Em Spartacus: A Game of Blood and Treachery, cada jogador assume as regras de um Dominus, o líder de uma Casa em Capua, uma cidade da Antiga Roma.
Cada Casa compete por influência, lutando pela dominação através da combinação de política e gloriosas batalhas nas areias da arena.
Esta é uma adaptação da série de TV Spartacus, onde as cartas e fichas dos Dominus possuem as fotos dos personagens televisivos. Os componentes são de ótima qualidade, principalmente as miniaturas detalhadas de gladiadores. Eu não gostei da arte das cartas de equipamento, mas isso não atrapalha em nada o jogo.
O jogo divide-se em 4 fases por rodada: Manutenção, Intriga, Mercado e Arena. Ele consegue levar os jogadores para o ambiente da Antiga Roma, com leilões de escravos, muita intriga e arena sangrenta. Ganha o jogo o primeiro jogador que atingir 12 pontos de Influência.
Durante a partida, os jogadores podem subornar, trair, roubar, envenenar e fazer alianças temporárias com seus adversários. A interação é absurda, e os jogadores podem trocar seus escravos, guardas e gladiadores, bem como pagar em ouro por “favores”.
Na fase de Manutenção, as cartas são reativadas e os ferimentos de escravos e gladiadores podem ser curados. Para curar um personagem, basta rolar 1 dado. Se tirar 4+ ele é curado, senão ele fica ferido e não pode ser utilizado para o próximo turno. Se tirar 1, ele não resistiu ao ferimento, e morre.
E é na fase de Manutenção que o Dominus precisa pagar seus tributos e salários. Você recebe em ouro a quantidade de escravos que possuir e precisa pagar em ouro a quantidade de gladiadores que contratou. Ou seja, escravos concedem ouro e gladiadores concedem influência.
A fase de Intriga é totalmente feita através de cartas. As cartas de intriga contém Esquemas (que geralmente agem contra outros jogadores), Reações (que são utilizadas após a jogada de um Esquema) e Guardas (que protegem os jogadores de Esquemas). Os Guardas são colocados na frente do jogador, e são utilizados para a proteção do Dominus. Tudo depende da rolagem de dado também.

Mercado
A fase de Mercado começa com o mercado aberto, onde o comércio entre os jogadores é livre. Após estas negociações, é colocada na mesa as cartas de Mercado fechadas. A quantidade de cartas por turno é igual ao número de jogadores. Uma a uma, as cartas são abertas e o leilão começa. Os jogadores dão lances fechados, segurando seu ouro em uma mão e revelando simultaneamente. Aquele que possuir o maior lance, leva a carta e paga ao banco.
As cartas de Mercado podem ser de escravos, gladiadores ou equipamentos. Os equipamentos são divididos em 3 tipos: armas, armaduras ou especiais.

Faça suas apostas!
Após o leilão do Mercado, vem o leilão para ser o próximo Host. Cada Dominus possui uma Arena, e o Host define qual jogador irá receber os jogos em sua arena. Ser o Host possui vantagens e desvantagens. Primeiramente, ele ganha 1 ponto de influência por receber os jogos. Em segundo lugar, é ele que escolhe quais jogadores irão competir. O jogador que não aceitar a convocação, perde 1 ponto de influência. Se ninguém aceitar a convocação, o Host ganha 1 ponto de influência. A desvantagem de ser o Host é que, se 1 jogador entrar na Arena, e os outros não aceitarem, o Host é obrigado a levar alguém para a Arena. Isso pode ser ruim, dependendo do momento do jogo. O jogador que aceitar a convocação escolhe qual gladiador (ou escravo) irá para a Arena. Cada personagem pode entrar na Arena com 1 Arma, 1 Armadura e 1 Especial.

Uma vez decidido os dois combatentes, todos os jogadores podem fazer suas apostas. Eles podem apostar em quem será o vencedor e ainda apostar se o combate terá alguém ferido ou decapitado.
O combate é bem simples, mas empolgante. Todo personagem possui 3 atributos que variam de 1 à 5: ataque, defesa e velocidade. O jogador recebe o número de dados correspondente para cada atributo: dados vermelhos para ataque, dados pretos para defesa e dados azuis para velocidade. A velocidade indica a iniciativa e a quantidade de hexágonos de movimento. A defesa serve para aparar os golpes e o ataque serve para causar dano.
O ataque é feito através da rolagem dos dados e o cálculo é realizado organizando os dados de ataque e defesa do maior para o menor número. É um esquema igual ao nosso jogo War, da Grow. O maior dado de ataque é comparado com o maior dado de defesa. Se for maior, causa 1 dano. Depois, o segundo maior dado de ataque é comparado com o segundo maior dado de defesa. E assim sucessivamente.
Para cada dano recebido, o jogador precisa escolher qual dado irá retirar de seu personagem. Eu achei bem legal este sistema de pontos de vida. Assim que zerar os dados de um dos atributos (ataque, defesa ou velocidade), o combate termina.

Manual
Se as três trilhas terminarem ao mesmo tempo, o personagem foi decapitado. Se duas trilhas acabarem ao mesmo tempo, o personagem ficou ferido. E se 1 trilha acabar, o personagem foi derrotado.
Para os casos de ferido e derrotado, o Host faz o famoso gesto de polegar para cima ou polegar para baixo. Para cima, o personagem vive. Para baixo, o personagem é executado. Tudo isso pode ser “negociado” entre as partes interessadas com ouro.
O ganhador recebe 1 ponto de influência, e o personagem é marcado com Favor. Sempre que ele entrar na Arena, seu controlador recebe 2 moedas de ouro. Se o personagem ganhar seu terceiro Favor, ele é marcado como Campeão. O Campeão concede 6 moedas de ouro sempre que entrar na Arena.
O jogo é de 3 à 4 jogadores, mas eu aconselho jogar somente com 4 jogadores, onde a experiência será melhor. A duração é alta, chegando a 2 ou 3 horas de jogo, mas a interação é divertida e você não deixa de participar da ação em nenhum momento.
Não recomendado para menores, devido ao tema forte de comércio de escravos. E lembre-se, o jogo representa uma época da humanidade. Os jogadores devem buscar a diversão, e não acreditar que este tipo de prática deveria existir nos dias de hoje. Bom jogo para todos os tipos de jogadores, principalmente para os fãs da série ou do tema de gladiadores.