Obviamente, se você a adquiriu com seu dinheiro, seu trabalho e de forma lícita. Poderia encerrar esta coluna por aqui, com a devida reflexão, este parágrafo, por si só, já possui muitas implicações.
Acho que este trecho fugiu demais do assunto principal e não contribuiu em nada.
Quando alguém posta uma foto de uma coleção de centenas e centenas de jogos, sempre surgem comentários do tipo“quantos não veem mesa?” ou“duvido que jogue todos”. … Quantas vezes por semana você joga? … As coleções ganham tamanho porque não queremos vender os jogos anteriores e, amigo leitor, este é verdadeiro ponto deste artigo: ter uma coleção! ….
Eu tive um colega (tive porque viajou e nós não o vemos há muuuuito tempo) que não entendia nada de RPG, mas adorava sentar a mesa conosco e por seu personagem nas situações mais malucas, para nós! Seus colegas... enfim, esta postagem sua poderia ter como questionamento inicial: “O que move uma pessoa a ter um board game?” Pra ser sincero, esta é uma pergunta que poderia facilmente ser alvo de monografias e dissertações: “o que move um homem?”.
Mas não temos tempo nem ambiente para isso, apesar de eu crer piamente que esta pergunta responderia muitos questionamentos levantados neste teu artigo. Diversão? Hobby? Colecionismo? Compulsividade? Satisfação do desejo de um filho? Enfim... assim como são complexas nossas motivações, são complexas nossas explicações.
Com que você frequência você assiste ao mesmo filme?.... Com que frequência você lê o mesmo livro?
Permita-me achar isso relativo amigo. E se a pessoa tem jogos pelo simples prazer de colecioná-los, isso é totalmente ignorado. Eu já tive uma coleção de selos, até que cheguei a mesma reflexão... porque tê-los se não usá-los? Daí descobri que eu não era um colecionador mas um mero simpatizante ou admirador, e me desfiz da coleção.
cuide menos do tamanho dos outros e cuide mais dessa sua mixaria!
Eu acho que o referencial é que vai dizer se a pessoa tem uma mixaria ou não. Eu tenho uma moto de 650cc linda que todos ficam olhando quando saio pelas ruas com ela, mas quando vou a um encontro de motociclistas, minha moto parece ser tão ignorada quanto qualquer 125cc desses entregadores de pizza que trabalham de moto diariamente.
Minha coleção tem um número pequeno em comparação aos colegas “board gamers” que tenho, porém muitos deles tem jogos como Bang! Pocket, Hannabi, Love Letter, Genial, Don Capolo, Black Stories, etc.... enquanto na minha os jogos são Zombicide S1, S2 e TCM, Battlestar Galactica com expansão, Tannhauser e Memmoir com expansões, Axis and Allies, etc... em termos de valor, o custo da minha está entre os 3 mais altos com certeza. Eu chamaria isso de mixaria?
Sobre o exemplo da minha moto, creio que há uns 10 anos atrás era muito difícil encontrarmos uma pessoa com mais de 30 anos fã de jogos de mesa (além de dominó, baralho, damas e xadrez). Isso porque não tínhamos opções atrativas e acessíveis como hoje, daí se alguém (naquele tempo) apresentasse uma opção de jogo para socializar, já era uma surpresa, e se tivesse dois ou três poderia já ser taxado de fã! Qualquer número mais que isso era rotulado de viciado. Daí vem uma pergunta: Hoje em dia, se alguém te diz que possui 4 jogos de mesa, você diria que esta pessoa é viciada?
De qualquer forma, eu prefiro entender que este parágrafo foi mais um recado para gente exibicionista que acha que números vão lhe dar razão ou importância nos argumentos. Sabe aquele tipo de gente que diz: “Eu tenho 300 jogos e estou dizendo que este é ruim!” dá vontade de responder: “Sim, ó grande faraó.” kkkkkk