Jogo “HORA DE INVESTIR”: Da TV ao Tabuleiro
O Momento que Muda Tudo
Sabe aquele sentimento de "eu realmente fiz isso" ?
Acabei de terminar meu primeiro jogo de tabuleiro. Da ideia rabiscada em folhas A4 até o protótipo jogável que deixou meus filhos pedindo "mais uma partida, pai!". E, cara, que sensação incrível é ver algo que só existia na sua cabeça ganhando vida na mesa.
Não vou mentir: o caminho teve seus perrengues. Mas descobri uma coisa: criar um jogo é totalmente possível pra qualquer pessoa com uma ideia e disposição pra testar, errar e recomeçar . Você não precisa ser designer gráfico, não precisa de software caro, não precisa de nada além de papel, caneta e vontade. Ok! Tem horas que precisamos de tecnologia sim, mas vamos combinar: em 1904 quando Lizzie Magie desenvolvel The Landlord's Game (o pai de Monopoly) não tinha nada disso além de lápis e papel.
E o melhor? Ver aquilo funcionando. Ver crianças aprendendo matemática e educação financeira sem perceber que estão aprendendo, porque estão ocupadas demais se divertindo. Ah isso é muito bom! 
Bem… Deixa eu contar pra vocês como foi essa jornada.
Por Que Eu Criei Esse Jogo
Era mais um domingo com meus filhos grudados na TV. Sabe aquele momento que você olha e pensa "cara, eles poderiam estar fazendo literalmente qualquer outra coisa"? Eu queria tirar eles de lá, mas não com bronca ou exclusão - queria algo que competisse com a TV. E que, de quebra, ensinasse alguma coisa útil.
E olha, não é papo de vendedor não: li umas pesquisas que mostram que jogo de tabuleiro funciona mesmo pra ensinar. A Universidade de Londrina descobriu que esses jogos modernos desenvolvem raciocínio lógico e matemática de verdade. Tem até estudo mostrando que ajuda crianças com dislexia a melhorar na aprendizagem. A ciência tá aí pra provar - quando bem feito, jogo de tabuleiro não é só diversão, é ferramenta de aprendizado ativo.
Foi aí que pensei: por que não criar um jogo que divirta E ensine matemática e educação financeira ao mesmo tempo? Não aquele joguinho chato de escola, mas algo que eles pedissem pra jogar no fim da semana.
Spoiler: deu certo. Meus filhos, sobrinhos e até meus tios deram nota 10 pro jogo. (Sim, eu sei que parece suspeito vindo da família, mas juro que eles foram sinceros. Inclusive o tio que não tem filtro nenhum.
) Consegui 2 vizinhos para testar o jogo comigo e recebi bons feedbacks que me ajudaram a refinar a mecânica do jogo. Meu próximo passo é levar esse jogo para mais pessoas testarem em eventos desse modo.
Como Transformar Rabiscos num Jogo
Comecei do jeito mais simples possível: rabiscando em folhas A4 . Não tinha software chique, nem impressora colorida. Era papel, lápis e muita borracha.
As primeiras versões eram do tipo... um Frankenstein de ideias. kkkk Tinha carta demais, regra demais, o jogo demorava quase 2 horas. Crianças não aguentam isso. Adulto também não… ou quase… O momento eureka aconteceu quando percebi que precisava de um tabuleiro central. No começo, pensei em fazer só com cartas (tipo UNO), mas testando com as crianças que elas precisavam ver o “andamento" do jogo acontecendo. Ver o peão andando, ver quem está perto do fim, sentir aquela tensão de "será que eu compro essa carta cara ou guardo o dinheiro?".

Aí chegou a fase de decidir as cartas. Quantas? 5 de cada tipo? 10? 12? Testei tudo. Acabei ficando com 10 cartas de cada categoria (Miniaturas, Livros, Instrumentos, Esportes) = 40 cartas de Aquisição no total. Mais 18 Títulos de Investimento pra dar aquele gosto de "investi agora e vou receber depois".

O design foi evoluindo. Adicionei o sistema de estrelas (⭐ comum, ⭐⭐ raro, ⭐⭐⭐ épico que dá mais retorno ao final do jogo) porque as crianças amam esse lance de raridade. É tipo cartão de figurinha - todo mundo quer pegar uma carta épica.

As Decisões que Quase Me Enlouqueceram
Quantos Jogadores?
Testei com 2, com 4, com 6... até com 10 jogadores (foi o caos total). Cheguei à conclusão: 2 a 6 jogadores é o ponto ideal. Com 2 crianças é pouco (alguém sempre fica de fora), com 10 vira bagunça e o jogo não anda.
Condição de vitória: parar tudo ou "última chance"?
Aqui foi onde eu aprendi uma lição útil testando com as crianças. Nas primeiras versões, quem chega primeiro no fim ganha. Simples, né? Errado.
Sabe o que aconteceu? A criança chegava no final sem as cartas certas e ficava triste. Tipo, chorava MESMO. "Eu ganhei, mas não ganhei". Era cada situação… Foi aí que criei a "Compra Direcionada" no final: quando você chegar na casa FINAL, pode procurar no baralho exatamente a carta que está faltando. É a sua última chance de completar o combo (2 Colecionáveis + 2 Talentos).
Isso mudou tudo. Ninguém mais terminou frustrado. Todo mundo tinha uma chance real até o último segundo. E o suspense? Pessoal, o suspense ficou épico!

Obs.: Parece dinheiro de verdade, mas é de brinquedo.
Achei mais 'barato' pegar o dinheiro de brinquedo dos meus filhos para os testes do que fazer notas.

Uma das partidas com meus filhos.

O Convite (e onde vocês entram nessa história)
Então, comunidade... o que vocês acham?
Criei um jogo que:
- Ensina educação financeira de verdade (soma, investimento, patrimônio) enquanto diverte;
- Funciona de 2 a 6 jogadores;
- Dura 30-50 minutos (nunca passou de 50 minutos, mas achei um bom limite);
- Foi testado e aprovado por crianças (e adultos que viraram crianças de novo jogando);
- Tem (minha) nota técnica de 4.5/5.0! (auto estima é tudo
)
E o ponto principal é: esse jogo é
educativo E divertido ao mesmo tempo. Não é aquele jogo que você usa uma vez na escola e pronto. É aquele que a criança pede pra jogar no sábado à tarde porque quer jogar, não porque tem que aprender. O “vem aprendendo” de brinde, sabe?
E funciona. As crianças que testaram aprenderam o que é retorno, o que estão investindo pensando no futuro, o que estão diversificando patrimônio... sem nem perceberem que estavam aprendendo. Porque estávamos ocupados demais tentando ganhar o jogo.
Vou criar uma página do jogo aqui em breve pra vocês verem o Manual completo, as cartas, as regras planejadas. Mas antes disso, quero saber: vocês topariam jogar algo assim? O que mudariam? O que acham das mecânicas?
Feedback (
honesto e sem papas na língua) é o que mais preciso agora. Se tiver algo pra melhorar, quero ouvir (digo, ler). Nada melhor do que ter sugestões e ideias de quem realmente entende, né?
Valeu pela atenção de quem leu até aqui. Prometo que a página vai ter todas as informações que ficaram faltando nesse post!
Hora de Investir - porque aprender sobre dinheiro pode (e deve) ser divertido.
Abraços!
PS: Sim, o nome é literal. É literalmente a “hora” de investir (no jogo e na vida). As crianças sacaram a sacada na primeira partida.