Pessoal, lembrem que o Herdeiros do Khan custa R$149,90. É menos da metade de outros jogos nacionais recentes com o mesmo peso e número de componentes, como Brazil Imperial e Cosmos. É menos de um terço de jogos de autores estrangeiros, como Marco Polo II e Tekhenu. E com a mesma atenção à jogabilidade que todos eles.

Para chegar nesse preço, é impossível ter componentes de alta qualidade. A Estrela está fazendo uma aposta. Ela quer trazer os jogos modernos para as prateleiras do mercado de massa. Para isso, é fundamental ter um preço competitivo, pareado com War e Detetive, senão, aí sim, seria um fracasso completo nas vendas.

Se a aposta der certo, ela será extremamente benéfica para o nosso hobby. Pessoas que nunca sonharam em entrar numa loja especializada vão conhecer jogos modernos na RiHappy e nas Lojas Americanas. O mercado vai se expandir. Mais gente vai comprar jogos modernos, não só da Estrela, mas de outras editoras. As tiragens poderão ser maiores, e com isso, o valor unitário de cada jogo diminui, e os preços para os consumidores caem.

Estamos numa sinuca de bico no nosso hobby hoje. Por conta da alta do dólar e da "deluxificação" exagerada dos componentes, os jogos estão muito, muito caros. A Estrela está apontando uma saída. É uma iniciativa louvável e inteligente, mesmo que você como consumidor tenha outras preferências.

Pra quem está com medo dos componentes, lembre do seu Detetive antigo, do seu Banco Imobiliário. A qualidade do Khan é rigorosamente a mesma, sai da mesma fábrica, usa os mesmos processos. Se não é a sua praia, não vale à pena comprar. Mas se isso não te assusta, pode embarcar porque o jogo em si - e falo sem falsa modéstia, como um dos autores - é tão bom ou melhor do que vários jogos luxuosos e caríssimos à venda hoje.

LABRC::Puxa vida, que pena! Eu temia que fosse assim, mas tinha esperança de que não fosse. Fico imaginando o que vai acontecer para a Estrela em relação a essa linha “premium”: provavelmente será um fracasso e a Estrela abandonará o projeto, jogando por terra a oportunidade de ser grande no mercado dos jogos de tabuleiro modernos. Agradeço demais pelo feedback. Provavelmente não vou realizar a compra, pois entendo que há limites para a baixa qualidade dos componentes.

rodrego::
Para chegar nesse preço, é impossível ter componentes de alta qualidade. A Estrela está fazendo uma aposta. Ela quer trazer os jogos modernos para as prateleiras do mercado de massa. Para isso, é fundamental ter um preço competitivo, pareado com War e Detetive, senão, aí sim, seria um fracasso completo nas vendas.

Acho que muitos ainda não compreenderam a proposta da Estrela, pois ela está trilhando um novo caminho e tentando forçar novos padrões. Quem sabe o que nos espera daqui há 5 anos? Com um mercado que já era caro e só piora a cada mês, garanto q essa nova proposta é melhor do que manter tudo como está. Quem sabe daqui há algum tempo a Estrela não possa fabricar tanto as versões low cost, quanto versões deluxe, mas com preços mais acessíveis para ambos do que os praticados atualmente?

tpcordeiro::

LABRC::Puxa vida, que pena! Eu temia que fosse assim, mas tinha esperança de que não fosse. Fico imaginando o que vai acontecer para a Estrela em relação a essa linha “premium”: provavelmente será um fracasso e a Estrela abandonará o projeto, jogando por terra a oportunidade de ser grande no mercado dos jogos de tabuleiro modernos. Agradeço demais pelo feedback. Provavelmente não vou realizar a compra, pois entendo que há limites para a baixa qualidade dos componentes.

Honestamente não sei se "será um fracasso"", pelo menos não por causa disso: qualidade dos componentes. Esse jogo está em uma situação "complicada", para a galera do nicho realmente pode ter componentes com qualidade baixa demais, então talvez não venda bem na galera q já é do hobby. Mas pro mercado de massa, a qualidade já é esse padrão, então não vejo isso como motivo. Oq eu acho é q a Estrela fez uma aposta arriscada (na minha opinião arriscada demais) em trazer um jogo muito pesado para oq a "massa" está acostumada no momento.
Pelo q eu vi das regras, o Khan é nível Marco Polo, Lorenzo, ..., talvez até mais, aí sim é um ponto q talvez frustre quem está acostumada com jogos mais leve como Detetive e Jogo da Vida. Talvez a Estrela devesse ter apostado em algo alí no meio, do nível do Stone Age, Splendor, 7 Wonders, ... Na minha modesta opinião... Espero eu q esteja enganado e essa aposta ousada seja um sucesso.

Rodrigo, aprecio demais sua participação nesse tópico, tirando nossas dúvidas e contribuindo para o debate, o que é sempre positivo.

Concordo que a Estrela está fazendo uma aposta, e não tenho dúvida de que com a melhor das intenções. Meu receio é que ela não atinja nenhum dos públicos em que eventualmente está mirando: o dos board gamers, que estão acostumados a um produto melhor em termos de componentes, ou o dos jogadores casuais, que estão acostumados a jogos mais tradicionais e não se interessariam por um jogo mais elaborado.

Confesso que ainda me sinto tentado pelo jogo e pode ser que eu o compre. Mas acho que a experiência sensorial é um componente importante da diversão. Se nós nunca tivéssemos sido expostos a componentes de qualidade, pode ser que não reclamássemos agora. Mas não é mais possível voltar à época em que tudo o que conhecíamos eram os jogos da Estrela.

