não queria perguntar, porém foi incapaz de resistir: "O que você pretende fazer?"

    "O que acontece com o líquido de dentro de uma garrafa quando este é quebrada?"

    "Suja a mesa?"

    "Espalha-se." Leoric acabara de posicionar a contento o Cajado e a Runa, então recitou: "Utripati stena!" Ao som do comando místico a Runa Umbrosa pulsou e, quando Leoric soltou o Cajado da Luz, o mesmo foi impulsionado para cima qual fosse uma pedra no alto de um gêiser. A subida manteve-se reta devido à potência incontida do pulso.

    "Atiro já? Só estou praticamente só vendo o rastro!"

    "Não! Visualize o alvo, Tiro Verdadeiro irá encontrá-lo."

    "Isso não me parece um plano bem pensado!"

    "Eu sei!"

    A concordância do necromante pegou o ladino de surpresa, que deixou por um instante de seguir a linha de energia deixada pela Runa. "Eu queria ter conhecido mais desse Leoric", murmurou, com um sorriso.

    O Cajado sumiu por entre as nuvens e o necromante repetiu a fórmula: "Kaplxica kažipot!"

    Tomble lançou a flecha de ar e cinzas e não tinha noção alguma se ela seguia para o lugar certo, posto que, logo após ser lançada, já não podia mais vê-la. Leoric e o ladino ficaram encarando as nuvens negras, os relâmpagos e o ribombar.

    "Vou atirar outra", falou Tomble, sem tirar os olhos do céu plúmbeo, "não é como se estivesse faltando..."

    A mão de Leoric cobriu, sem aviso, a visão de Tomble e, um instante depois, todo o mundo virou luz. Por um breve momento o único som naquele universo de inefável claridade era um sibilo monocórdio que chegava até os ossos. Tomble tentava falar, mas nenhum ruído era capaz de superar a plenipotência daquele som uniforme. Então, o absolutismo do som e da luz passou. Leoric viu que, acima, as nuvens abriram-se, afastadas pela energia liberada do Cajado. O sol refulgiu e trouxe o calor da esperança onde antes havia apenas o frio do desespero. Formas escuras começaram a surgir de entre as nuvens esfarrapadas - os dragões das sombras, afetados pelo impacto do golpe luminoso, caíam.

    "Uau", embasbacou-se Tomble. "Sensacional, Leoric." O ladino olhava as criaturas tombarem dos céus, impactando-se contra os montes cinzentos. De repente algo lhe ocorreu: "E se um desses cair em cima de nós? Ou do exército?"

    "Eu rezo para que não aconteça isso", Leoric respondeu, sem passar a confiança que Tomble esperava.

    "Mas... você nunca reza."

    "Sim, mas aparentemente os deuses gostam de hipócritas, não é?"

    "É, isso é", Tomble concordou e riu enquanto começava a correr atrás de Leoric, que partira numa direção que não ia exatamente de encontro à posição anterior das tropas do Barão Greigory. Os dois aventureiros interceptaram as forças do exército anão, que traziam seus estandartes desfraldados e suas máquinas de guerra. Eram centenas, talvez milhares. "De onde?..."

    "Um túnel", disse Leoric. "Profundo, antigo e perigoso. Mas eles não temem desafios, só a desonra de uma ofensa sem resposta."

    "Ah, então foi para isso que veio aquela comitiva", lembrou-se Tomble. "Para indicar o caminho."

    Leoric sinalizou sua presença e foi reconhecido por Khálin, o chefe do clã anão das Montanhas Carth.

    "Obra sua?", saudou Khálin, apontando o dedo nodoso para o buraco nas nuvens, para Leoric.

    "Nossa", corrigiu o necromante, incluindo Tomble.

    "Eu prefiro que meus feitos em batalha sejam bem vistos por todos, por isso prefiro lutar com sol", Tomble complementou. Os dois juntaram-se à marcha.

    Khálin cumprimentou Leoric da maneira anã, apertando os antebraços, mas somente para Tomble ofertou o cumprimento familiar do clã, pondo a mão pesada no ombro do ladino. "Você, pequeno", falou o senhor anão, "parece ser do tipo com que vale a pena beber."

    "Vale mais do que a pena", corrigiu Tomble. "Vale uma rodada inteira!"

