Comecei a jogar RPG em 1996, na época em que era raro encontrar livros em português, até que a editora Abril Jovem traduziu o AD&D e salvou a pátria dos que não sabiam inglês (eu incluso). Sou um grande fã de D&D, desde o início, e possuo todas as edições (com exceção da quarta, que dispensei propositadamente) e considero RPG uma das formas mais divertidas de entretenimento coletivo. Até hoje me lembro com empolgação dos momentos memoráveis que vivi numa mesa com amigos, na maioria das vezes como mestre, pois como era o maior entusiasta poucos amigos meus animavam mestrar alguma coisa.
Ainda acho que o RPG, com o grupo certo, é imbatível e supera qualquer experiência com jogos de tabuleiro. Só que isso, ao invés de ser o ponto forte, é o grande problema. Encontrar bons grupos é uma coisa difícil de acontecer (assim como bons mestres, pelo menos em minha experiência com o jogo) e acabou que isso, aliado à dificuldade de conseguir tempo que alguns já citaram, fez com que "migrasse" para os jogos de tabuleiro. Já participei de muitas aventuras ruins, seja pela inabilidade do mestre ou pela forma como seguia o entrosamento do grupo, e isso fez com que eu começasse a desanimar. Na maioria dos jogos de tabuleiro isso já não é problema, se o jogo for bom, as partidas tendem a divertir muito, independente se há ou não bom entrosamento do grupo/inabilidade de algum jogador específico. Comecei a me sentir um pouco "à mercê" da habilidade dos mestres com quem jogava e da forma como os outros membros do grupo lidavam com o jogo para me divertir. Nos boardgames, mesmo os com grande interação entre os jogadores, isso não tem sido questão.