HNEFATALFL - O XADREZ VIKING
Conhecido como "Xadrez Viking", Surgiu na região da Escandinávia no final do século IV, e foi espalhado pelos Vikings durante suas incursões na Europa.
O jogo simula uma tentativa de captura de um rei por invasores vikings.
CONTEXTO
TAFL, é uma palavra nórdica para “tabuleiro”, é usado para representar uma família de jogos antigos que possuem a mesma essência, um jogo assimétrico que simula um cerco, onde um jogador joga com o “Rei” e seus defensores e o outro joga como atacante que deseja capturar o “rei.
Por ser um jogo muito antigo e não ter suas regras documentadas existe algumas variações de regras, tamanho do tabuleiro e disposição inicial das peças, mas sua essência é a mesma. Vamos entender melhor esse jogo.
O JOGO
A versão mais conhecida é o HNEFATAFL, que é jogado em um tabuleiro gradeado de tamanho 11x11, com duas equipes com forças desiguais e objetivos diferentes, o jogador defensor tem a metade da quantidade de peças do jogador atacante e controla o rei a peça central do jogo, além de começar sempre com suas peças no centro de tabuleiro. O objetivo do defensor é guiar o rei em segurança até um dos quatro cantos do tabuleiro, enquanto o jogador atacante controla quatro grupo de guerreiros, localizados em cada um dos lados do tabuleiro, o que tematicamente representa o cerco ao castelo do rei, e tem o objetivo de capturar o rei antes que ele consiga chegar em segurança a qualquer um dos quatro cantos do tabuleiro.
O movimento das peças é igual para todas e é feito de forma horizontal ou vertical, podendo se mover quantos quadrados desejar, só não é permitido movimentos na diagonal e nem passar por cima de um quadrado ocupado por uma peça sua ou do adversário. Similar ao movimento da torre em um jogo de xadrez.
A captura também é feita de uma forma bem peculiar (eu nunca tinha visto antes), não é “pulando” por cima peça adversária e nem ocupando o mesmo espaço que ela, como estamos acostumados a ver, e sim flanqueando a peça adversária, ou seja, colocando duas peças suas em dois quadrados laterais a uma peça adversária, fazendo assim um “sanduiche” com ela. Única exceção é para capturar o rei, para faze-lo ele precisa ser flanqueado pelos dois lados, ou seja, ter quatro peças do jogador atacante cercando-o pelos quatro lados, ou três peças caso ele esteja na borda do tabuleiro.
Vence o jogo quem conseguir completar seu objetivo primeiro, preste atenção pois esse não é um jogo com dama que o objetivo é capturar todas as peças adversárias e sim com o xadrez cujo objetivo é capturar ou fugir com o rei dependendo de que lado você esteja jogando.
Recomendo sempre jogar duas partidas seguidas invertendo o lado das forças que cada jogador controla assim você terá a experiência completa do jogo.
PS> Como eu falei no inicio esse jogo possui variações de regras e tamanho do tabuleiro sendo essa a mais usual, mas existe tabuleiro menores 9x9 e maiores 13x13, porém a proporção das peças são sempre 2:1 com o lado que tem a menor quantidade controlando o rei, uma versão também bastante conhecida é o Tablut que segue as mesmas regras porém jogado em tabuleiro 9x9 e com 24 peças no total ao invés de 36, o que deixa o jogo mais rápido.
PONTOS POSITIVOS
· Contexto histórico muito legal
· Temática de cerco diferente e interessante
· Extremamente estratégico, fator sorte praticamente nulo
· Forma bastante diferente de se jogar
PONTOS DE ATENÇÃO
· Assim como qualquer bom abstrato exige uma quantidade considerável de partidas para se tornar um bom jogador e explorar todas as possibilidades estratégicas do jogo.
· Tive a impressão que jogar como defensor é mais fácil de vencer, mas pode ser impressão de quem não explorou o jogo o suficiente.
O QUE ACHEI?
Um jogo que me surpreendeu positivamente, tanto na parte histórica como na forma de jogar ainda não tinha visto jogo abstrato assimétrico, e gostei bastante da profundidade estratégica do jogo, não esperava tanto dele, um dos melhores jogos que joguei nessa pegada, se curtem jogos abstratos e xadrez, esse deveria ser compra certa.