    Khálin riu enquanto a vanguarda subia a crista de uma pequena elevação que, até então, mantivera-a oculta da fortaleza. No caminho foi necessário usar duas espessas lajes de pedra, que os anões levavam em estranhas carroças com seis rodas, para que a hoste passasse por sobre um fluxo de lava. Superado o estorvo, no alto da crista Khálin, Leoric e Tomble puderam ver que a batalha já ocorria, mas se antes havia uma luta ferrenha, agora era um massacre desigual: as linhas de soldados do Barão Greigory recuperaram-se do estupor causado pela luz repentina e a abertura entre as nuvens dera-lhes ânimo, sendo recebida por urros de alegria, ainda mais fortes quando os dragões começaram a cair do céu. A horda de zumbis, por outro lado, receberam mal o lume absoluto momentâneo e ainda pior foi o efeito do sol, pois eram criaturas da escuridão e, mesmo não possuindo nenhuma fraqueza particular durante o dia ou diante do sol, detestavam ambos e temiam-nos. Os zumbis tinham apenas resquícios de vontade própria, e isso foi suficiente para que o abalo corresse pela coesão da horda. O Tenente Troras comandara o ataque inicial que partiu a linha de zumbis e, uma vez entre eles, a velocidade dos soldados superou a incrível resistência dos zumbis. O combate só ainda ocorria porque não era dada a escolha de fuga ou da rendição aos mortos-vivos, mesmo diante do extermínio completo.

    "A nokzam, af alud! A anil! A dural!", berrou Khálin, em sua língua natal. Os estandartes foram levantados e a hoste anã foi para o combate.


    ****


    Avric parou de lutar para recuperar o fôlego, mas não só por isso. Ele também estava mesmerizado pela perícia assassina de Grisban. O anão era um vórtice de destruição e os zumbis, mesmo sendo criaturas fortes, eram incapazes de alcançar Grisban, que cortava braços e pernas, antes de terminar a resistência dos mortos com um pisão ou com um golpe do machado que mais parecia a batida de um martelo na bigorna, se a bigorna se desfizesse em pedaços quando atingida.

    Quando os ettins e os barghests ameaçaram lançar-se à luta, os anões vieram. Eram fileiras e fileiras de anões, sob as bandeiras do martelo, do lago, das três pepitas, do mascoto e da marreta, do cume sob a lua e tantas outras, marchavam sobre a montanha, trazendo suas máquinas de guerra, para trazer a vingança do povo anão contra Belthir e aquele a quem ele servia.

    Era surpreendente para Avric que os anões tivessem técnica tão acurada na poliorcética, mas o fato era que tinham. Os trabucos e outras armas complexas, enormes, que cuspiam pedra e metal, causaram impacto tremendo nas muralhas da fortaleza. Havia uma abundância de artilheiros manejando os armamentos e a esses juntava uma multidão de ajudantes. Os arqueiros goblins tentavam devolver o fogo, o que era abençoado por dois motivos: primeiro porque alteraram seu alvo das linhas de batalha, onde os homens eram bastante vulneráveis às flechas, enquanto as saraivadas pouco importavam para os zumbis - tanto que as criaturinhas pérfidas lançaram várias flechas flamejantes, de forma a incendiarem alguns mortos-vivos para que, assim, estes se tornassem ainda mais danos antes de serem consumidos pelas chamas. E segundo porque os paveses de metal e couro que protegiam as armas de cerco suportavam os disparos sem sofrer estragos notáveis. Por outro lado, as pedras arremessadas pelos ettins causavam prejuízo de equipamento e vidas, ainda mais porque os morros de terra para proteger as armas não estavam prontos; por outro lado, as criaturas ofereciam um alvo para as balestras, que tinham maior precisão e, logo, não havia mais delas defendendo as muralhas.

    O portão negro foi fechado, com grandes perdas, pois os artilheiros anões já tinham ajustado suas máquinas de destruição e Avric viu que foi necessário que Sir Alric Farrow, escondido até então, ajudasse no fechamento do portão. Nesse momento o guerreiro espiritual sabia estar próxima, mas antes de clamá-la era preciso eliminar os zumbis, então Avric, que desde o começo dos combates acumulava a energia dos espíritos, afinal liberou-a. A partir Avric um círculo de poder expandiu-se e, em seu aumento, se o globo tocava em carne viva, curava-a, mas era a destruição da carne putrefata dos mortos-vivos, que era aniquilada como papel consumido pelo fogo. O círculo não tinha extensão para cobrir todo o campo de batalha, todavia permitiu que os flancos, onde a luta ainda ocorria, recebessem o auxílio dos soldados do centro, que se viam sem oponentes.

