Essa semana temos respostas em dose dupla, afinal a Bianca e o Moisés vão participar respondendo minhas 3 perguntas!
A
Bianca Melyna é historiadora, profissional de Letras, autora e desenvolvedora de jogos de mesa.
Atualmente ela permanece atuando no mercado de jogos como game designer, desenvolvedora e também como tradutora e revisora.
Já o Moisés Pacheco sempre gostou de jogos de tabuleiro, RPG, card games e videogames.
Apesar da formação na área de negócios, ele conseguiu direcionar a sua formação acadêmica para os jogos, trabalhando por anos com seriousgames, desenvolvimento e aplicação de jogos em treinamento e educação corporativa.
Hoje ele é um dos fundadores do Moby Studios, e um dos autores do Overdrive sendo também co-autor de Grasse - Mestres Perfumistas e também host do Eurogamers Podcast.
Vamos conferir as respostas deles!
Por que jogar?
Bianca
Para sair um pouco do "mundo real", para socializar, para relaxar, para passar o tempo e para exercitar a mente. São motivações diferentes para momentos diferentes, mas elas às vezes coexistem.
Sempre falo para as pessoas que ter um hobby é algo que todo mundo deveria ter, seja ele qual for, pois creio que todos eles têm a força de unir pessoas em torno de um interesse em comum e, com isso, contribuem para uma vida social mais saudável.
Os jogos, como uma atividade extremamente social, amplificam muito essa possibilidade, são quase um "vale-amigos" dentro de caixas bonitas.
Moisés
Jogar é algo tão antigo na história da humanidade que é até difícil explicar as motivações.
Primeiramente, pelo desafio intelectual, sempre gostei de jogos, videogames, revistas de passatempo, quebra-cabeças desde criança; em segundo momento, para entrar naquele círculo mágico, sair da nossa realidade cinzenta e explorar novas realidade, mesmo os jogos mais abstratos fazem sua mente entrar naquele mundo regido por aquelas regras e te fazem desconectar em maior ou menor nível do mundo real; e, por último, pela experiência social, vários amigos fiz jogando.
Hoje a maioria dos meus amigos mais próximos são os do meu grupo de jogo regular. Também fiz muitos amigos dentro do hobby, pessoas de estados distantes viraram grandes amigos, o que seria improvável sem a paixão pelos tabuleiros.
Por que criar jogos?
Bianca
Pelo desafio de criar universos, histórias, entrelaçar mecanismos, relações e sistemas. Mas com certeza a maior motivação é criar produtos que possam divertir pessoas, aproximá-las, servir de pano de fundo para momentos aprazíveis.
É muito gratificante saber que alguém lá do outro lado do Brasil (ou mesmo do mundo) está jogando um jogo criado por você, ao qual você dedicou anos, e vivenciando aquela história e aquele momento.
Moisés
É quase como um hobby dentro do hobby, envolve muito trabalho, dedicação, muita transpiração, tentativa e erro e muitas vezes a própria destruição de um trabalho de meses ou anos.
Mas acredito a motivação de criar jogos é um prazer que ele proporciona quando você mistura elementos mecânicos e temáticos que geram algo que possa ser um instrumento de lazer intelectual e diversão para outras pessoas.
Eu já trabalhava com desenvolvendo e utilização de jogos antes de conhecer os jogos modernos, fiz minha dissertação de mestrado sobre a utilização de jogos de empresariais e simuladores gerenciais, o que acabou me rendendo um prêmio de melhor artigo em um evento norte americano no congresso da ABSEL em 2010.
Mas hoje gosto de criar jogos voltados para o entretenimento, o que é algo muito engraçado, ao mesmo tempo que é tão cansativo quanto qualquer trabalho, é também muito gostoso e gratificante .
Um jogo especial para você e porquê
Bianca
Sempre cito Terraforming Mars como meu top 1 do momento e muita gente fica surpresa. Sempre justifico que ele está nessa posição não somente pelo bom jogo que ele é - e ele é um ótimo jogo, na minha opinião -, mas pelos ótimos momentos que me proporcionou e proporciona.
Não raro esse é o jogo que a gente escolhe às sextas-feiras pra começar a jogar lá pela meia-noite e ir madrugada adentro. Se eu for contabilizar as horas passadas jogando TMars, foram muitas e foram todas muito agradáveis.
Mas tem outros jogos que considero especiais também, um deles é o Catan, primeiro jogo que dei pro Moisés.
Não tínhamos nem mesa pra montar o tabuleiro na época, passamos um bom tempo com ele guardado.
Outro é o Dixit, o primeiro jogo que ganhei do Moisés. Apesar de saber que não é um jogo pra qualquer grupo - e muito menos pro mesmo grupo -, sempre me surpreendo com a beleza das imagens e com o brilho nos olhos das pessoas que estão jogando pela primeira vez.
Moisés
Atualmente, o jogo que mais gosto de jogar e não nego uma partida é Terraforming Mars, ele consegue unir a questão temática com mecânica de forma muito interessante e apesar de ter críticas quanto aos aspectos estéticos dele, é hoje o que mais gosto de jogar.
Mas acho que as portas dos jogos modernos se abriram para mim por CATAN.
Embora eu já tenha tido contato com outros jogos antes (especialmente card games - Munchkin na edição monocromática da Devir, Magic, Warlord, Spellfire, etc e RPG - Fui mestre por mais de 15 anos), CATAN trouxe o meu primeiro contato com os chamados "euros", jogos com baixo nível de conflito direto e elementos de gerenciamento de recursos.
E hoje os jogos chamados "euro" são os que mais gosto.
Gostaram das respostas? Quem você também gostaria de ver aqui respondendo essas 3 perguntas?
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