Filipe Oliveira::
Engraçado como as percepções pessoais são diferentes! Eu geralmente odeio jogos "cobertor curto" nesse aspecto de poucas ações/turnos para se fazer o que deseja e o sentimento de não desenvolvimento. Mas o Mombasa, para mim, passa longe disso.
O jogo possui 7 turnos, sendo que começamos com pelo menos 5 ações/turno (3 das cartas + 2 dos marcadores das ações comuns do tabuleiro). E essas ações geralmente desencadeiam novas ações (como a expansão das empresas que geram o avanço nas trilhas de ações/quotas e na trilha de diamantes).
Ao longo do jogo, podemos aumentar os slots de cartas e adquirir novos marcadores para mais ações no tabuleiro central, então os jogadores, a partir do 3º ou 4º turno, já possuem cerca de 8 ou 9 ações/turno (5 cartas + 3 ou 4 marcadores de ações comuns adquiridos em uma das trilhas). Um dos principais aspectos em que o Mombasa me conquista é justamente esse sentimento de evolução, de sentir que comecei com um deck fraco, mas adquiri novas cartas que me deram novas ações muito mais fortes e quotas das empresas que serão multiplicadas no final juntamente com o amplo desenvolvimento nas trilhas (que também dão benefícios e ampliam as ações ao longo da partida). Você jogou o Mombasa apenas uma vez? Geralmente há um sentimento maior de frustração na primeira partida, afinal a curva de aprendizagem dele é um pouco longa.
Mas, como eu falei acima, essa percepção varia muito de pessoa para pessoa, perfeitamente válido seu ponto de vista.

Eu sinto um desenvolvimento muito menor no Village, já que nunca conseguimos fazer tudo o que pretendemos no turno (se optamos por viajar, não conseguimos comprar nada relevante no mercado, se optamos por dominar o Clero, ficamos atrás na Câmara do Conselho, etc).
Então, Filipe, meu caso é mais "crítico". Já sou quase um meme no meu grupo por isso. Qualquer sentimento de cobertor curto, por mais mínimo que seja, e já não me divirto com o jogo. Gosto de me sentir livre, espaçoso. Quanto mais ações melhor, quanto mais opções disponíveis em cada decisão, melhor. Quanto mais longo e épico o jogo, melhor.
Por isso falei que entendo perfeitamente quem goste, eu sei que é algo bem pessoal. Nem no meu grupo (onde praticamente fui eu que iniciei todo mundo nos BGs), todo mundo prefere o Mombasa, e a maioria gosta de jogos de cobertor curto.
A questão do Mombasa pra mim não é nem a quantidade de ações, mas a limitação das possibilidades. O Clássico caso do "puuuts, eu precisava
justamente daquela carta que está naquele bolo que eu não posso pegar..." Essas situações me frustram bastante, e ela foi recorrente nas duas partidas que joguei do jogo.
Em comparação com outro que joguei recentemente, o Dominant Species, que simplesmente
amei, em tese, ao longo do jogo, vc tem menos ações que no Mombasa (numa partida pra 5 jogadores). Mas quando eu preciso tomar uma decisão, eu posso escolher
qualquer coisa que eu preciso naquele momento, sem ficar limitado a 3 cartas que tenho na mão com aquela sensação de "Ah, se eu tivesse pego o outro bolo de cartas no turno anterior..."
Sei que é uma ideia de planejamento que agrada a maioria, mas eu prefiro o planejamento livre, de forma que vc planeje a longo prazo sem ficar preocupado de "não posso fazer a ação agora porque preciso fazer depois, não posso indisponibilizá-la". Prefiro ter a opção de fazer ela agora
E depois.