lclaudius::marcosgpmelo::Parabéns pela iniciativa. Acho que falta muito estímulo por parte do mundo acadêmico brasileiro para o estudo de um objeto (do lúdico) que lá fora já começa a ganhar espaço em diversas áreas de pesquisa e conta com diversos professores universitários que se dedicam ao tema. Pretendo contribuir (se conseguir conciliar com meu doc, claro! rsrs)
Marcos, concordo absolutamente com você, mas note que há muitos pesquisadores que trabalham com jogos no Brasil --- e não apenas jogos digitais. Faltam meios de intercâmbio, mas as pesquisas e os pesquisadores estão aí. Cadernos de Ludologia pretende ajudar a reduzir esta lacuna.
Fiquei curioso e tomei a liberdade de examinar seu curriculum Lattes. Início de doutorado é sempre complicado, mas quando você puder terei prazer em receber sua contribuição. Aproveito para lhe recomendar um jogo, de um autor brasileiro, que trata justamente de planejamento urbano: é o The Capitals, do tboaventura.
No colóquio sobre jogos de tabuleiro e RPGs, que organizei em abril, o professor Frederick van Amstel, da PUCPR, apresentou um jogo que desenvolveu como parte do seu doutorado na Holanda, e que trata da administração de um hospital. Quem sabe? Pode ser que sua pesquisa possa também aproveitar ideias de jogos.
Agradeço as indicações vou procurar dar uma olhada sim no jogo.
Infelizmente acho difícil conciliar a pesquisa do meu doutorado com os jogos (bem gostaria) porque agora estou na área de História do Pensamento Econômico, ainda que com um autor ainda relacionado com economia política da urbanização (que é minha pega com o planejamento urbano).
Apesar disso, faço pesquisas paralelas não só em game design, mas também pensando o lugar do lúdico na sociedade contemporânea (pensando inclusive o cotidiano universitário que por vezes pode ser tão "pesado").
Acerca de possibilidades acadêmicas e pesquisas, é realmente impressionante o quanto a gente vai descobrindo o que existe (o material que tem disponível do 1º simpósio é muito interessante, andei dando um olhada). Mas por outro lado, eu sinto que a universidade se fecha para esse tipo de pesquisa/interesse por considerar que não são assunto "sérios" ou "acadêmicos". Bobeira nossa porque lá fora existe de tudo! A nossa própria estrutura de campus revela isso: a dificuldade que é encontrar um lugar (físico mesmo, porque gente tem!) pra iniciar um grupo de jogos é absurda, o que só revela o quanto as universidades fazem pouco caso do potencial da diversidade de experiências e dos espaços de convívio. A universidade parece cada vez mais uma fábrica...
Mas ainda nessa direção: na UFMG eu sei que existem pesquisas sobre jogos ou pensando na possibilidade do uso de jogos na Arquitetura (com uma pegada do simbólico e em parte com o planejamento); na Economia, por incrível que pareça, pode ser que exista uma penetração potencial maior porque existe um grupo de pesquisa em Economia Criativa que engloba toda a indústria dos jogos e, apesar do enfoque em jogos eletrônicos, tem começado a abrir o leque com os chamados "jogos sérios", inclusive com alguns intercâmbios com um pessoal da França (e pode ser interessante porque entra mais na parte industrial da coisa toda, uma dimensão negligenciada e de difícil acesso, dados então...), apesar de não ter certeza se eles já chegaram no ramo da indústria dos jogos de mesa.
Ou seja, as possibilidades estão aí, então eu acho que o periódico será uma grande contribuição para dar vazão a essas coisas todas - especialmente para um reunião e sistematização de um material que, muitas vezes, está disperso por aí.
Abraço e sucesso!