DWilliam::Dentro do meu achismo sem muita pesquisa penso assim: "Mecânica" é um termo com problemas, pois sugere algo maior do que usamos na prática. Em nosso contexto (baseado principalmente no que encontramos no BGG) poderia ser visto melhor como "componente de regra". Por favor, não estou propondo mudar o nome(...)
Pois é, tem sim uma galera que já questiona isso. Tem uma vertente que o termo correto é "mecanismo". Mas isso vai levar a outra discussão acalorada...
Discordando do @
professor: sim, acredito que é um mecanismo.
Concordando com @
moita: sim, acredito que é característica da condição de vitória.
Ou seja, acredito que está havendo confusão devido a ter um mesmo termo estar sendo utilizado para dois conceitos diferentes.
Como condição de término/vitória, colaboração pode ser usada como classificadora: um jogador vence sozinho, todos os jogadores vencem/perdem ou times de jogadores (o péssimo termo semi-cooperativo).
Como mecanismo: você tem que utilizar recursos de forma compartilhada para atingir o objetivo. É uma camada de decisão extra sobre o jogo de cada um. A melhor ou pior decisão durante a análise do todo também contribui ao sucesso ou insucesso do resultado e a troca de informações pode ser vista como um recurso extra.
O problema: isso é subjetivo pra caramba como tudo nesse mundinho. O caso de um jogador alfa só jogando para todo mundo sempre vai ser levantado e isso está mais ligado ao perfil do grupo do que ao mecanismo (sim, tem mecanismo que simplesmente "quebra" com determinado grupo). Alguns jogos como o
Captain Sonar (que tem vitória por times, e cada time joga cooperativamente) faz com que a informação seja dividida entre os jogadores e cada um enxerga só uma pequena parte do total. Mas o mecanismo está lá: as informações passadas entre os jogadores valem muito.
E sobre o mecanismo ter que funcionar sozinho, essa sim é a verdadeira falácia. Lembre-se que jogos são sistemas complexos para compor uma boa experiência do jogador. Sistemas são compostos por partes que isoladas não são capazes de cumprir o objetivo do todo (ou não haveria necessidade do sistema em si). Por isso os jogos combinam uma certa quantidade de mecanismos, objetivos, estética, pontos de tensão, narrativa e conflito para compor o "feeling" final. Agora, a importância (ou valor) que a cada um dá às partes é bem pessoal, tanto para o autor quanto para o jogador.