Em Scythe, uma grande fábrica de armamentos parou de funcionar, e todas as nações enviaram seus soldados para investigar o ocorrido, e claro, tentar controlar a região. Este é um jogo competitivo para 1 a 5 jogadores, com cerca de 90 min por partida.
Como esse é o primeiro Desregrando, acho legal explicar como imaginei o formato. No vídeo aí em cima você encontra as regras do jogo de uma forma mais detalhada, realmente acho que nada supera um vídeo quando o assunto é explicação de regras. Mas se você quer só uma ideia de como o jogo funciona e um breve comentário sobre o mesmo, segue o texto, porque nada supera o texto quando o assunto é análise.
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Enfim... Scythe é um jogo que conheci ainda durante o desenvolvimento, e como muitos outros jogadores, me cativou inicialmente pela arte. Tudo foi feito para acolher o imaginário de Jakub Rozalski, em uma Europa pós guerra de uma realidade alternativa, com mecas e mistérios a serem desvendados.
Depois desse cartão de visitas, eu realmente tive medo por conta de mecânica. Afinal quando a arte é bonita demais a expectativa pelo jogo tende a subir, e a realidade nem sempre é boa.
De forma beeeeem simplificada, durante a partida, cada jogador possui uma tabuleiro próprio com 4 áreas, cada área com duas ações, uma simples em cima e uma avançada embaixo. No seu turno você simplesmente seleciona uma destas opções de área e realiza as duas ações nela.
As ações simples são voltadas a sua relação com o mapa central do jogo, então você pode movimentar, produzir, comprar recursos ou melhorar seu armamento.
Só deem uma olhada no nível de detalhes desse tabuleiro.
Já as ações avançadas consomem mais recursos, mas habilitam habilidades novas para sua nação, seja produzindo robôs gigantes, erguendo edificações, melhorando suas ações simples, ou criando recrutas.
Os jogadores vão alternando turnos realizando suas ações, e tentando completar 6 das 10 conquistas do jogo (que no fundo são objetivos abertos na mesa, como colocar todos os seus mecas no mapa, ou vencer uma batalha, ou mesmo construir todas as suas estruturas). O jogo se encerra quando um jogador conseguir as 6 conquistas.
E aí vem uma parte divertida, quem encerra o jogo não necessariamente vence a partida.
Temos uma contagem de pontos, em que cada conquista, território controlado, recursos e moedas contam para definir um vencedor. Sem contar que a sua popularidade entre os nativos interfere na quantidade de pontos que você recebe por cada item destes.
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No fim, a mecânica acabou se apresentando de forma muito mais simples do que o esperado em um jogo deste porte.
Scythe assusta na mesa. Mas durante o jogo você está limitado a apenas 4 combos de ações, que por sinal são muito dinâmicos. Você cuida de pouca coisa a cada turno, então a informação é absorvida aos poucos, e em dois tempos já é sua vez novamente, o que ajuda a reforçar tudo que você está vendo.
Sem contar que apesar de todo o aparato de guerra, no fundo ele é um jogo econômico, em que você busca eficiência. E como boa parte dos euros, ele deixa para os jogadores escolherem como será o nível de interação. Vocês podem passar uma partida inteira sem qualquer interação, como pode ser que a guerra exploda turno a turno, depende da mesa.
Tenho a impressão de que esta característica de ser mais leve do que parece cativa os jogadores. Quando comprei eu realmente achava que Scythe seria um jogo reservado para os amigos que curtem jogos mais pesados, mas acabou marcando também pessoas com preferência por jogos leve/ médio.
Nunca apresentei ele para pessoas que nunca tiveram contato com o hobby, mas já apresentei em uma mesa de amigos que conheciam apenas catan e carcassonne (clássicos), e terminaram a partida de Scythe pedindo outra (Apesar de que pediram uma segunda partida de Game of Thrones também, então não sei se são bons exemplos).
E claro que o jogo tem seus problemas:
A arte é linda, mas para um jogo considero poluída, o pessoal demora um pouco para se acostumar;
O final da partida na forma em que se apresenta é muito abrupto, o que vai deixa alguns jogadores com aquele ar de "tarefa incompleta";
A limitação de ações pode deixar alguns jogadores se sentindo enclausurados;
Sem contar que quando falta uma ou duas conquistas para acabar a partida você já tem todo o roteiro do que quer fazer em mente, o que faz o jogo parecer linear demais.
O estranho é que, depois de apresentar o jogo a várias pessoas, tenho percebido que estes problemas as vezes tem efeito contrário em alguns jogadores. Afinal a arte, mesmo poluída, atiça a curiosidade para o jogo. O final abrupto as vezes funciona como estopim para a segunda partida. A limitação de ações força a busca pela uma sequência de ações mais eficiente, e quando você consegue uma sequência perfeita você sente a sensação de recompensa. E o roteiro no fim do jogo faz você pensar em o que teria feito diferente durante a partida para melhorar a sua situação atual.
Então quando peso os pontos positivos e negativos, Scythe acaba se saindo melhor que a média.
E o fato é que aqui comecei a ver Scythe quase como um jogo para família.
Realmente acho divertido entrar no fluxo e buscar formas de combar as ações, e aparentemente o pessoal das minhas mesas também, já que ele é pedido com certa frequência.
Gostei do formato e da escrita.
O Scythe é um jogo ótimo e lindo mas a falta de interação entre jogadores é um ponto fraco dele.
Boa sorte com os reviews!
Simmm. Lembro que a primeira vez que achei algo escondido no tabuleiro fiquei um tempão procurando easter-eggs. Não me decepcionei rss.
diedre:: Gostei do formato e da escrita.
O Scythe é um jogo ótimo e lindo mas a falta de interação entre jogadores é um ponto fraco dele.
Boa sorte com os reviews!
Obrigado o/
Bebezao:: Gostei do título Desregrando e achei interessante ler suas impressões pessoais do jogo, sem pressões de editoras ou de público.
O manual e seus complementos fez com que eu postergasse até hoje a inauguração desse querido por muitos.
Pelo jeito, a impressão de que ele é mais leve do que parece é bem comum a quem já experimentou o jogo.
Espero vencer essa preguiça em breve e colocar esse clássico na mesa.
Continue com os textos.
Obrigadooo...
E sim, dá preguiça de ler o livro de regras pela quantidade de iconezinhos e etapas das ações. Mas quando você joga acaba que tudo aparece pouco a pouco. Aí fica bom de jogar.
Bacana sua resenha... joguei ontem Scythe pela primeira vez e achei um bom jogo, mas não todo esse hype que falam. Já tinha visto muitos gameplays e reviews, mas não "explodiu a cabeça". Certamente vou jogar novamente pra ver se muda a sensação, por enquanto ficou a de um bom jogo, mas que não compraria pra ter na coleção porque o investimento é muito alto...