    O exército combinado de humanos e anões juntou-se em comemoração. A guerra não estava encerrada, contudo a batalha de Surtur havia terminado. Iniciava-se, então, o assédio à fortaleza de Belthir. Não demorou para que o perverso híbrido-dragão surgisse entre as ameias da muralha.

    "Quem comanda esse exército humanos malfeitos e anões degenerados?", questionou Belthir, vestido em uma iridescente armadura de escamas verde, que permitiam espaço para suas asas coriáceas. A voz era rascante, uma corrupção do som da voz humana vinda de um aparelho vocal mais apto ao rosnado do que à fala. Ao lado dele estava Sir Alric Farrow, também vestido para luta em aço negro e dourado - seu capacete fechado dando-lhe a aparência de um golem mítico de metal, e o inchado e nojento Splig, o autointitulado Rei de Todos os Goblins.

    Greigory e Khálin avançaram e, junto deles, a pedido, foi Avric, Grisban, Leoric e Tomble, bem como o capitão Stromm e um punhado de oficiais, tanto do lado humano quanto de entre os anões.

    "Ah, Greigory", saudou Alric, em sua voz tonitruante e oca, que parecia vir do fundo de um poço. "Aquele que eu ainda não matei. Tem algumas manchas de sangue do velho Daerion em minha capa", zombou.

    "Alric, seu saco de merda", Greigory retornou. "A pífia higiene de suas roupas não me surpreende e suas palavras certamente não me intimidam."

    "E ainda assim eu vejo-o tremendo", retrucou Alric Farrow.

    "É só pela antecipação que sinto do prazer que terei em matá-lo", Greigory disse.

    "Senhores", falou Khálin, "ninguém gosta mais de uma boa discussão que eu, mas estamos aqui para negociar, não?"

    "Sim!", concordou Belthir, estendendo sua asa direita na frente do belicoso Sir Alric Farrow. "Esqueçam Alric, ele desgostou ter bolas de pedra atiradas contra ele. Ele considera armas de alcance como ferramentas de covardes, como nossos goblins. Eu entendo a necessidade, no entanto."

    "Não aceitaremos nada exceto rendição total e completa", interrompeu Greigory, ainda nervoso pela provação de Alric Farrow.

    Belthir fechou a asa e colocou uma perna escamosa que terminava em garras grandes e afiadas em cima da ameia. "Ora, eu ia dizer o mesmo", asseverou, sem nenhum tom de sarcasmo naquela voz deturpada.

    Greigory deu uma risada forçada, enquanto Khálin manteve-se taciturno e atento.

    "Acho que você não viu a batalha", Greigory falou. "Mas não me surpreende, seria difícil vê-la de tão longe e detrás de um muro."

    Belthir se eriçou com a ofensa. "Chega. Vocês invadem minha casa, derrubam meus irmãos de seu lugar de direito, nos céus, e depois me ofendem? Eu iria deixá-los ir, sob um manto de vergonha e derrota, claro, mas deixaria. Vocês não são nada. Não venceram nada. Destruíram um punhado de zumbis? Mortos não nos faltam. Vocês mesmo nos trouxeram tantos mais. A luz de vocês", aqui Belthir apontou para o buraco nas nuvens, "diminuí e o mesmo ocorre com suas forças. Os dragões caíram? Sim. Mas há outros. Os maiores, mais antigos e poderosos. Mesmo sabendo que os venceria, que os vencerei, deixá-los-ia ir, pois lutaram bem o suficiente. Mas sua ofensa não passará impune."

    Belthir saltou da muralha e, com as asas abertas, planou até o chão a não mais de vinte passos do grupo de Greigory e Khálin.

    "Escolham um campeão para lutar comigo", bradou Belthir, expondo os caninos daquele rosto sáurio. "E já escolham alguém para vir coletar o corpo dele. O que sobrar depois que eu estiver saciado."

    "Eu vou", afirmou Avric, sem titubear.

    "Eu também aceito", disse o tenente Troras.

    "Somos convidados", Khálin falou. "A honra de defender nosso anfitrião cabe a nós."

