Esses dias jogamos o Destinos, jogo lançado na gringa pela Luck Duck Games e aqui no Brasil pela Mosaico que fez um excelente trabalho na tradução de todo o material, sem que se perdesse qualquer informação.


O jogo tem dezenas de miniaturas e até uma “grandeatura”, outras dezenas de pedaços do mapa que é modular e ainda outras dezenas de cartas de recursos, objetos e elementos que ganhamos e gastamos no jogo. Tabuleiros para os 3 jogadores, vários dados e marcadores e um insert muito útil.
Sem sombra de dúvidas o jogo nos surpreendeu positivamente, trata-se de um universo próximo do RPG, mas competitivo, o que é grande diferencial. Há uma narrativa a ser desbravada e conflitos a serem resolvidos do cenário e dos personagens. Cada partida tem uma lista com personagens jogáveis e até alguns NPCs, os jogadores escolhem com quais vão querer jogar e leem seus destinos apenas pra si, há dois e o jogo se encerra quando um dos destinos for cumprido e consequentemente o problema do cenário for resolvido.
Mas como sabemos quando que o objetivo está sendo cumprido? Usamos um aplicativo que faz o papel de "mestre" nesse RPG e ele automaticamente computa seus movimentos, então se seu destino é "tomar 3 xicaras de café", sempre que você tomar uma xicara de café o mestre saberá (naturalmente eu dei um exemplo hipotético) e quando for sua terceira xícara, o jogo se encaminhará para o final, não acaba ainda, é possível que outros jogares também se encaminhem pra o final, mas ganha quem cumprir primeiro seu destino/objetivo.


Em resumo, escolhemos os personagens possíveis e seguimos as instruções do aplicativo, ele avisa quando pedaço do mapa começamos virado pra cima e quais marcadores ou NPCs entram no jogo, também diz quais são pedaços de mapa vizinhos virados para baixo. Toda rodada cada jogador pode andar em até 2 mapas e depois interagir com algum elemento do mapa, a partir desse contato, o jogador pode ganhar ou gastar coisas e até perguntar sobre seu destino, como todo bom RPG existe as rolagens de perícia, mas nesse caso não sabemos o valor mínimo ou máximo, rolamos os dados e colocamos os sucessos e o aplicativo encaminha o decorrer do teste, abrindo novos caminhos possíveis ou finalizando aquela interação.
O jogo é bem imersivo, a narrativa é bem escrita e detalhada, e pelo que jogamos não existe furos. No aplicativo há uma trilha sonora que muda a cada ambiente e todas as informações necessárias. Destinos pode ser jogado em 1 até 3 jogadores, testamos em todas as configurações e não se perde nada! A diferença reside no tempo de jogo e no modo solo tem duas possibilidades, jogar livremente até cumprir seu destino ou contra um tempo especificado no aplicativo.


E o que pode não agradar?
Se você não gosta desse lugar da narrativa do RPG esse jogo pode ser maçante, afinal tem muito texto e a sua leitura é fundamental pra entender o conflito e as possibilidades de resolução dele. Nesse caso, pode-se fazer leituras dinâmicas e focar nas possiblidades de interação no cenário. O importante é cada um seguir a jornada que lhe faça sentido!
Outro ponto que pode suar negativo é o famoso fator “rejogabilidade”, o jogo possui 5 cenários apenas, um deles é introdutório e os demais são uma campanha, e tirando o modo solo em que é possível você perder uma partida e jogar novamente até ganhar do cenário, jogos em 2 ou 3 são “únicos”, então só adquirindo expansões é que consegue-se novidades além do que já vem no base. Mas, aí é aquela velha história: “Quantas partidas jogamos com cada jogo da nossa estante?”
E pra quem é esse jogo?
Pra quem curte RPG e até dungeon crawler, por ser competitivo pode agradar até os eurogamers que adoram uma disputa. Novatos são bem vindos na mesa e até adolescentes, crianças podem até jogar, mas talvez seja importante adaptar ou omitir alguns textos violentos ou macabros que podem impactar alguns pequenos.
E se alguém mais quiser dar um “pitaco”, por favor
Uma versão menor desse texto foi publicado no instagram @wingscla