Agosto de 2018
Meu jogo do mês de agosto – Bios: Genesis – conseguiu tal posto no último dia do mês, aos 45 do segundo tempo. Apesar de ter sido a única novidade e de eu ainda sentir que preciso de mais partidas (com mais jogadores) pra ter uma opinião mais concreta, o jogo merece o título, no mínimo, pela sua originalidade e estranheza (o que é uma coisa (quase) sempre boa pra mim), tanto no seu sistema como no feeling que traz.
Bios: Genesis é um board game do Phil Eklund, icônico designer devido aos jogos bastante complexos e temáticos que cria, como é o caso do Pax Renaissance, que, coincidentemente, elegi como jogo do mês um ano atrás. Aqui, o caso é o mesmo: Bios: Genesis possui regras relativamente simples, mas seu sistema, como um todo, é tão fora da curva que você não consegue, institivamente, juntar as peças de sua engrenagem e acaba jogando uma primeira partida sem entender muito bem o que estava fazendo até os últimos turnos. Junto com essa estranheza, os diversos detalhes que suas regras carregam trazem sua complexidade, mas torna tudo, ao mesmo tempo, completamente temático.
Falando em tema, o Bios: Genesis trata do início da vida na Terra, contemplando os primeiros 4 bilhões de anos do planeta. À medida que os mais variados eventos vão acontecendo em diferentes ambientes da natureza, as primeiras células aparecem e os jogadores procuram tomar o controle delas e evolui-las até, quem sabe, um macrorganismo mais complexo. Isso em meio a eventos, rolagens de dados e parasitas lançados pelos outros jogadores para desfazer seu progresso.
Nesse sentido, o jogo pode ser bem cruel, pois, além do fato da interação ser invasiva, há diversas rolagens de dados, como dito, cujos resultados podem te atrapalhar bastante. Essas inúmeras rolagens trazem parte da estranheza do jogo justamente por acrescentarem uma aleatoriedade pouco controlável, ao mesmo tempo que você acaba dependendo muito dela. Esse aspecto me deixou com um pé atrás, porque às vezes parece travar um pouco o seu jogo (o que, todavia, provavelmente vai acontecer com todos os jogadores), mas, conforme mencionado no início do texto, preciso de mais partidas com mais jogadores para, além de entender melhor toda sua engrenagem, sentir seu desenrolar e o feeling que passa com a mesa cheia.
Se você estiver disposto a ter uma experiência em bord game ímpar, num jogo complexo sem ser muito longo, Bios: Genesis não só vale o teste como, provavelmente, diversas jogatinas para que se possa entender a beleza desse estranho organismo.