Red7 é um jogo de cartas, lançado no Brasil pela PaperGames, criado pelos designers Carl Chudyk e Chris Cieslik e arte de Alanna Cervenak. Serve de 2 a 4 jogadores, com duração de 5 a 10 min por partida.

O jogo possui como mecânicas a gerência de mão, eliminação de jogadores e coleção de componentes.

Red7 vem em uma caixa bem pequena, (capaz até mesmo de caber em alguns bolsos grandes de calças jeans) feita de um papelão bem resistente.

O insert que acompanha o jogo é extremamente simples: uma folha de algo parecido com papel cartão, sobrado de forma a dividir a caixa em 2 nichos com o tamanho aproximado das cartas.

O manual é pouco maior que 2 cartas colocadas lado a lado. Isso faz com que você precise guardar o manual abaixo do insert, ou ele ficará boiando sobre a drobra do insert, possivelmente vindo a ficar marcado com dobras. É aparentemente feito do mesmo papel brilhante dos quais são feitos os manuais da maioria dos jogos. O texto é claro e direto, e não pude notar erros maiores de tradução ou explicações, exceto um. Na pág 4 encontrei algo que me confundiu um pouco, pois falta uma informação a respeito do que acontece na primeira ação possível do jogo. Nas duas outras ações possíveis isso fica explícito. O manual acaba por ser redundante e mata essa dúvida mais para frente, mas ainda assim, pode confundir um leitor menos atento, ou alguém que não viu gameplays antes de jogar uma partida.

Você deve estar vencendo o jogo, também, caso escolha a ação 1.

As cartas são feitas de um papel liso e brilhante, mas um tanto fino e, aparentemente, pouco resistente a dobraduras acidentais. São muito gostosas ao toque, inicialmente, mas ao longo de uma partida, percebe-se que o papel absorve muita umidade das mãos. Fica com uma sensação de "babado". Uma vez que você passa a maior parte do jogo segurando estas cartas, talvez seja interssante considerar a compra de sleeves para o Red7. As cores das cartas de jogo são bastante vivas, os números são grandes e o texto, apesar de orientado verticalmente, é fácil de se ler. As cartas de auxílio trazem todas as informações necessárias ao jogo, e vêm em um para cada um dos jogadores. São tão completas que praticamente aposentam o manual após a primeira leitura.

Faço aqui duas observações a respeito das cartas. A primeira é mais algo curioso: as cartas de jogo vieram com alguma curvatura, mesmo antes de jogar uma primeira partida, enquanto as cartas de auxílio vieram completamente planas.

A segunda observação é sobre a qualidade das tintas usadas na impressão. O fundo do insert já veio manchado, com aspecto de sujo, e as costas de algumas cartas vieram mostrando sinais de desbotamento das tintas.

O jogo é compatível com pessoas daltônicas, apesar de ter as cores das crtas como base de seu funcionamento. Cada carta, além de ter uma mancha de tinta diferente para cada cor atrás do número, tem também o nome da cor rescrito juntamente com a regra alterada por aquela cor.

A preparação do jogo é rápida. Dsitribui-se um par de cartas de auxílio para cada jogador. A carta "Jogando com o vermelho. A carta mais alta vence." é colocada no centro da mesa, local que será chamado de tela. As cartas são embaralhadas e distribuídas 7, fechadas, para cada um, que vão à mão, e mais uma para cada, que se põe aberta na mesa. Essa carta aberta, mais as outras que serão descidas a cada rodada, formará a paleta de cada jogador. Inicia o jogo aquele que está à esquerda do jogador que possui a maior carta em sua paleta.

Na sua vez o jogoador pode fazer uma de 4 coisas:

1.       Descer uma carta da mão para sua paleta;

2.       Jogar uma carta da mão na tela para mudar a regra do jogo;

3.       Descer uma carta da mão para a paleta e então jogar mais uma da mão na tela.

4.       Não faça nada e perca.

Se você não estiver vencendo ao final de seu turno, você perde. O último jogador na mesa ganha a rodada.

Cada uma das cores das cartas possui uma regra diferente impressa nela, que muda o tipo de coleção em vantagem no jogo. A cada rodada você tem que se livrar de uma ou duas cartas de sua mão, para aumentar o tipo de coleção que você tem em sua paleta, para mudar a regra ativa no momento ou fazer as duas coisas.

