Nilberto::RenatoC::Na verdade, eu acho o XCOM caro tb!
Então vou mostrar pq penso que o MEXICA é caro sem comparar com o XCOM (que, repito, tb acho caro). Um trabalhador nos EUA paga US$ 4,8 por um Big Mac. Isso significa que 10 sanduíches desse custam o valor de um Mexica. Já no Brasil, um MEXICA custa quase o dobro de sanduíches (na verdade, estou por fora dos valores de BigMac, mas creio que está por volta de R$ 16,00 certo?).
Comparações diretas de preço de produto não fazem muito sentido, não é à toa que os economistas criaram o termo Paridade de Poder de Compra, que é utilizado até para o cálculo de renda per capita dos países.
Grande Abraço
Sua comparação faz sentido, mas no caso mede poder aquisitivo de um país para outro, não se uma loja esta vendendo um jogo muito caro ou não. Seguindo esse mesmo princípio todos os jogos serão muito caros (salvo raríssimas exceções).
A comparação que citei não é direta, mas sim colocando dois jogos em dois países diferentes para mostrar que que um é mais caro que outro não apenas no Brasil, mas em qualquer lugar, como é o caso aqui.
Nilberto, entendi direitinho sua comparação e se estou escrevendo aqui nem pq tanto discordo de vc, mas principalmente pq acho bacana que os brasileiros pela primeira vez estejam realmente discutindo abertamente sobre preços (pelo menos dentro do nosso hobby, hehehe). E digo isso pq acho que nós somos muito ignorantes nesse aspecto, diria até que temos uma mentalidade pouco liberal. Vejo isso diariamente (acho que todos nós vemos). Um dia fui ao subway e vi uma atendente falando para outra sobre o novo telefone dela que tinha saído "barato" (tinha custado R$ 2 mil e alguma coisa). Carros tb são um ótimo exemplo. Em 2011, por exemplo, um Honda Civic fabricado em Sumaré era vendido a R$ 25 mil no México e a R$ 56 mil aqui no Brasil. A verdade é que temos um mercado muito fechado, com um governo que cobra muito em impostos, mas tb com empresas com lucros astronômicos e, para piorar, pessoas que pagam sem dó por esses preços.
Eu, por exemplo, não sou economista, mas me parece que a margem de lucro deve ser decrescente em relação ao custo do produto (com exceção, claro, dos artigos de luxo, que não são o caso de jogos de tabuleiro). Veja: se eu produzo algo que me custa um centavo, é normal que eu tenha 100, 200, 300, mesmo 1000% de lucro. É o caso do café. O mesmo não pode acontecer se eu produzo um carro, certo? A margem é muito menor. Uma maça sai por 5 centavos a fruta? Eu posso até vender por 1 real que alguém vai comprar, certo? Imagina o mesmo com um produto caro como um carro, avião etc... O valor seria astronômico... Outro exemplo óbvio é com o frete. O lucro dos correios, em qualquer lugar do mundo, vai diminuindo com o aumento do peso (é por isso que a galera importa uma caixa dos EUA com vários jogos e não com apenas um...)
Voltando aos jogos e como eu vejo os valores. Primeiro, nossas empresas nacionais, que são meras distribuidoras, não compram jogos em lojas. Mesmo assim, eu acho que essa comparação não deixa de ser válida, ainda que, como falei equivocada. Pelo seguinte motivo: se a Grow vende um jogo, que custa 30 dólares numa loja americana, por R$ 150, ela está cobrando, por essa lógica de comparação, um valor de menos de 30% acima do preço americano. Ora, pela lógica de margens menores em relação ao preço ascendente, essa margem deveria ser ainda menos num jogo que custa 100 reais mais caro, certo? Bem, mas não é o caso aqui com o MExica e, mesmo, com o XCOM. Veja o MEXICA: ele custa 50 dólares lá fora em média? Isso daria R$ 200 pela lógica do dólar atual, mas o valor que estão cobrando aqui é de R$ 290,00 (45% a mais). O XCOM talvez seja até ainda mais absurdo. Lá fora custa 45 dólares. Bem, isso vezes quatro dá 180 reais, certo? Para ser vendido por R$ 270, o valor acima é de 50%. Veja que isso não são lucros, pq nós não sabemos realmente o custo fixo e variável dessas empresas. Só estou citando esses valores pq muita gente tá usando como comparativos.
Tb acho que minha comparação com os sanduíches não mostra o poder aquisitivo de um país, como vc falou (diferente do próprio índice Big-Mac), mas simplesmente o valor relativo de preços. Veja: o fato de uma havaiana aqui no Brasil custar o preço de 1 ou 2 Big-Macs (dependendo do modelo) e custar mais do que o equivalente a 5 Big_macs nos EUA não faz com que eles tenham menor poder aquisitivo, mas que eles estão, sim, pagando um preço relativamente mais caro pela sandália (mesmo que, por fim, eles paguem relativamente mais barato em relação ao poder de compra deles quando comparado com o nosso poder de compra).
Com tudo isso que eu falei, eu realmente acho que a Conclave deveria ter diminuído a margem de lucro do Mexica se, como as pessoas estão falando aqui, o jogo realmente tenha saído mais caro pra eles do que os outros atualmente importados para o mercado nacional, coisa que ninguém realmente tem certeza, afinal o preço um pouco superior do MExica nos EUA pode ser simplesmente pelo fato dele ser importado ou mesmo de ser um lançamento recente (ok, eu sei que o jogo é de 2002, mas é uma espécie de lançamento, certo?). Por exemplo, se vcs compararem os dois jogos em lojas europeias essa diferença não existe (na boardgameguru, o Méxica é 5 euros mais barato que o XCOM...)
http://www.boardgameguru.co.uk/index.asp?function=SEARCH
http://www.boardgameguru.co.uk/index.asp?function=SEARCH
Sinceramente, os jogos estão caros (como tantas coisas nesse país) e eu realmente espero que esse seja o momento de refletir sobre isso e parar para pensar que talvez seja a hora de abrir nossa economia. Comprar jogos de um importador simplesmente pq não podemos fazer isso por nós mesmos ( o governo não deixa devido aos valores abusivos) só causa um desvio absurdo de renda para empresas que geram poucos empregos ou muitas vezes nem geram. Na verdade é só por isso que adoro escrever nessas discussões sobre preços aqui no fórum.
Abração