AcemanBR::Eu entendo totalmente a frustração do pessoal com os preços astronômicos de jogos que são basicamente papelão colorido. Ver 3/4 de um salário mínimo na etiqueta de um jogo é bem triste.
Mas eu realmente não acho que a culpa é da editora. Torcer para o jogo encalhar e o peço do jogo baixar é torcer pela falência do negócio das editoras no Brasil, que em última análise é torcer para não termos mais jogos de tabuleiro em português.
Talvez algumas editoras consigam soluções de produção nacional para não depender tanto do dólar (Maracaibo foi uma tentativa da Meeple BR). Mas parece que com dólar a quase 5,5 reais e óleo de soja a 10 reais... o problema é do país, não das editoras!
A paisagem feia não é culpa da janela. Fechar a janela não é uma solução.
No caso dos jogos da Galápagos a produção eh feita inteiramente lá fora. Não sei nem se a Fantasy Flight deixa ser diferente. É 100% dolarizado.
Vamos pegar o Jornadas na Terra Média que o pessoal usou como referência e fazer uma regra de três simples, usando o preço de lançamento e o valor do dólar em Maio de 2019:

Como vocês podem ver não mudou nada além do dólar. A conta é a mesma!
Eu quero mais que o dólar fique 1:1 e todo mundo possa jogar tudo. É mais companhia pra jogar e economia de escala pros jogos ficarem mais baratos! Mas eu acho que um protesto contra as políticas econômicas que fizeram o dólar chegar em quase 5,5 faz mais sentido do que boicote contra as editoras. Vamos mirar no antagonista certo.
Eu te entendo e até concordo com o que você escreveu.
A situação do país realmente é a grande culpada. Só fico triste em ver o hobby ser elitizado.
Mesmo tendo jogos a oitenta reais as pessoas mais humildades e até mesmo os mais jovens que possuem uma renda mais baixa como, por exemplo, a maioria dos universitários, nunca irão conseguir adquirir os principais lançamentos.
Setecentos e cinquenta reais em uma expansão sendo que o jogo base é vendido bem caro no Ludopedia torna o hobby para poucos.
Imagina. Gastar mais de dois mil reais em um Board Game com a expansão. É pra poucos.
Entrei no hobby em 2012 e sonhava com a popularização do mesmo no Brasil. Ocorre que não estou vendo isso acontecer e o board game, em pouco tempo, será algo exclusivo das classes mais privilegiadas financeiramente.
Enfim. Eu me considero uma pessoa do povo. Uma pessoa que veio de baixo e conseguiu com estudo e trabalho ter o direito de escolher o hobby de Board Game mas, se os preços continuarem assim, eu simplesmente irei parar de comprar e sair do hobby.
Não me sinto bem quando um amigo meu pergunta na mesa o valor de um Board Game. Eu fico sem jeito de dizer o valor que paguei no Nemesis. Meus amigos são pessoas simples. Gostaria que eles também pudessem adquirir mas, do jeito que anda, pessoas humildes deverão passar longe.
Enfim. Estou me preparando pra sair do hobby pois pra mim assim não dá.
É a minha opinião apenas.