Estas considerações não dizem respeito, evidentemente, à qualidade do design, que, pelo que vi dos gameplays, é de fato muito sólida. Não estou torcendo para que a aposta da Estrela dê errado. Meu único parâmetro de julgamento sou eu mesmo e meus próprios gostos. Sei que, se eu comprar o jogo, vou ficar o tempo inteiro preocupado para não amassar inadvertidamente as fichas ou as cartas destacáveis(!), sem falar no desgosto com o manual azul. Espero que os demais não pensem como eu e não liguem para essas coisas.

Cico::

 rodrego::
Para chegar nesse preço, é impossível ter componentes de alta qualidade. A Estrela está fazendo uma aposta. Ela quer trazer os jogos modernos para as prateleiras do mercado de massa. Para isso, é fundamental ter um preço competitivo, pareado com War e Detetive, senão, aí sim, seria um fracasso completo nas vendas.

Tomara que dê certo essa aposta. 
Mas para quem é do hobby, será que não rola um kit de upgrade? A Ludeka/Ludens vende kits para print n play, podiam juntar uns meeples para substituir os pinos. 
Essas cartas são compatíveis com sleeves?

LABRC::Rodrigo, aprecio demais sua participação nesse tópico, tirando nossas dúvidas e contribuindo para o debate, o que é sempre positivo.

Concordo que a Estrela está fazendo uma aposta, e não tenho dúvida de que com a melhor das intenções. Meu receio é que ela não atinja nenhum dos públicos em que eventualmente está mirando: o dos board gamers, que estão acostumados a um produto melhor em termos de componentes, ou o dos jogadores casuais, que estão acostumados a jogos mais tradicionais e não se interessariam por um jogo mais elaborado.

Confesso que ainda me sinto tentado pelo jogo e pode ser que eu o compre. Mas acho que a experiência sensorial é um componente importante da diversão. Se nós nunca tivéssemos sido expostos a componentes de qualidade, pode ser que não reclamássemos agora. Mas não é mais possível voltar à época em que tudo o que conhecíamos eram os jogos da Estrela.

Estas considerações não dizem respeito, evidentemente, à qualidade do design, que, pelo que vi dos gameplays, é de fato muito sólida. Não estou torcendo para que a aposta da Estrela dê errado. Meu único parâmetro de julgamento sou eu mesmo e meus próprios gostos. Sei que, se eu comprar o jogo, vou ficar o tempo inteiro preocupado para não amassar inadvertidamente as fichas ou as cartas destacáveis(!), sem falar no desgosto com o manual azul. Espero que os demais não pensem como eu e não liguem para essas coisas.

XANDAO13BR::

Eu já esperava uma qualidade inferior ao que estamos acostumados com os jogos chamados modernos. Sempre foi avisado que os componentes dessa linha "premium" da Estrela seriam inferiores aos mesmos em decorrência do preço, mas parece que a má qualidade superou negativamente as piores previsões. 

A Estrela hoje não é a Estrela que muitos conheceram há 20, 30 ou 40 anos. A abertura econômica do Brasil no início da década de 90, e a entrada no mercado de brinquedos importados, chineses principalmente, impactaram bastante na presença da empresa no mercado e a sua saúde financeira. Na sua linha de jogos, que é o que interessa aqui, praticamente todos, senão todos, são jogos nacionalizados (tropicalizados) da Hasbro. Contudo, a Hasbro entrou no mercado nacional em 2004 com estes mesmos jogos e na ocasião fez um acordo com a Estrela de que ambas as empresas continuariam publicando os mesmos jogos. Este acordo não foi renovado em 2007, e desde 2008 a Hasbro move um processo contra a Estrela tentando impedir que ela continue publicando esses jogos e pague todos os royalties decorrentes dos mesmos por todo o período. Acontece que no ano passado foi prolatada sentença neste processo que a Hasbro move contra ela e que se arrasta há mais de 12 anos, no qual não somente confirmou o a obrigação de pagamento de royalties por todo o período de 2007 até a presente data dos jogos que ela publicava, o que ultrapassa o montante de R$ 20 milhões, como também a obriga a transferir todos os direitos sobre as marcas dos jogos Detetive, Jogo da Vida, Combate, Genius e outros. Ela então não vai mais poder publicar e comercializar estes jogos e somente conseguiu manter (por enquanto) o Banco Imobiliário. Importante dizer que ainda é uma decisão de primeiro grau e ambas as partes recorreram, mas já sinaliza que a Estrela irá perder esta queda-de-braço. Além disso, conforme informações neste processo, a situação financeira da Estrela (em 2019 quando o cálculo foi feito) apresentou nos últimos 12 meses um prejuízo da ordem de R$ 39 milhões, um patrimônio líquido negativo de mais de R$ 460 milhões, além de acumular dívida de R$ 1 bilhão em impostos e contribuições assessórias ao Fisco nacional.

Por isso, não acredito que seja uma "aposta" da Estrela no nicho, e sim uma forma, pode-se dizer desesperada, de se manter neste segmento de mercado. É delirante considerando essa situação que a empresa encontra-se hoje defender que se trata de um elaborado plano estratégico de inserção no mercado. 

Desta forma, o que poderia ser uma oportunidade a novos e desconhecidos designers nacionais de ter o seu jogo publicado, mas com esta qualidade apresentada, muito inferior a jogos nacionais na mesma faixa de preços, e cito nesta questão os jogos da MS Jogos do Macri, ou o próprio Comic Hunters, como que os importados Pandemic, Photossyntesis, Dixit, King of Tokyo, e vários outros que aqui encontra na Ludostore, eu temo pelo impacto negativo que isso possa trazer ao trabalho deles.