
"Eu era moleque quando os videogames chegaram aqui no Brasil de forma mais abrangente.
Com 6 anos eu tinha um CCE compatível com o Atari, só pra você ver o nível.
Nessa época eu jogava de bobeira. Não era minha brincadeira preferida, talvez pelos jogos bem repetitivos. Uma criança pode ser exigente, né?
Mas quando veio o Master System, a história foi outra. E que história. Percebendo que agora os jogos tinham uma roteiro, mesmo que mínimo, o videogame passou a ser minha brincadeira predileta, superando a praça e a bicicleta.
O Master System era o meu xodó, mas jogado com muita moderação. Mal sabia que na geração seguinte as doses de videogame se tornariam cavalares.
O Mega Drive me transformou num rato de locadora.
No fim de semana chegava antes do dono da locadora para garantir que os jogos estariam todos lá pra alugar. Até revista de games eu queria fazer com meus amigos na época, tamanho nosso envolvimento com os jogos.
Virei também um negociador.
Quanta prova com nota boa eu precisei apresentar pra garantir a jogatina.
Momentos inesquecíveis.
O tempo passou, a tecnologia evoluiu e os jogos evoluíram junto, mas aquele brilho da época se perdeu, junto às locadoras.
Foi uma época bem legal, que estava bem gravada na memória, mas só lá até então.
Eis que, recentemente, sou apresentado a um jogo de tabuleiro feito por um amigo que tinha a premissa de trazer essa nostalgia toda à tona.
Posso ser bem sincero?
Joguei e me vi moleque de novo, fazendo o que fazia na época:
Correr para a locadora pra pegar o jogo antes de todos? Claro que sim! Convencer seus pais que vai estudar pra garantir a jogatina? Quem nunca?!? Disputar com a sua galera quem zerava mais jogos e antes de todo mundo? Isso era regra para quem jogava nos anos 90.
Mais que nostalgia, O Bom do Videogame apresenta um tema tão legal, tão bem encaixado com a mecânica, que você vai se lembrando da infância na época e o jogo flui naturalmente.
Os elementos estão todos lá:
A locadora, as revistas pra te dar aquela força em um jogo que está agarrado, as promessas de estudo para conseguir dinheiro e até mesmo seu próprio caderno de anotações, com os passwords que precisava.
Não se engane, o jogo tem um nível estratégico bem interessante, mas o tema te ajuda a entender os caminhos de como jogar. E o tempo na mesa voa que você nem vê.
Para os gamers 80/90 (os mais novos também, por que não?), recomendo muito O Bom do Videogame!
Vai te transformar, de novo, em um rato de locadora."
Relato meu de como foi o gostinho de jogar "O bom do videogame", jogo muito divertido e mais que recomendado.
Para quem quiser conhecer vai ter demonstração no dia 20/07 no evento Além do Muro em Jundiaí/SP, 21/07, no Coletivo Geek, que é o prédio da Casa do Videogame, no evento Encounter Board Games e nos dias 27 e 28 de Julho, no Rio de Janeiro no evento Castelo das Peças