    "Eu agradeço, chefe Khálin, mas Belthir trouxe mais pesar à minha terra que a sua", contrapôs Greigory.

    Só quando Grisban estava na metade do caminho até Belthir que aqueles que argumentavam viram que o ponto já estava decidido. Leoric e Tomble viram o parceiro empunhar o machado e ir sem conversa, e nenhum objetou - seria a escolha deles. Greigory e Khálin não reclamaram, pois Grisban residia em Arhynn e, também, um anão.

    "Ah, mestre Grisban", saudou Belthir, enquanto suas pupilas animalescas se ampliavam de um fio vertical para quase um círculo.

    Grisban trazia o machado baixo, quase o arrastando entre as pedras soltas e, sem aviso, fez um arco com a arma, lançando várias das pedras contra Belthir, que se protegeu rápido, com uma das asas. Grisban aproveitou o momento em que a visão de Belthir estava bloqueada para dar uma corrida curta e para o lado. O híbrido-dragão previra o avanço de Grisban e recolheu a asa para trás enquanto seu braço projetava a imensa maça-de-guerra que usava. O golpe atingiu somente pedras, porque Grisban não viera de encontro a Belthir, como este esperada e, sim, estava um passo ao lado, o suficiente para que seu machado cruzasse o espaço num borrão de velocidade e atingisse o joelho de Belthir com força esmagadora. A lâmina não atravessou a perna, como faria com qualquer humano ou anão, mas parou no meio, após atravessar o resistente couro de dragão que recobria Belthir. Músculo, tendão e ossos foram partidos e Belthir urrou de agonia. A força do golpe obrigou Belthir a cair de joelho, curvando a perna destroçada, o que fez a dor ser ainda mais aguda. Grisban tirou o machado com um grunhido, indicando que, alguém de menor força - e quase todos o são quando comparados da Grisban - teria de abandonar a arma. Então o anão usou a energia que gastara para remover o machado para manter o movimento da lâmina, fazendo um arco completo que terminou numa descida que mirava a cabeça de Belthir. O híbrido-dragão levantou a maça para se defender, porém a lâmina veio rápido demais, acertando o antebraço de Belthir e cortando-o em dois antes de se enterrar no rosto do monstro.

    Belthir, caído, ainda vivia - seu sangue viscoso brotava em grande quantidade do toco do braço, da perna e de sua face. Estava vivo quando viu a sola da bota de Grisban assentar-se em sua cara, e sentiu a lâmina assassina ser retirada. Tentou rosnar, ou falar algo, mas só conseguiu gorgolejar no próprio sangue. Tossiu e engasgou. Encarou, com o único olho ainda funcionando, pois o outro, como aquele lado do rosto, estava arruinado, Grisban, o guerreiro anão, silencioso, barbudo e destemido, descer o machado para encerrar aquele breve duelo. Belthir teve tempo para pensar que teve uma boa morte, ante um oponente de mérito. Então, após um ruído úmido de estraçalhar de ossos, Belthir, o híbrido-dragão, não vivia mais.

    O grupo de Greigory e Khálin, bem como as tropas que assistiram de mais longe, celebraram a vitória aos gritos e batendo armas nos escudos. Grisban cuspiu no cadáver de Belthir, murmurou um "fraco" e apontou com o machado para Sir Alric Farrow, antes de descer o machado para apontar para o chão diante do anão. Alric retirou da bainha a Espada do Crepúsculo, a perversão que um dia fora o artefato conhecido por Espada do Amanhecer e parecia ter aceitado o desafio de Grisban, mas então olhou para trás e desistiu. O cavaleiro ajoelhou-se, apoiando a ponta da espada na pedra da muralha.

    De algum ponto oculto da fortaleza surgiu uma sombra. Era densa como aquela que exsudava dos dragões das sombras, e ainda mais potente, pois a luz do dia não fazia nada para mitigá-la. A escuridão parecia um líquido, escorrendo por sobre as pedras e fluíam pela base da muralha, como tentáculos de trevas. Um odor indefinível, a princípio, foi sentido pelo grupo perto da fortaleza. A Leoric pareceu o cheiro que fica no ar após um relâmpago, e ele sabia que aquele aroma provinha de algo bastante conhecido por ele, porém nunca tão pungente ou impactante, como a fetidez de um corpo exposto ao clima. Era a fragrância da magia, presente de forma residual em qualquer feitiço ou item mágico, que normalmente passava despercebido de todos, exceto seres de faro aguçado ou de magos, que se treinavam para percebê-lo. Um terror pegajoso, sobrepujante, tomou o espírito de Leoric, e ele não sabia como expressá-lo aos demais.

