Acho Nosferatu excelente e muito divertido. Quanto mais gente melhor. Porém, mesmo só com cinco jogadores já fica muito legal. Na minha opinião, se for compará-lo com Resistance / Avalon, são jogos que apresentam muitas diferenças e proporcionam situações bem singulares.
No Resistance/Avalon o metajogo é muito mais forte que o aspecto de dedução/matemática presente no Nosferatu, onde boa parte das ações consistem no uso de cartas, e em que cartas você e os demais entregam ao Renfield (mestre do jogo) e quais são descartadas. Mas não é só isso!
Embora o metajogo seja também muito importante no Nosferatu, este não é tão decisivo como, pelo menos na minha opinião, é no Resistance. Em Resistance, o principal recurso no jogo é a sua capacidade de argumentação para convencer os demais da mesa de que lado você está. Nesse ponto, como o Nosferatu tem regras mais amarradas, e uma maior linearidade de ações, ele pode ser muito bom para introduzir pessoas que não estão familiarizadas com jogos de blefe e deducação, como Coup ou Resistance, uma vez que no começo, as pessoas que não tem prática nesse tipo de jogo costumam ter uma certa dificuldade em blefar sem o apoio de elementos físicos fornecidos pelo jogo, como as cartas do Nosferatu.
E, por fim, pelo menos na minha opinião, no Nosferatu, a pessoa que assume o papel do Renfield (mestre do jogo) tem um papel super importante no desenrolar do jogo pois sua função não se resume apenas à distribuir e receber cartas para ao final da rodada resolvê-las, ao contrário do que à primeira vista pode ser mal compreendido ao ler o manual ou mesmo pelas primeiras partidas.
O Renfield é o ajudante do Vampiro e deve, juntamente com ele, conduzir o jogo de forma a proteger a identidade de seu mestre, sempre que possível e com todas as ferramentas disponíveis, semeando a dúvida e a discórdia entre os caçadores e, principalmente, sabendo entregar a estaca à pessoa certa em cada rodada, seja para dar mais tempo de ação ao Vampiro (aumentando assim as suspeitas entre o grupo) ou, para dar chance ao Vampiro de provar sua inocência quando a identidade do mesmo começa a ser posta em risco. Dito isso, eu adoro jogar como Renfield e, pelo menos em meu grupo, sempre que jogamos houve interesse de vários para ver quem seria o Renfield da vez. A solução que encontramos foi fazer o rodízio desse papel em cada partida.
Agora, se vale ou não os R$70,00 que estão cobrando, isso é meio relativo. Eu, particularmente, acho que jogo aqui no Brasil é muito caro e, encontrar um jogo que custe menos de R$100,00 e proporcione tanta diversão e rejogabilidade como o Nosferatu é quase um achado por aqui. Portanto, se você tiver um grupo de pelo menos cinco pessoas que consiga se reunir com uma certa frequência para jogá-lo, eu acredito que seja um bom investimento sim. É um ótimo filler e jogo festivo, onde as partidas costumam ser bem rápidas e emocionantes. E, como geralmente o pessoal se diverte bastante, acabam querendo emendar várias partidas seguidas.
Em tempo, em minha coleção tenho o Bang!, Avalon, Coup e por fim, adquiri o Nosferatu. E a introdução de nenhum deles desvalorizou ou tornou o outro obsoleto. Apesar das várias similaridades, são mecânicas e situações tão diferentes entre eles, que até agora temos conseguido encontrar espaço para jogar e nos divertir demais com os quatro. Desses, o meu favorito é o Avalon. Pela altíssima rejogabilidade, pelo metajogo, o custo-benefício e, principalmente, pelo alto nível de discórdia, blefe, mentiras, traições e reviravoltas que as partidas com meu grupo tem rendido. Mas isso é algo que se constrói com o tempo e que depende muito mais do desenvolvimento e entrega do seu grupo do que do jogo em si.