SMASHUP! – RESENHA
SmashUp! é um divertido jogo de cartas em que os jogadores controlam um exército (baralho) formado por duas facções diferentes dentre as possíveis (Magos, Zumbis, Robôs, Piratas, Ninjas, Aliens, Trapaceiros e Dinossauros). O objetivo é um só: fazer mais pontos destruindo as cartas de base abertas mesa. O primeiro a atingir 15 pontos é o vencedor.
Game Designer: Paul Peterson
Número de jogadores: 2 a 4
Tempo médio da partida: 45 min a 1 hora
Principais mecanismos de Jogo: Manejamento de cartas na mão, alocação de trabalhadores.
Conteúdo: 8 facções, cada uma com 20 cartas, mais 16 cartas de base, 28 marcadores de ponto e um livro de regras.
Distribuidoras: AEG (Exterior), Galápagos Jogos (Brasil).
O JOGO
SmashUp não é nada difícil em termos de regras. Primeiro, os jogadores se revezam escolhendo em sentido horário, uma facção para fazer parte de seu deck. Após todos tiverem escolhidos suas facções, suas cartas são bem embaralhadas e cada um compra uma mão de cinco cartas. O limite de cartas não mão é de 10 cartas.
Em seguida, são colocadas na mesa um número de cartas de base igual ao número de jogadores mais um (exemplo: 4 jogadores, 5 cartas de base).
No seu turno
Jogue 1 ação e 1 lacaio na ordem que preferir. Ações permitem efeitos diversos, como destruir um lacaio adversário. Os lacaios são alocados em uma das cartas de base abertas na mesa (aí entra o worker placement disfarçado. Embora seja um “ameritrash”, esse jogo se vale dessa mecânica, típica de jogos “euro”).
Cada lacaio apresenta um valor de poder. Quando a soma dos poderes de todos os lacaios alocados nas bases excede seu valor limite a base é destruída. O primeiro colocado ganha uma quantidade de pontos indicado na base, assim como o segundo e o terceiro. O quarto não leva nada. Em caso de empate, cada um dos jogadores recebe o total de pontos de vitória do lugar mais alto.
Exemplo: Se dois jogadores empatam em primeiro lugar, o terceiro jogado não leva os pontos do 2° colocado, mas sim os do 3°! Se dois jogadores empatarem em segundo, ninguém fica em terceiro! Parafraseando um amigo meu, Rodrigo Pereira, em uma de suas resenhas: “A vida não é fácil como esse todynho gelado que você toma, garoto...”.
Quando a base é pontuada, aplica-se a habilidade especial ou efeito da mesma, os lacaios na carta são descartados, todos recebem seus marcadores de ponto de vitória e uma nova carta de base é aberta na mesa. O jogo prossegue dessa forma até que alguém marque 15 pontos. É possível que aconteça um empate no último turno (dois jogadores marcando 15 pontos simultaneamente). Nesse caso, joga-se mais um turno.
Sobre as facções
A idéia do jogo é muito, muito bacana mesmo. Juntar tudo o que todo mundo gosta, em um jogo com bastante destruição e reviravoltas. Mas, nem tudo são flores, jovem Padawan.
As facções da caixa básica são bastante assimétricas, para não dizer desequilibradas. O que torna a escolha das facções fundamental para os rumos que a partida irá tomar. Dependendo das facções que se escolhe e das outras que estão em jogo, fica muito, muito difícil mesmo, ganhar. Ou, dependendo da combinação, ganhar vai ser fácil como um passeio no parque.
A meu ver, as seguintes facções estão um passinho a mais na frente das outras:
Magos – Suas habilidades permitem manejar o baralho e a mão, comprar muitas cartas e jogar muitas ações. Traz grande vantagem ao jogo poder jogar várias ações em um mesmo turno.
Robôs – Literalmente, dominam o campo de jogo. Multiplicam-se muito rapidamente, pois é possível jogar vários lacaios em um mesmo turno.
Zumbis – A morte não é nada para eles. Atacam em grandes números e voltam do cemitério o tempo todo.
Dinossauros – Eles são grandes. E esmagam...
As outras facções são mais fracas então? Vou perder sempre se jogar com elas? Claro que não... Apenas quis dizer que essas 4 acima se destacam como fortes candidatas à vitória. Alguns exemplos: Combinando Magos e Robôs, você estará sempre comprando muitas cartas e jogando muitas ações (graças aos magos) e também jogando MUITOS lacaios (graças aos robôs). Imagine que em um só turno você consiga descer dois lacaios e fazer duas ações... Não é muito, comparado aos demais que jogam apenas uma ação e um lacaio?
Combinando zumbis e dinossauros, por exemplo. Você usa um Tiranossauro Rex para vencer uma base. Depois ele é descartado, obviamente. Mas, com os zumbis, é possível jogar cartas direto do descarte para o campo. E eis um Tiranossauro Rex voltando toda hora para o campo, arrebentando com as bases e as estratégias dos outros.
E por aí vai. Combine quaisquer dessas quatro em um deck, e você estará no caminho certo para a vitória.
É lógico que é preciso saber jogar também. O jogo pune quem não aproveita as boas oportunidades ou que desperdiça cartas jogando no momento errado. Esse “timing” de jogar as cartas vem naturalmente com o tempo, e quanto mais você jogar, melhor ficará.
O jogo é divertido? Sim, pode ser. Depende de muitos fatores. A maioria das partidas é muito legal e funciona muito bem como diversão casual. A meu ver, não dá para ficar colocando esse jogo na mesa por excessivas vezes, ainda mais com o mesmo grupo. As jogadas vão ficando previstas, manjadas, e o grupo pode acabar ficando entediado.
Tem boa rejogabilidade? Sim, pois há uma boa gama de combinações. Nenhum jogo é igual ao outro, no sentido em que jogar com Piratas-Aliens é uma coisa, e Piratas-Zumbis, outra... Cabe a cada um descobrir suas melhores combinações.
Em relação à qualidade dos componentes, tudo está bacana. Cartas bonitas, de bom acabamento, tokens de papelão para marcadores de vitória, manual conciso e que vai direto ao ponto. O preço médio gira em torno de R$ 80,00 a R$ 90,00 e, sinceramente, não poderia valer mais do que isso. Está justo.
Vale a compra? Sim, se você gosta de diversão casual e extremamente caótica. É isso que o SmashUp tem a oferecer, como todo bom “ameritrash”. Não se engane. Agora, se você gosta de jogos extremamente planejados e cerebrais, em que a sorte não influencia em nada e que tudo depende de você, melhor investir em outro.