Aventuras Ancestrais é um jogo de cartas e RPG. É curioso como o jogo começou como mero conjunto de pequenos jogos de cartas com mecânicas narrativistas, mas logo ganhou uma forma muito mais profunda em um RPG que usa exclusivamente do baralho para suas partidas.
No jogo, os jogadores assumem o papel de caçadores nas terras do Rio Grande há 10 mil anos no passado.
O jogo foi desenvolvido por mim, Diego Azevedo, e ilustrado por jeferson olveira
Abaixo, um iniciador de caçada para o RPG que utiliza de uma de suas mecânicas centrais, os rótulos, palavras com significado que delimitam a ficção e suas dificuldades. Criaturas, cenário e personagens são delimitados pelos rótulos expostos implicitamente em meio a narrativa.
Nesta aventura, o caçador está sem seus companheiros, acompanhado apenas de um amontoado de rótulos que dificultam sua ação. Como ele chegou nessa situação, é um mistério, talvez o jogador saiba, talvez isso o ajude a superar a situação, tudo é possível com a narrativa compartilhada.
No fim, a palavra passa ao jogador que precisa responder ao "o que você vai fazer?" e dar início à narrativa.
A noite é fria. Chove bastante, o que deixa o chão escorregadio e enlamecido. A floresta é escura e confusa. As árvores parecem todas iguais. Já fazem dias que o caçador caminhava sozinho por aquela floresta. Ele está faminto. Mais um pouco e ele talvez caísse no chão, e seu corpo seria devorado por pequenos seres misteriosos e tão famintos quanto ele.
Já fazem dias que ele não se alimenta. O caçador está fraco, tonto e confuso. Sua visão é turva, mas ele não se engana. Diante de ti, a salvação, a presa, uma ave de chão. Mas aquela ave é forte, é grande e é inteligente. É bem provável que um único golpe daquela criatura rasgue seu pescoço e o ponha no chão de vez. Seria preciso mais do que um único caçador faminto para abate-la,
mas naquela situação, não parecem haver muitas escolhas.
A morte ronda as árvores daquela floresta,
mas o caçador fará de tudo para que ele não seja quem ela vai levar hoje.
Diante da situação, eu pergunto, caçador, o que você vai fazer?