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O título deste texto é uma das frases que mais ouvimos quando um casal entra na loja. Calma, já me justifico nesta segunda linha dizendo que não posso generalizar! Já tivemos visitas de meninas que ouviram isso do parceiro, e de meninos que ouviram isso de outros meninos, etc. Mas a verdade é que na maioria das vezes, nesse primeiro ano de loja, acompanhei algumas situações em que o sexo masculino sofreu mais repressão na hora de comprar cartas de Magic, ou investir uma grana mais alta em jogo de tabuleiro: "vê se cresce, isso é coisa de criança", ou "pra que gastar dinheiro com isso? que besteira!".Eu já ia esquecendo de me apresentar: meu nome é Ariadne e sou esposa do Felipe, que é quem geralmente escreve por aqui 
assim que nos mudamos para morarmos sozinhos, o Beco Diagonal abriu. E a partir desse momento, sempre brinco que a loja é nosso filho. Junto com ele, procuro me dedicar da maneira que posso - já que tenho meu trabalho de segunda a sexta. Assim, é nos finais de semana que costumo acompanhar o Felipe nessa jornada que é administrar um negócio. Junto com os vários desafios que isso carrega, tenho também a oportunidade de saber mais sobre o comportamento do consumidor na prática.
E esse comportamento entre casais que comentei aí em cima já se repetiu tantas vezes, que pensei que poderia ajudar os pares apaixonados com algumas dicas para que esse momento de jogar juntos, ou de apoiar o hobby do outro possa ser mais tranquilo para os envolvidos.
1. Isso é coisa de criança
A maioria dos jogos de tabuleiros que temos na loja é para adultos, mas a gente também recebe muitas crianças curiosas por lá. Algumas só querem comprar cartas de Pokemon, mas outras se interessam de verdade pelos jogos, e com seus 8, 10 anos de idade, se motivam a estudar os manuais de jogos mais complexos para fazer parte da turma que vem jogar nas mesas do Beco.
Por outro lado, clientes de até 70 anos já investiram dinheiro e tempo aqui na loja conversando conosco sobre suas coleções de tabuleiros e sobre novidades desse mundo. Conclusão? Jogo de tabuleiro não é coisa de criança. É coisa de criança, de adulto, de adolescente, de menino, de menina, de quem quiser! Por isso, a dica é: não subestime o hobby de qualquer pessoa, seja quem for - ainda mais se for da pessoa amada! Ter tempo livre é uma das maiores riquezas de hoje, e fazer alguma coisa que garante diversão nas horas livres é ainda melhor!
2. Pra que gastar dinheiro com isso?
Esse é um assunto mais delicado. O jeito como cada pessoa, e cada casal gerencia sua renda é bem particular. Mas a dica que dou é: a liberdade que cada um tem com seu dinheiro é essencial para que seja possível que cada pessoa tenha sua satisfação com o que compra. Se o caso for jogos de tabuleiro, então isso nos leva ao próximo tópico.
Exceto em casos de excessos bizarros, digo que o mais legal de um relacionamento é quando tanto um quanto o outro tem um "vício" saudável. Jogar jogos de tabuleiro é uma atividade compartilhada pela maioria dos casais que frequentam o Beco. É bem legal perceber e observar a parceira entre duas pessoas que curtem muito jogar juntos. Mas também já presenciei situações em que um estava super afim de passar o dia todo aqui, e o outro contava os minutos para ir embora.
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| Ari se aventurando em Eldritch Horror com os amigos do Beco. |
Exemplificando de maneira mais prática, eu gosto de alguns jogos bem específicos, mas Dixit e Black Stories são meus preferidos. Já tentei Zombicide, Mice and Mystics, Resistence, entre outros. Mas na maioria das vezes em que tenho tempo livre, minha preferência é por assistir seriados, me aventurar na cozinha, ou conversar com meus familiares. Já o Felipe, gosta de usar o tempo livre para salvar o mundo pós-apocaliptico através do XboX. Cada um tem sua preferência e isso é perfeito! Somos casados e vivemos no mesmo apartamento, mas ainda somos nós mesmos, e respeitamos muito isso! Além de ser saudável, quando nós vamos a algum restaurante ou pedimos uma pizza, nos sentamos juntos e eu conto um pouco sobre os desdobramentos do House of Cards pra ele, e ele me fala sobre a história do The Division.
Resumindo, um casal pode aproveitar ainda mais as vantagens de ter um ao outro se cada um somar na vida e no próprio dia a dia um do outro. As horas livres não são exceção, e se você não curte exatamente as mesmas coisas que o seu par, que tal experimentar uma jogada com ele (ou com ela), e depois, convidar o outro para saber mais sobre o seu hobby?
