Muita gente pode não ter ouvido falar da Muralha de Adriano do lado de cá do Atlântico, afinal, mesmo as ruínas dela ainda existindo, ela acaba sendo parte de um pedaço da história pouco discutido. Mas com certeza o pessoal já ouviu falar da grande Muralha de Gelo que dividia Westeros e protegia os Sete Reinos dos perigos do Norte.
A Muralha de Adriano em si foi construída em 122 d.C. e muita gente aponta ela como não só uma estrutura defensiva, como um pouco de propaganda do Império e também um jeito de institucionalizar a cobrança de taxas de entrada de produtos que entravam e saíam de Roma com uma barreira física.
De qualquer jeito, os historiadores especializados no período explicam a Muralha de Adriano como “uma muralha de oito milhas de comprimento que separava os bárbaros dos Romanos”. Já o Meistre Aemon explica a Muralha para os seus companheiros da Patrulha da Noite como “a única coisa que está entre o Reino e o que está além”.
Para quem ainda está achando que é tudo coincidência ou imaginação fértil, o melhor é saber o que o próprio criador da série de livros As Crônica de Gelo e Fogo acha do assunto.
Em uma entrevista para a Rolling Stone, o próprio George RR Martin deixou claro que a inspiração para a série aconteceu nos anos 80, na oportunidade em que visitou o Macro de Northumberland, um dos locais da Muralha de Adriano. “Foi um sentimento extremamente profundo, pensei o quanto para os Romanos naquela época aquele local era o fim da civilização, o fim do mundo”, e completou: “Hoje nós sabemos que existem Escoceses depois das montanhas, mas eles não sabiam”.
Na mesma entrevista, Martin olha mais uma vez para o passado através dos olhos da fantasia: “Muito provavelmente achavam que havia ali algum tipo de monstro, era como se fosse uma barreira contra as forças obscuras”.
O escritor ainda conta que aquilo plantou nele uma idéia prática, mas como estava falando de fantasia, tudo se tornou maior e mais colorido. “Então eu peguei a Muralha, tripliquei de comprimento e coloquei 200 metros de altura, e lógico, fiz ela toda em gelo”.
A Muralha de Adriano
A Muralha, da vida real, foi levantada por três legiões de soldados do Império Romano. A fase principal da construção demorou seis anos, com as obras dos fortes durante algo em torno de uma década.
São 14 fortes, cada um distante de si por pouco menos de 12 quilómetros. Já os “Milecastles” eram estruturas menores e apareciam a cada “milha Romana”. Sem contar as Torres de Vigilância, a cada meio quilômetro.
A manutenção da Muralha de Adriano era feita por unidades auxiliares, mas as semelhanças com “a outra Muralha” não pararam por aqui.
Dentro dela (da Romana) a maioria dos soldados que estava aquartelados nela era de todos os cantos do Império Romano, principalmente dos novos territórios conquistados. Aparentemente a ideia era tirar os “novos romanos” de seus territórios para impedir que qualquer tipo de revolução local fosse facilitada.
O resultado disso era uma profusão de novas habilidades como arquearia e cavalaria se tornando comuns na Muralha de Adriano. Para quem conhece a obra de George RR Martin, o que não faltam são semelhanças nessa ideia.
A grandeza da Muralha de Adriano não foi derrubada por dragões, “white walkers”, invasões ou nenhum evento, mas sim apenas pelo tempo, que foi passando e deixando ela cada vez menos importante para o Império Romano.
Mas talvez o pessoal ainda possa viver as emoções da Muralha de Adriano em seu auge.
Muralha de Adriano o Jogo
Em Muralha de Adriano, os jogadores e jogadoras deverão desenvolver seus fortes, a muralha, organizar as defesas e ainda atrair civis ao criar serviços e promover entretenimento. Tudo isso através de um mecanismo de “roll/flip & write”.
Cada jogador e jogadora terá duas folhas onde deverá preencher os espaços e desenvolver as opções, aumentando seus atributos através do posicionamento e combinação de trabalhadores.
Mas cada decisão precisa ser cautelosa para conseguir equilibrar as opções, já que as possibilidades parecem ser muitas, mas tudo rapidamente começa a se estreitar assim que as invasões se iniciam e nenhum jogador conseguirá alcançar a vitória com o Desdém de perder muitas batalhas contra os pictos.
O jogo é mais uma criação da Garphill Games, também responsável pela série de jogos que compõem a Trilogia do Mar do Norte e também o lançamento recente, Invasores de Cítia. Todos, lançados no Brasil pela Mosaico Jogos.
Muralha de Adriano é assinado pelo designer Bobby Hill e tem desenhos de Sam Phillips, mesmo ilustrador do jogo Invasores de Cítia e da série de jogos Circadianos (também da Garphill Games e com lançamento no Brasil no segundo semestre pela Mosaico Jogos).
Muralha de Adriano já está à venda nas melhores lojas especializadas.