Empates não são permitidos. Caso dois jogadores tenham uma mesma quantidade de cartas que respeitam a regra vigente, vê-se quem tem a maior carta que respeita a regra. Se a maior carta ainda for igual para os dois, vê-se qual é a cor mais forte, seguindo a escala de cores na carta de auxílio.

Como vocês podem ver, as regras são bem simples, e qualquer um pode entendê-las. Em algumas mesas nas quais joguei foi preciso dar uma mãozinha na primera partida, mas depois o jogo rolou suavemente.

O jogo é altamente dinâmico e tenso. A cada turno você tem a opção de melhorar uma carcterísitca de sua coleção e/ou mudar a regra vigente, ao custo de abrir mão daquela carta na sua coleção. Decidir se vale a pena jogar essa carta fora é difícil, dependendo da mão que veio para você. Por falar em dependência, Red7 jogado no modo básico é altamente dependente de sorte, uma vez que as cartas são distribuídas aleatoriamente. Pode acontecer, por exemplo, de você perder após o seu 2º turno: sorte. Isso, no entanto, é raro, e não tira a diversão do jogo. No geral você estará envolvido num jogo extremamente tático, reagindo às jogadas dos adversários, tentando montar a melhor coleção de cartas  e mudar a regra na hora certa, para te favorecer e evitar uma reação dos adversários.

O manual sugere que se jogue com essas regras depois de algumas partidas. Eu já ensino dessa forma. Agora, você pode comprar uma carta do monte toda vez que lançar na tela uma carta cujo número seja maior do que a quantidade de cartas em sua paleta. Isso aumenta um pouco a duração do jogo, e deixa ele um pouco mais estratégico. Decidir entre aumentar as coleções na paleta ou mudar a regra ganha mais um fator de dificuldade: saber qual número jogar. Números altos ajudam a vencer e permanecer no jogo, mas ao mesmo tempo, serão úteis no final do jogo, te permitindo comprar mais uma carta, o que pode te dar mais algum fôlego no fim. Ainda, a partir de agora você passa a pontuar. O jogador vencedor pega as cartas que o fizeram ganhar a rodada e as coloca fora do jogo, num monte de pontuação. Passa a ser importante saber quais cartas estão dentro ou fora do jogo, para ter uma idéia do que pode vir a aparecer numa compra. Perder uma rodada também pode ser uma estratégia interessante, para evitar que seu adversário acumule muitos pontos em uma só rodada.

Neste modo de jogo, toda vez que você joga uma das cartas ímpares em sua paleta, ela dispara uma ação, que pode ser descer mais uma carta, comprar uma carta, tirar uma carta da paleta do adversário ou tirar uma carta da sua paleta. É, sem dúvida alguma, meu modo de jogo favorito. O jogo ganha muito em duração, aumenta a estratégia na hora de pensar uma partida, mas também aumenta em muito a complexidade. Não são todos os jogadores que gostam ou conseguem jogar com essas regras, com facilidade. As decisões ficam ainda mais difíceis, uma vez que você tem que realizar a ação desencadeada pela carta, se for possível. Agora você passa a ter revisravoltas maiores no jogo. VOcê pensa que está ganhando, mas o adversário consegue baixar 2 ou 3 cartas na paleta de uma só vez e, de repente, suas opções de jogada são reduzidas. Ou de uma hora pra outra vem o adversário e tira o número 3 verde de sua sequência de 1 a 4, todos com cores diferentes. de uma vez só sua paleta pode perder mais da metade das suas chances de vitória. Comprar mais uma carta, além do que já ocorria na regra avançada te dá ainda mais fôlego para reagir e planejar suas jogadas.

Os ícones presentes nas cartas ímpares indicam qual a ação derá desencadeada. A iconografia é estranha nas primeiras partidas, mas você acaba se acostumando e pára de olhar as referências depois de algum tempo.

Este modo de jogo pode aumentar muityo a duração de uma partida, facilmente ultrapassando os 10min propostos na caixa.

