tpcordeiro::Vou contar minha experiência com o El Grande (o jogo, q fique bem claro)...
A minha primeira experiência também não foi lá essas coisas (com o jogo, que fique bem claro...). Na época eu era ainda meio verde com o
hobby, não tinha muito a malícia de perceber que certos jogos não são para certos grupos. Eu tinha enfim comprado o tão aclamado El Grande na época e nada de eu conseguir levá-lo à mesa. Eu queria jogá-lo a qualquer custo. Eu não queria ir a uma noite de jogos de tabuleiro, eu queria El Grande (o jogo, que fique bem claro...).
Em meio a essa tara por jogar o jogo, surgiu uma "oportunidade". Reunião de família. Os meus primos, de idade próxima à minha, estavam lá. Éramos 5 na ocasião, número perfeito, dava para jogar El Grande numa boa. Eles já sabiam que eu era o "cara dos jogos" e já esperavam que eu fosse empurrar alguma coisa naquela confraternização. O problema é que eles só gostavam de jogar Coup. Nada mais pesado do que isso. A gente literalmente jogou Coup o último encontro inteiro. Eu vendi meu Coup, cortei o mal pela raiz (perdi o gosto por jogos de dedução social após exposição excessiva).
Convenci-os a jogar e então comecei a ensinar o jogo para eles. Já percebi que eles não estavam entendendo quase nada. O jogo tinha muitas camadas para eles. Eu estava pulando muitos degraus numa passada só com essa abordagem ambiciosa de minha parte. Terminamos a explicação, "vocês entenderam as regras?". "sim..... (NÃÃÃÃÃÃOOOO0000ooo....).
Meu jogo está em alemão e veio com uns paste ups em inglês. Eu nem tinha parado para imprimir a versão em português da ludopedia. O pessoal já ficou com uma certa má vontade. Primeira rodada, setup todo bonitinho pra eles e a última coisa que uma pessoa gostaria de ouvir após a explicação das regras de um jogo:
"Tá, o que que eu faço?!"
Não chegamos à segunda rodada de pontuação. Eles abandonaram o barco e jogamos o quê? O quê?! Coup. O resto do dia todo. Eu sou o Duque e preciso de férias.
Eu ainda vejo a beleza nesse jogo e gosto de jogá-lo na internet agora em tempos de pandemia, por isso o mantenho na minha coleção, na expectativa de um dia poder levá-lo à mesa com o grupo certo.
Eu não acho esse jogo OOOOOHHH, MEU DEEEEEOOSSS!!!, acho simplesmente um jogo bom, bem feito, honesto, cumpre com o que promete e o faz bem. Não foi a mesma coisa que eu senti com o Through the Ages. O Through the Ages eu queria jogar até sozinho o jogo físico, simulando uma partida de 2 jogadores. Eu fiz isso umas 5 vezes até decidir comprar o app. Joguei algumas dezenas de partidas no app, comprei a expansão, tanto no app quanto na versão física. Joguei a versão física com a expansão com dois amigos hardcore, foram as melhores 4 horas daquela semana. Eu AMO Through the Ages a ponto de preferir jogar com a versão física sempre que possível. El Grande eu "simplesmente" gosto. Isso é totalmente pessoal e são jogos bem diferentes entre si.
tpcordeiro::Sobre seu tópico...
...nesse texto o intuito pareceu mais apresentar o jogo, as regras e talz, do q propriamente discutir sobre as nuances e estratégias do jogo, para quem o conhece mais a fundo. Não q isso não possa acontecer na sequência do tópico (discussão q, caso aconteça, eu obviamente eu não farei parte com o meu maravilhoso plantel de 1 partida), mas pareceu um objetivo diferente do q vc teve com os textos do Kingdom Builder ou do Saint Petersburg, por exemplo.
Exato, você pegou a proposta do texto do jeito que eu idealizei mesmo. Eu queria fazer esse texto de forma mais amigável para alguém que só conhece o jogo de ouvir falar por aí, o que é muito comum. Pensei em trazer uma abordagem mais lúcida, menos apaixonada. O jogo é bom, mas no cenário brasileiro, particularmente o considero superestimado. Nesse sentido, quis estabelecer uma espécie de contraponto.
Obs: Fico
extremamente feliz quando alguém percebe essas
bobagens sutilezas no texto (Guaporé Guaporé, etc.). Eu não tenho como saber se vocês notam esses easter eggs, a menos que vocês comentem, então comentários desse tipo são sempre muito bem vindos. "Ah, gostei daquela piada do não sei o quê!". Minha mente é uma espécie de liquidificador de bobagens, então ficam passando um monte de referências muito aleatórias que podem atingir um público enquanto que outra parcela fica completamente boiando tipo o Capitão América ("não entendi a referência"). (Detalhe, eu nem curto muito os filmes de super heróis, no máximo o Deadpool porque o super poder maior dele é o sarcasmo, mas eu conheço as referências apenas por uma questão de "cultura" geral).
tpcordeiro::E por último, um pitaco sobre um jogo ser "essencial" ou "obrigatório"...
"Seria muito legal conhecer para saber a origem as coisas.". Perfeito, sem tirar nem por. Muitos jovens ansiosos, como eu já fui (e sou) várias vezes acabam sentindo uma espécie de "pressão" do meio para que eles consumam certas experiências-chave, caso contrário, é como se na jornada dele(a) tivesse uma espécie de lacuna existencial. A analogia com o cinema também foi no ponto.
Direto ao Ponto, como
Farias tu, jovem
Alan:
1) conheça o jogo se tiver a oportunidade;
2) se gostar, ótimo, se não gostar, também não tem problema,
o que não falta é jogo bom nesse nosso mundinho;
3) se não tiver como conhecer, volte para a conclusão sublinhada na parte 2.
tpcordeiro::LuisPerdomo::Obrigado pela leitura e espero que aproveite bastante o jogo. Você pode imprimir seu certificado. É válido em todo o território nacional.
Ué, mas então não é válido na Espanha??? Incoerente.
"Território nacional", eu não especifiquei la nación