iuribuscacio::storum::Quem vê pensa que tudo gira dentro de uma caixinha pequena e isso se deveria se resumir no hobby brasileiro né filhão ? Quero ver vc pagar 40 reais em um zombicide com kilos e kilos de componentes de plastico ou algum outro jogo, etc. Não, as empresas entenderam o mercado sim, muitos jogos euros não se resumem a uma caixinha de 40 reais...Todo jogo tem o seu devido custo de produção e isso vem la de fora, se as editoras vendem um jogo de caixa grande por valor X/Y, é porque temos ainda pessoas interessadas nesse tipo de produto.
Pega um hobbysta viciado em Arkham horror card game de 400 reais cada jogo e manda ele trocar por um saboteur ou entre linhas, pelo amor hein, kkkkk
O foco da papergames é outro, exclusivamente linha pocket, diferente das demais, se a Papergames começasse a explorar o lado de bgs com caixas maiores, o resultado seria o mesmo das atuais editoras, preços acima dos 400 ou 600 reais, preços ditados em dolares la fora, e seria mais uma editora que seria atacada constamente pelos preços dos boardgames assim como as demais. A Galapagos assim como outras editoras não tem " autorização " pra mudar um tamanho de caixa por exemplo e baratear custos de produção final, isso é estritamente controlado pela editora gringa responsável, bem como seus devidos preços no mercado internacional, some-se isso o nosso bonus em carga de tributação. Existem parametros internacionais das editoras, e vc se compromete a seguir já no contrato de autorização e distribuição.
Nem todo jogo caro é ruim e nem todo jogo barato é bom...
PedroMVM::
Cara, eu e o Iuri estávamos falando de jogos baratos para pessoas que estão começando no hobby. Pessoas que se assustam ao ver o valor de um Ticket to Ride ou Takenoko. Não disse que são caros, estávamos falando de jogos de entrada acessíveis para esse público.
Já os viciados crackudos conhecem o mercado brasileiro e os valores do jogos. Uns compram no hype, outros esperam promoções. Vai do objetivo de cada um.
Caro storum e PedroMVM
Meu camarada, normalmente nós concordamos, mas dessa vez eu penso mais na linha do raciocínio do PedroMVM.
Tanto, eu, quanto você, quanto o Pedro, sabemos que board game é algo que vai muito além de uma caixinha de R$ 40,00. Só que isso funciona para nós três e a maior parte das pessoas aqui do Ludopedia. Para uma quantidade enorme de pessoas o hobby é exatamente isso, uma caixinha de R$ 50,00, simnplesmente porque elas não têm condições de pagar R$ 400,00 em um jogo de cartas com o Arkham Horror Card Game.
E o pior é que a impressão que os board games passam é que eles são bons, mas caros demais para o que entregam. Com isso, essas pessoas ficam só nos party games, e nem se dão ao trabalho de se aprofundarem no hobby a ponto de descobrir, que tem muito jogo bom que custa por volta de R$ 150,00 (Kingdomino, Barenpark, Isle of Skye, Kingdom Builder, Alhambra, Blue Moon City, Santa Maria, Rá, etc), que é apenas um pouco mais caro que o preço médio do WAR do Detetive e do banco Imobiliário.
Portanto, pelo menos na minha opinião, a Papergames está mais do que certa em investir em jogos de cartas baratos, porque ela está focando em jogos que as pessoas podem comprar, e atendendo um público para o qual os jogos familiares e médios (R$ 300,00 / R$ 400,00 / R4 500,00) estão totalmente fora de questão.
Há mais de uma década, quando os jogos estrangeiros começaram a ser lançadas aqui (Summoner Wars e Game of Thrones Card Game 1ª edição), eu faço o que posso para divulgar o hobby entre os meus parentes e amigos. A resposta que eu sempre escuto é: "esse jogo é muito legal, mas o preço é alto demais". A barreira é sempre o preço alto. Quando junta o preço alto e a falta de interesse em divulgação do hobby, como demonstra essa ausência na Bienal do Rio, aí não tem jeito. Pelo amor de Deus minha gente, na Bienal do Rio, tinha editora de livros literalmente de fundo de quintal com stand no evento, então fica difícil de acreditar que a Galápagos, Devir, MeepleBR e companhia não tiverasm condições financeiras de marcar presença. Isso leva à conclusão que a questão não foi dinheiro, mas sim porque as editoras de board games não enxergaram como interessante esse espaço tão importante de divulgação que foi a Bienal do Rio.
Comparecer ao DOFF é divulgar o hobby para quem já conhece o hobby, e isso para mim não faz muito sentido, a menos que as editoras não tenham interesse que o mercado cresça e se desenvolva de forma saudável e sustentável. Para isso, é fundamental trazer gente de fora do hobby, que esteja disposta e que tenha condições de comprar board games. Pelo menos é assim que eu penso.
Um forte abraço e boas jogatinas!
Iuri Buscácio
Yuri, excelentes colocações, primeiramente deixo registrado que a Papergames faz um belissimo trabalho a todos do hobby, mas veja só, imagina um hobby só de linha pocket estilo esses jogos que a papergames traz ? Simplesmente o hobby estaria morto aqui no país ou atenderia somente uma faixa de consumidores, não tem jeito, os consumidores querem um ticket to ride, querem um dixit, querem algum jogo da FF, querem algum jogo de Feld, etc. Essa questão de preços é bem relativa porque tivemos tempos atraz um financiamento por parte da Conclave, o jogo The Witcher, foi um sucesso total, um dos maiores financiamentos que o catarse teve, e olha que o jogo não foi barato, ou seja, a maioria dos apoios se deu na versão deluxe do jogo, cerca de 3 mil reais ou mais com os extras ! Tirando como base isso, vc percebe claramente que o comércio brasileiro tem espaço pra jogos " maiores ".
Olha a sua coleção e me diga qtos jogos vc tem da linha pocket e quantos jogos com caixas maiores vc tem ? Certamente vc vai me dizer que tem bem mais jogos do que os da linha pocket. Isso é de fato um parametro pra vc ter idéia de como esta o mercado. Aqui na ludopedia temos boas estatísticas que comprovam, um jogo pocket, por mais barato que ele seja, temos mais procura " quero " de outros jogos do que a linha pocket. Como bem vc citou, essa linha pocket traz novas pessoas ao hobby mas a maioria não vai ficar vivendo apenas desses jogos, alguns deixam de comprar pra juntar grana e comprar algum outro jogo de caixas maiores. Por mais que entrem milhares de pessoas ao hobby através da linha pocket, nada vai mudar as regras principais do jogo em relação ao preço dos jogos maiores. O maior problema que temos no país, sem sombra de duvida, é em relação aos preços, inacessiveis a boa parte dos consumidores, mas a maior causa vem la de fora, por exemplo, um zombicide hoje esta rídiculo o preço la fora, acima dos 110 dolares, o que interfere enormemente no preço final por aqui somado a esses impostos ridiculos que o Governo Federal lasa em cima !
Uma unica saída viavel, seria toda a produção local, o problema, como ja dito, é que algumas editoras estrangeiras não admitem que seus jogos sejam produzidos fora do polo industrial da China, maioria por questões de confiabilidade, qualidade e segurança !
Estamos em um jogo de xadrez há decadas e, a solução é dificil. Nossos preços são influenciados na moeda americana e qto mais alto estiver, mais distante esse hobby ficara para muitos infelizmente...