    Na muralha surgiu a figura do Barão Zacareth. Em partes - rosto, ombros, braço esquerdo - estava igual ao que os aventureiros se lembravam da Batalha da Cachoeira, onde eles tiveram a oportunidade de eliminar esse servo do Senhor do Escuro. Leoric supunha, anteriormente, que Zacareth respondia a algum poder terrível, mas essencialmente de Terrinoth; agora sabia que não era assim: ele poderia, sim, obedecer a alguém - ou algo -, porém, certamente, era uma força alienígena, adimensional, sem conexão com algo que a natureza do mundo poderia produzir, mesmo em seus pesadelos. Isso porque, o resto de seu corpo era uma massa plena de trevas; exceto o braço direito, que lembrava a Runa Umbrosa: a pele estava seca, rachada, da aparência de rocha, e entre os frisos da pele pulsava uma energia rubra, em padrões não de todo aleatórios, pois Leoric reconheceu ali alguns arcaicos símbolos arcanos, utilizados somente nos mais funestos ritos, alguns de antes da aurora da humanidade, quando seres, hoje restritos aos mitos, palmilhavam o mundo e controlavam o destino de tudo que era vivo e morto. Zacareth olhou o grupo e o exército atrás deste, então se voltou para os céus, onde o buraco diminuía, pois Surtur não cessava de vomitar fumaça.

    "O Cajado da Luz?", perguntou, olhando para Leoric. O timbre da voz fazia tremer o ar e era carregado de uma potência inaudita. Leoric meneou a cabeça em sinal positivo. "Pena. Eu o queria para mim, para poder... hum, trabalhar nele. Bem pensado de sua parte, porém. Isso deixou evidente que sou obrigado a matá-lo."

    Dois dragões das sombras subiram a muralha, deslizando na pedra como serpentes gigantes. Agiam como dóceis animais de estimação perante Zacareth.

    "Até agora você não anda tendo muito sucesso nisso, Zacareth", Tomble devolveu. "Já nós..." Deixou a frase no ar, apontando o cadáver de Belthir. "E imagino que aquela surra que lhe demos ainda deve doer quando está frio."

    Um breve esgar de raiva perpassou o rosto severo de Zacareth. "Criaturinha, diferente de Leoric, que eu matarei por obrigação, você será só por diversão." A voz fez o terreno tremer levemente e os dragões afastaram-se, sobressaltados, de Zacareth. Leoric pensou em calar Tomble, todavia não o fez - não faria diferença, afinal. Aquele era um preâmbulo - a calmaria antes de a tempestade começar.

    Tomble fingiu um bocejo exagerado, para marcar o desprezo e descaso acerca do que era dito a ele. Leoric tinha que fazer algo. Tentou chamar por Avric: "Avric, precisam-"

    Tomble, quando queria era ligeiro, ágil o suficiente para passar por uma multidão de monstros e sair do outro lado com as bolsas de ouro deles. Leoric sequer viu como Tiro Verdadeiro chegou estar em posição de disparo e quando ouviu o comando recitado pelo ladino, era tarde demais.

    "Kaplxica kažipot!"

    A flecha quase invisível voou certeira e teria atingido Zacareth se Alric Farrow não tivesse empurrado-o ao lado e recebido o golpe, que o jogou para trás, derrubando-o da muralha com um estrondo de metal que foi ouvido até onde o grupo estava. Tomble preparou outra flecha quando...

    "Não em mim", Zacareth ordenou, com a tenebrosa voz vinda do abismo. "Nele." Zacareth apontou para Greigory. Leoric sentiu a onda de energia mística. Tomble não queria, mas viu-se compelido a puxar a flecha de ar e cinzas para trás e voltar sua mira para o Barão Greigory, que não entendia o que ocorria, voltou-se para o ladino e sequer viu quando a flecha de energia perfurou sua garganta. Avric tentou impedir o disparo, contudo tudo ocorreu rápido demais. O sangue do barão espirrou alto e todos aqueles perto dele foram atingidos pelas gotas rubras. Leoric estava concentrado em dizer a fórmula de um contrafeitiço enquanto ouvia Zacareth falar: "Agora..." ele fez uma pausa, pensando no que queria. "Matem-se. E o último que restar, mate-se."

