De todos os monstros gigantes que assombram a carcaça de Ardoussarlis, aquele que os goblins mais temem é o gigante homem-lobo que cospe fogo. As lendas dizem que os gigantes constroem seus castelos nas nuvens e comem a carne dos homens na forma de sanduíches, com pães feitos com os ossos em pó de onde a carne é extraída. Mas este gigante vive debaixo da terra e não tem fome de qualquer tipo de carne. Não, são os cristais roxos que ele deseja.

Existe uma teoria, entre aqueles que estudam a cidade e os desertos ao seu redor, de que essa criatura já foi um lobisomem – um lobisomem “comum”, se tal palavra se aplica – que veio do sul para Ardoussarlis. Ele encontrou uma maneira de consumir aqueles cristais roxos que são tão preciosos (e tão perigosos), e foi mudado por isso. Ele cresceu em tamanho e também sua fome por aquele brilho magenta brilhante. Sua boca ganhou presas, sua cabeça ganhou chifres, sua coluna ficou fora de forma. Agora viciado nos cristais da cidade, como ele poderá ir embora?

Infelizmente para esta fera que eles chamam de Fome Gigante, ele não é tão bom em encontrar sua comida favorita. Os goblins mutantes que desejam alimentar o vidente do dragão têm muito mais habilidade e sorte do que ele – mas talvez a sorte deles esteja se esgotando. Pois o Gigante Fome parece ter percebido o quão bons esses goblins são em rastrear fragmentos de cristal. Agora ele os caça também. Ele aprendeu a capturar criaturas menores que encontra e a interrogá-las em mil línguas quebradas. Os pequenos verdes sabem mais, decidiu ele, mas por que desconsiderar os outros? Se algo rosa ou marrom pode levá-lo ao roxo que deseja, que assim seja. E se eles, de alguma forma, não conseguirem? Bem, todos eles sangram do mesmo vermelho brilhante quando o espírito deixa seus corpos.