Os designers tentaram colar um tema relacionado à pintura no jogo, e que curiosamente consegue fazer algum sentido na minha opinião, principalmente devido ao uso da escala de cores para desfazer os empates. Usar os nomes paleta e tela dá a impressão de que vocÊ prepara a sua paleta de cores para então colocar na tela, que é o que realmente importa, a regra da vez. Nenhuma das pessoas que jogou comigo compartilhou qualquer tipo de pensamento a respeito disso, mas é como me sinto.

A arte do jogo é bastante simples. Acho bonito o logotipo do jogo, destacado em branco sobre a caixa toda preta. Me chama a atenção na estante, mesmo sendo uma caixa pequena.

As cartas tem algumas manchas de tinta em variações daquela tonailidade de cor. Apesar de bem simples, achei bacana, pois, eles poderiam ter simplesmente colocado uma cor lisa na carta e esta teria o mesmo efeito, mas tiveram o cuidado de pensar nessas tonialidades diferentes dentro de uma mesma carta, e em formatos de manchas diferentes para cada cor.

·         Portabilidade. Cabe mesmo num bolso mais largo de calça jeans.

·         Ocupa pouco espaço. Uma mesa 40 x 40 cm e você consegue jogar com 4 pessoas.

·         Tema e mecânicas curiosamente funcionam bem em conjunto.

·         É bonito.

·         O tempo de jogo é ajustável. Você pode jogar uma única partida rápida sem regras adicionais, para matar o tempo, ou pode jogar uma partida longa, que pode ir bem além dos 10min propostos, se usar as regras opicionais.

·         É emocionante o tempo todo.

·         O jogador eliminado não espera muito tempo até a próxima partida.

·         Tem alguma profundidade, apesar de simples.

·         Fácil de ensinar.

                Pontos negativos

·         O material das cartas e as tintas usadas na impressão são de baixa qualidade.

·         Pode haver alguma paralisia de análise com jogadores de pensamento mais lento ou novatos.

·         Há eliminação de jogadores, e você tem que esperar, ainda que muito pouco, algum tempo sem jogar até a próxima partida.

·         O material do insert é de baixa qualidade.

·         O manual não tem um lugar certo na caixa, acima do insert, se você escolher por mantê-lo.

Quem vai gostar desse jogo? Eu tive a experiência de jogar Red7 em todo tipo de mesa, exceto com pessoas idosas e crianças. Foi sucesso em todas elas. Algumas partidas foram mais mornas, com o povo iniciante, que precisou de ajuda nas primeiras rodadas, outras já começam intensas, com o pessoal mais experiente, que pega a dinâmica do jogo bem rápido. De qualquer forma, agrdaou todos os públicos com quem joguei.

Quem não gostaria desse jogo? Acho que alguém que não curta cartas, ou fillers, ou material/produção de baixa qualidade.

O que me encanta no jogo? Com certeza, a incerteza do que virá a cada turno. O toma lá dá cá constante do jogo é viciante. É bacana poder pensar um pouco à fente, bolando um rascunho de estratégia, mas ter o jogo constantemente fazendo você rever este planejamento.

Joga bem com 2 jogadores? Excelente jogo para jogar em 2. Joguei com todas as quantidades possíveis, e o jogo roda muito bem em todas elas.

O manual chama de paleta o local onde você acumula suas cartas coloridas, fazendo suas coleções, se preparando para vencer no final do seu turno, e de tela o local onde você joga as cartas que passam a mandar no jogo. Se você alguma vez já pintou uma aquarela de R$1,99, deve ter uma idéia ao menos superficial do que os autores tentaram fazer aqui. Na paleta você se prepara, e na tela está o que está rolando no momento.

Porquê é pequeno de carregar, precisa de pouco espaço para ser jogado, é fácil de ensinar e muito divertido.

Ainda é divertido depois de 10 partidas? 14 até o momento. 

Sem dúvida. Os modos básicos de jogo ficam cansativos rapidamente, mas o modo opcional mantém o jogo vivo por muito tempo ainda. 

Esta é minha primeira resenha sobre jogos de tabuleiro. Espero ter colaborado com a sua busca por informações. Todos os comentários e sugestões são bem vindos. 

Seguuura, peão!

Créditos:

Texto: andreferr
Revisão: Ludmilla Wolv