    O que ocorreu depois foi o morticínio vindo de um negro sonho de terror. Os soldados atacaram-se, ferindo-se, matando-se. Dentro de cada um havia uma voz dizendo para não fazer aquilo e entendia o horror que estava se desenrolando. Porém, mais forte era a voz de Zacareth e sua ordem. Nem os anões, conhecidos por sua vontade inquebrantável, resistiram muito melhor que os seres humanos. Foi bastante rápido, ainda que aquela atrocidade tenha sido espalhada e nunca deverá ser esquecida, pois o comando de Zacareth era simples: matar apenas. Nem atacante nem golpeado defendiam-se - a vontade única era de matar, até ser morto.

    Quando o buraco entre as nuvens reduziu-se a nada, o exército dos humanos e o dos anões deixara de existir. Os servos de Zacareth espalharam que Avric matou Leoric, que Grisban derrubou todo o grupo de Khálin e foi morto por um golpe traiçoeiro dado por um dos oficiais de Greigory. É dito que Tomble, com Tiro Verdadeiro, simplesmente não podia ser alcançado por inimigos e que foi necessário uma saraiva lançada pelos goblins, que não queriam esperar para que Tomble tivesse de matar a si mesmo. Avric, falam, foi o único a conseguir resistir parcialmente ao feitiço e começou a andar, com extrema dor causada pela recusa à obediência e pelos ferimentos físicos, na direção da fortaleza. Sir Alric Farrow, com a armadura de ouro e aço negro, saiu dos portões e encerrou a vida de Avric com um golpe só, partindo o guerreiro em dois - ambos os pedaços foram usados para decorar os espigões acima do portão da fortaleza.

    A carnificina marcou o começo do reinado de Zacareth, agora Rei Zacareth, o primeiro rei desde os tempos de Daqan, o Amaldiçoado. Uma época de guerras, chacinas e terror, sob o manto da escuridão de Surtur, inciou-se e, ainda, não teve fim.


    ****


    Epílogo

    "Mas veja", disse o velho, coberto em um manto grosso de lã e com o rosto oculto por um capuz, sentado ao lado da lareira da taverna Olho Pustulento. "Tudo que se sabe daquela chacina veio servos de Zacareth. Mas eles não sabem de tudo, sabem? Eles não sabem responder por qual razão, depois do extermínio, tantas tropas foram enviadas pelas montanhas Carth. Eles não sabem, e não perguntam também. Mas outros, com mais livre-arbítrio, perguntam, sabe?"

    "E você sabe, ancião?", perguntou Jain Fairwood, enquanto descascava uma maçã com sua faca de caça. "Se estivesse lá, sua cabeça estaria numa lança, já há muito tempo só no osso, na trilha que leva até a Fortaleza Negra."

    "Mas eu estava", defendeu-se o velho. "Zacareth é poderoso, sim. Mas não onipotente. Demoramos demais - depois descobri que o ritual, em que Zacareth trocou a si e o sacrifício de inúmeros milhares por acesso a um poder monstruoso, fora completado um lua antes. Os ataques eram apenas uma distração."

    "Parem de falar com esse velho", disse Ronan, vestido em peles de tom pardo e verde - um caçador das terras selvagens. "É perigoso. E se as pessoas erradas virem vocês com ele depois de terem o ouvido, estaremos em encrenca."

    "Estamos nas terras de Lorde Hawthorne", rebateu Okaluk, um membro da raça pequena de sangue gnomo. Ao lado dele, e maior do que ele, descansava Rakash, o lobo das montanhas. "Não há problemas aqui."

    "Ainda, pequeno, ainda não há problemas aqui", Ronan corrigiu. "Mas eles virão, se já não estão aqui. Não há senhor livre de Zacareth. Todos pagam a ele de alguma forma - ou em vassalagem e promessas, ou... bem, de outra forma. Nenhum lugar em que a sombra dos dragões alcance está seguro, Jan."

    "Deixe-o falar, Ronan", disse Jain. "Frio como está, com a neve alta lá fora, ninguém virá até aqui esta noite."

