Por Phoenix Bird
Fonte: https://www.boardgamegeek.com/thread/1459443/kingdom-death-solo-play-review-long
Comecei com os jogos há 34 anos com o Fighting Fantasy e Lone Wolf (escolhendo minhas próprias aventuras), e por vários livros de jogos antes de passar para a caixa vermelha Dungeons & Dragons e todas as outras interações até a quarta edição, mais outro RPG bem conhecido dos jogadores. Na década de 90 e 2000 eu joguei muito CCG. Eu não possuo nenhum jogo de tabuleiro, mas não recusaria a oportunidade de jogar um, e eu gosto de pensar que eu sei como eles funcionam. Eu nunca gostei de jogos com miniaturas, à exceção do Advanced HeroQuest, que sempre foi o meu jogo favorito. Por três anos eu arrastei todos ao meu redor, dentro da faculdade e ensinei dezenas de pessoas que provavelmente nunca tiveram um jogo como passatempo. Meu único jogo de computador é Diablo 3.
Você pode ver porque Kingdom Death: Monster me atrai. É 3D sem a necessidade de eletricidade. É um HeroQuest avançado, com a oportunidade de escolher o seu próprio livro de aventuras em anexo. Este jogo foi provavelmente criado para mim. Mas isso é apenas a forma como funciona, na verdade não o que ele é.

Funcionalmente você provavelmente sabe que ele pode ser estressante, e também em outros jogos de campanha como
Mordheim: City of the Damned,
The Undercity: An Iron Kingdoms Adventure Board Game ou
Star Wars: Imperial Assault, os eventos e as escolhas que você fez na última sessão persistem e afetam o jogo até o fim. É como uma espécie de legado de jogo, como sua campanha fica permanentemente guiada e você não pode desfazer as alterações ou eventos que modificaram as regras por todo o resto do jogo. Mas quando você começa uma nova campanha e redefine tudo, você começa a fazer essas escolhas novamente, talvez diferentes desta vez. Você precisa dedicar muito tempo a este tipo de jogo para que ele funcione em toda sua magia.
Se alguém estava achando que os jogos poderiam ser arte, eu acho que esta é a sua prova mais forte. O jogo tem um visual que você realmente precisa conhecer. Quando você joga jogos de tabuleiro ou CCG’s competitivos você pode acreditar que a vitória é como você conseguirá sua recompensa, e a experiência do jogo pode ser um bônus.
Kingdom Death: Monster é o oposto. Apressar o encontro final de alguma forma e "bater" o jogo, é como estar em um trem ou um avião e nunca olhar para fora da janela. A riqueza da experiência e as emoções genuínas cuidam para que ele possa ser extremamente gratificante.
Se não houvesse um modo solo eu provavelmente nunca teria comprado. Para o jogador solitário esta é uma experiência perfeita, como a que você tem mais ou menos sendo um DM num RPG. Ao ocultar a história e as consequências em um livro e em cartas individuais, você começa a ver a magia e a maravilha de descobrir todo um mundo novo. Você não tem ideia do que vai acontecer a seguir. Mas você descobrirá cedo que será trágico... para você.
Um ponto forte para o jogo é que os monstros são controlados aleatoriamente através de um baralho de cartas. Como jogador você não tem nenhuma ideia ou influência na forma como um monstro age ou reage. Mas quanto mais vezes você combatê-lo, e mais cartas você vê, melhora a maneira como aquele monstro luta, acumulando as melhores táticas, que você também pode utilizar. Isso supondo que você não vá olhar todas as cartas antes do tempo. Tente não olhar qualquer coisa de antemão, eu não o fiz.
Existe um conceito em jogos de computador chamado de "triturar", onde você pode matar monstros para conseguir coisas. Isso se transforma numa engrenagem, que permite a você matar monstros maiores, para obter material maior para matar monstros ainda maiores. Este experimento é testado e esse processo é utilizado pelo
Kingdom Death: Monster, onde ele é executado tão bem, tão perfeitamente, tão surpreendentemente que "
apenas mais uma partida..." se torna o seu mantra.
Eu amo o jogo. É tudo o que eu esperava que ele fosse. Mas acho que a aleatoriedade e as mortes inevitáveis são difíceis de se acostumar. Entendam, eu não tenho nenhum problema com meus personagens morrerem em combate. A primeira vez que todos eles conseguiram sobreviver a cinco sessões, eu estava mortificado, e é um testemunho para o autor do jogo, que ele possa causar tais respostas emocionais poderosas através de um jogo. Mas quando você compra uma carta porque você tem que comprar, e ela lhe diz que um de seus personagens, onde foi investido um tempo poderoso, é morto sem uma jogada de dados ou chance de salvação, aí é que dói. Muitas vezes, haverá uma jogada de dados que é ruim ou muito ruim. Uma ou duas vezes isso é bom, e é até um momento de boas vindas aos fatos, mas cada sessão pode realmente irritar você.
Você também tem pouco a dizer na forma como seus personagens / sobreviventes progridem. Não há XP ou qualquer coisa assim (que eu, pessoalmente, aprovo), eles crescem porque eles têm sorte em uma jogada de dados aleatórios quando vão se aventurando, ou a cada partida, ou porque eles pagam para usar uma mesa em algum estabelecimento. Isso é o tipo de coisa sobre como a vida funciona. As coisas acontecem para que a mudança possa empurrá-lo por caminhos inesperados.
As dificuldades de jogar solo são a contabilidade para jogos posteriores. Eu tenho 4 personagens em combate (porque você os tem todo o tempo), com 4 estilos de armas, com 12 artes de combate, 12 desordens, e 36 itens de equipamentos, mais recursos suplementares e habilidades. Você vai esquecer e perder as coisas, especialmente quando você ou o monstro começam a ganhar marcadores. Você, com apenas uma pedra como arma e vestindo somente uma tanga é muito assustador, mas você totalmente blindado é muito complexo. Em algum lugar no meio disso tudo existe o ideal para o jogo solo.
A outra vantagem para os jogadores é o apoio emocional. Com quatro jogadores se um dos personagens morre, começa a dor da perda e o luto, e você sente o alívio da sorte por escapar com o seu personagem, e viver para lutar outro dia. Como um jogador solo tudo que você recebe é um pontapé nos dentes, pois a perda é sempre em um de seus personagens e você nunca se sente eufórico.
Joguei 24 sessões ao longo de 7 dias, praticamente do amanhecer até o anoitecer e enquanto estive jogando eu já queria começar uma segunda campanha para experimentar todas as outras opções que eu não escolhi. Agora, após ter chegado ao fim da minha primeira campanha, estou sobrecarregado e posso precisar de uma pausa por alguns dias, antes de começar uma nova campanha ou um jogo multiplayer.
Nota 10 de 10 para mim. Eu não vejo nenhuma necessidade de comprar outro jogo de tabuleiro / miniaturas, pois há expansões no horizonte.
Traduzido por Ricardo Gama