Sherlock é o jogo com a melhor relação custo-benefício que eu já adquiri desde entrei no hobby. É diversão para 3-4 jogadores (não vale a pena para 2 jogadores) por apenas R$35. Como se isso já não fosse suficiente, ele ainda é bonito e possui uma boa qualidade. Com poucos componentes e regras bastante simples, ele consegue transmitir perfeitamente o tema investigativo proposto. Tudo isso em partidas de 15 minutos em média de duração.
Mesa pronta para partida com 4 jogadores.
O jogo possui 13 cartas de personagens conhecidos das histórias do famoso detetive inglês. Cada jogador irá receber 3 dessas cartas e uma ficará fechada no centro da mesa. O objetivo é descobrir a identidade desta carta secreta, isso será realizado através de uma investigação que só permite apenas 2 perguntas, uma destinada a todos na mesa e outra destinada a um jogador específico. Na sua vez, o jogador só pode realizar apenas uma dessas perguntas.
Cartas de personagens presentes no jogo.
As cartas de personagens possuem conjuntos de símbolos, o objetivo das perguntas é identificar esses símbolos, pois é através da eliminação deles que será possível descobrir qual é o personagem oculto. Então, os jogadores podem perguntar: “quem tem um determinado símbolo” ou “qual a quantidade de um determinado símbolo o jogador possui”.
As cartas de Sherlock e seu fiel escudeiro, o Dr. Watson.
Os jogadores recebem uma ficha que traz todas as cartas presentes no jogo e informa a quantidade geral de todos os símbolos. Todas as informações são ocultadas dos demais jogadores através de biombo, ele também traz um resumo de ações, que são as perguntas mencionadas acima. Além das duas perguntas, a outra ação possível é indicar qual é o personagem oculto.
Componentes que serão utilizados por cada um dos jogadores.
Se o jogador escolher identificar o personagem, ele deverá pegar a carta e conferir se acertou, sem deixar que os demais vejam o seu conteúdo. Se o jogador tiver acertado, ele ganha e acaba a partida; se ele tiver errado, a carta é devolvida e aquele jogador continua na partida apenas para responder perguntas dos demais jogadores.
Como eu já disse no início do texto, o jogo tem uma boa qualidade de componentes e tem uma arte bem bonita. Minha critica em relação ao conteúdo vai apenas para a questão do bloco de fichas para anotação das informações e ausência de lápis para seu preenchimento.
A arte dos biombos usados no jogo é maravilhosa.
A ficha para anotar as informações vem em um bloco com folhas frente e verso, então vai demorar uma boa quantidade de partidas para acabar. Porém, é bem fácil jogar diversas partidas seguidas. Não sei se seria viável para a Mandala Jogos vender o bloquinho separado futuramente ou se a melhor opção é a boa e velha xerox mesmo. De qualquer forma, é um inconveniente.
Já a falta de lápis encartado junto com o jogo, da mesma forma que foi feito no Tides Of Time, acredito que seja em virtude do custo. Mas é bem chato ter que ficar catando lápis para jogar, pretendo colocá-los dentro da caixa por conta própria. Acho que todo jogo que precisa realizar algum tipo de anotação deveria vir com o material necessário para isso.
Achei um pouco decepcionante o fato de o jogo ser limitado apenas a 4 jogadores, mas eu sempre sinto isso em party games. Meu número ideal para esse estilo é 6 jogadores. É uma opinião totalmente pessoal. Dá para fazer no improviso. Só distribuir 2 cartas de personagens ao invés de 3, o problema vai ser só os biombos. Porém, um dia ainda quero tentar jogar assim com mais pessoas.
O endgame do jogo tem um pequeno problema que pode deixar alguns jogadores insatisfeitos, pois se ninguém acerta qual é a carta oculta no centro da mesa, o vencedor é o jogador que ficar por último, ou seja, aquele que ficou quietinho na sua. Eu demorei a perceber isso porque nas partidas que joguei sempre alguém acertava a carta, se não fosse o primeiro que apontou, pelo menos o segundo. Quando aconteceu de ninguém acertar realmente foi meio frustrante.
Talvez seja válido adotar uma “house rule” de que o jogador que ficar por último ter que acertar a carta oculta para vencer, caso ele não acerte, então a partida termina sem um vencedor. Combina mais com o tema até. Todos são péssimos detetives e o criminoso escapou impune.
Por fim, o jogo propõe uma variante expert em que os jogadores colocam as suas cartas em ordem e ao serem perguntados respondem ignorando a última carta. Todo novo turno a primeira carta do turno anterior passa a ser a última. O objetivo é tornar o jogo mais difícil, mas me pareceu meio complicado e não me deu vontade de experimentar. Talvez eu ainda não tenha jogado vezes suficientes ainda.