    "Nós viemos. Nós estamos aqui", Ronan lembrou, cuidadoso.

    "Continue", pediu Jain, desconsideração a preocupação de Ronan. A arqueira encheu a caneca do ancião com cidra com canela aquecida.

    "Obrigado", o velho disse. "Eu sei o que eles queriam. Eles procuravam coisas e, principalmente, alguém."

    "Quem?", o jovem Okaluk perguntou, incapaz de esperar.

    O velho pausou, sorrindo. "Você me lembra alguém", ele disse. "Ah, às vezes eu me pergunto como seriam as coisas se tivéssemos pegado aquele ídolo de diamantes e ido para outro lugar", o velhor murmurou para si, mas Jain e Okaluk, sentados próximos a ele, ouviram. "Ah, perdão, perdi-me em reminiscências. Bem, garoto, eles procuravam por mim."

    Ronan forçou uma risada. "Eu disse que o velho era louco. Vamos, parem com isso. Vá, para fora, velho."

    "Está congelando lá fora!", opô-se Jain.

    "Ele que mije em si mesmo para se manter aquecido", Ronan sugeriu, sem misericórdia.

    "Não vou deixar ele ser jogado para fora!", falou Jain, interpondo-se entre Ronan e o velho.

    "Ele é louco, perigoso e acho que vai nos matar!", reclamou Ronan. "Ele deve ser um maldito espião, andando de lugar em lugar testando as lealdades das pessoas! Nem o rosto ele mostra!"

    O velho abaixou o capuz que lhe cobria a face. Era um rosto marcado fundo pelo tempo, porém o mais chamativo era o lado direito da cabeça do ancião, onde havia uma cicatriz feia, parcialmente coberta pelos longos cabelos brancos do homem, onde faltava a orelha dele. "Avric nunca me matou, mas tentou. Só que ele resistiu e desviou o golpe um pouco para o lado. O sangue foi abundante, por certo, mas meu contrafeitiço foi suficiente para suportar o aquele encanto fatal, assim consegui me arrastar e depois escapar. E eu não escapei sem nada, ainda."

    De uma sacola imunda o velho retirou o mais belo arco que Jain já vira ou ouvira falar. A corda parecia fina demais, por isso ele era somente quase perfeito. "Tiro Verdadeiro", falou o velho.

    Houve um longo momento de silêncio na taverna, onde somente os estalos da madeira queimando na lareira ressoavam. Ronan foi o primeiro a falar: "Quem é você e o que quer de nós?"

    "Meu nome é Leoric do Livro", nomeou-se, "e eu preciso de ajuda para encontrar algo. Eu sei onde está, mas sozinho não conseguirei."

    "O que é?", Jain perguntou.

    "Já ouviram falar da Runa Umbrosa?"

    Uma nova aventura começava.

    *******************


    Pois bem, terminou a campanha. Como avisei no relato anterior, a minha interpretação dos eventos ocorridos no jogo e os descritos diferem bastante. Mas não em tudo, os pontos de conexão são:

    - Belthir realmente foi morto por Grisban;
    - Sir Alric Farrow foi atingido por uma flecha de Tomble (entre outras pancadas que tomou de outros);
    - O Barão Zacareth tinha dois dragões ao seu serviço;
    - O Barão também tinha acesso ao Encanto Negro (Dark Charm), que obriga o alvo a fazer as vontades de quem lançou o encanto;
    - Os aventureiros não chegaram a relar o dedo no Barão Zacareth.

    Talvez algum leitor (hahahaha; boa essa. Nem quem jogou leu meus relatos anteriores) desgoste por não ter tido alguma cena dramática envolvendo a morte de Avric, Tomble e Grisban. É a vida e ela é cruel. Isso também foi feito de forma deliberada: no jogo, as mortes dos aventureiros foram brutais e rápidas (nas mãos de zumbis, mas eles também se atacaram, por efeito do Encanto Negro - evidentemente achei isso melhor e demonstra mais o poder adquirido por Zacareth).

    O cenário do jogo, sem ser romanceado, foi o seguinte: na 1ª parte, cabia aos aventureiros, que entraram na fortaleza de Zacareth sem encontrarem resistência, perseguir Splig, que tinha uma coroa de ferro nas mãos, que ele tinha que levar ao Barão. É um cenário um tanto estranho, pois os aventureiros tem que se expor ao perigo de encarar de frente 3 tenentes (Splig, Belthir e Alric), sendo o prêmio algo não lá muito importante (quem tiver a a coroa não pode ser alvo do Encanto Negro). Eu certamente me focaria em procurar o cenário pelos itens para serem utilizados na 2ª parte (algo que o Cesar e o Marcelo deixaram totalmente de lado, não pegaram sequer um). Ocorreu, então, que optei por usar o cenário para causar a maior quantidade de dano possível, mesmo que isso causasse minha derrota. Porém os tenentes batiam pesado e os barghests fizeram sua parte, assim, ao final da 1ª parte do cenário, mesmo com Belthir morto, eu consegui derrubar 3 dos 4 aventureiros (só o Avric ficou de pé), enquanto Splig fugia saltitante.

    Na 2ª parte do cenário os objetivos eram simples: ao Overlod cabia matar todos os aventureiros. Aos aventureiros cabia matar Zacareth. Só que a 2ª parte foi um massacre. Não tanto por mim, especificamente, mas mais pelo azar do Cesar e do Marcelo, que conseguiram errar 4 ataques contra os zumbis. Um desastre épico. Meu ataque, contando com cartas como Frenezi (Frenzy) e outra que não lembro o nome mas permite aos monstros realizar 2 ataques e daí ser eliminado, causou imenso estrago. Primeiro eu concentrei os ataques em Leoric, para que a habilidade dele (reduzir um ponto de dano), quando ele fosse eliminado, não tivesse efeito nos ataques eu faria aos demais. Depois de Leoric, caiu Avric, eliminado em um ataque do zumbi líder. Grisban foi o terceiro a morrer e, por fim, Tomble. Tudo isso feito pelos monstros que eu achei que estariam ali só para acertar um ou dois golpes antes de sumirem. Os dados fazem essas coisas.

    Enfim, o cenário deu mostras de que ele tem, sim, certo equilíbrio, algo que não encontramos com frequência nas aventuras. Mas, evidentemente, sem um combate renhido contra o vilão principal, o efeito geral é de um anticlímax.

    Abs,

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  • tiagovip
    415 mensagens MD
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    tiagovip17/12/16 16:48
    tiagovip » 17/12/16 16:48

    Fotos do Cesar.

    Marcelo mostrando que não estava pra brincadeira

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    https://boardgamegeek.com/camo/be34189847154e99079c8f3a60674447edead7d8/687474703a2f2f692e696d6775722e636f6d2f784d6c497249682e6a7067


    Tentando cercar o Splig

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    Leoric e seu esqueleto que já foi considerado o mais forte em outras partidas https://cf.geekdo-static.com/images/sad.gif, tentando impedir o avanço dos barghests

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    A situação só piorava.. https://cf.geekdo-static.com/images/sad.gif

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    Hora de descer o porrete..

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    Já Era....

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    Primeiro massacre

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    ---------------------------------------------
    2ª Parte

    Setup

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    Começando bem

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    E só zumbis da nada, sussa...

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    A QUEDA!

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    *Curtam a Queda em gif e a felicidade do Overlord e do Heroí.
    http://i.imgur.com/yhuQR.gif


    Ficha da campanha com um toque sem graça do Overlord https://cf.geekdo-static.com/images/rock.gif


    https://boardgamegeek.com/camo/d271d56bc2d7b78a4b24aa8e3850ccfcd5ab9e05/687474703a2f2f692e696d6775722e636f6d2f554e4d5838644e2e6a7067

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  • joaoclaudio
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    joaoclaudio26/02/17 22:35
    joaoclaudio » 26/02/17 22:35


    Show de bola! Tinha tempo que eu queria ler tudo de uma vez só e foi muito bom o relato. E as adaptações ficaram perfeitas!

    1
  • tiagovip
    415 mensagens MD
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    tiagovip27/02/17 01:46
    tiagovip » 27/02/17 01:46

    joaoclaudio::
    Show de bola! Tinha tempo que eu queria ler tudo de uma vez só e foi muito bom o relato. E as adaptações ficaram perfeitas!


    Valeu, João! Perguntava-me se alguém, qualquer um, algum dia leria tudo. Fico feliz em saber que sim!

    1
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Descent: Journeys in the Dark (Second Edition) - O Homem que Seria Rei - sessão X
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